Compartilhar notícia
A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus alterou completamente o cenário econômico do país. Surpreendentemente, o mercado imobiliário conseguiu crescer, mesmo durante a crise. O principal motivo foi a redução da taxa Selic e as melhores condições de financiamento para os compradores de imóveis.
A taxa Selic tem função reguladora na economia brasileira, agindo como uma taxa básica de juros. Portanto, a sua queda representa condições favoráveis para operações de crédito e investimentos. Em agosto, o COPOM (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa Selic para 2% ao ano, atingindo o menor patamar da série histórica.
Com a queda da Selic, a taxa de juros média de financiamento imobiliário também atingiu sua mínima histórica. Como resultado, essa queda atraiu muitos consumidores para o investimento imobiliário.
A redução dos juros faz com que a parcela do financiamento passe a caber no bolso dos compradores. De acordo com a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a cada 1% de redução na taxa de juros de financiamento, 2,8 milhões de famílias passam a poder comprar imóveis.
Para melhor explicar como está o mercado imobiliário durante a pandemia, os especialistas do setor imobiliário do Edifício Parque Sol Araraquara , localizado no Estado de São Paulo, contribuíram com informações valiosas.
“Já é possível ver na prática o aumento das vendas devido às melhores condições de financiamento. A linha de crédito oferecida pela Caixa Econômica tem tornado o sonho da casa própria uma realidade para diversos brasileiros. Além disso, com a redução da taxa de juros, quem já tinha condições de comprar um imóvel, agora consegue investir em uma propriedade ainda melhor”, explica um dos especialistas.
A manutenção da construção civil também contribuiu para o crescimento do setor imobiliário, que já estava em expansão antes da pandemia. Ainda, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), os lançamentos de imóveis no primeiro bimestre deste ano ultrapassaram em 34,6% os lançamentos no mesmo período de 2019. As vendas aumentaram em 25,9% em relação ao ano anterior.
Com a pandemia e a instabilidade econômica, o mercado imobiliário precisava de mais incentivos para se manter aquecido. Diante disso, em abril, a Caixa Econômica Federal liberou R$43 bilhões por meio de medidas de estímulo para evitar a queda do setor de construção civil e do setor imobiliário. O Banco também concedeu carência de 180 dias para o financiamento de novos imóveis, facilitando ainda mais a compra de casas e apartamentos.
“Houve um alinhamento entre a demanda dos consumidores por imóveis, que já era crescente desde o ano anterior, e os diversos incentivos econômicos propícios para essa aquisição. O resultado não poderia ser diferente: um aquecimento do mercado imobiliário”, esclarece.
Até mesmo a própria quarentena exerce certa influência sobre o desejo de compra do consumidor. As pessoas estão mais tempo em casa e começam a perceber que poderiam viver em um local melhor. Esse comportamento somado aos outros fatores de incentivo levam à troca do imóvel.
Outro fator decisivo que atraiu investidores para o setor imobiliário foi a instabilidade ou o baixo retorno de outros investimentos. A queda da taxa de juros acaba reduzindo o retorno financeiro em investimentos de renda fixa. Sendo assim, investir em Tesouro Selic, CDB, LCI, LCA ou debêntures indexados a esses valores não é vantajoso nesse momento.
A instabilidade da Bolsa de Valores pode ser vantajosa, mas também muito arriscada. Não é recomendado um grande investimento, já que existe risco de perder tudo. Além disso, a desvalorização do real em relação ao dólar torna o investimento no mercado internacional praticamente inviável.
Em contramão aos investimentos citados, o setor imobiliário se manteve seguro. Inclusive, a preservação do capital oferecido pelo mercado de imóveis é uma das principais vantagens para quem busca investir sem correr riscos.
Além disso, o rendimento imobiliário é compatível com o avanço da Selic, o que torna esse tipo de investimento o mais atrativo neste momento. A lógica é simples de ser entendida: se a redução da taxa Selic proporciona melhores condições para compra de imóvel, com o seu aumento o investimento será valorizado.
“Mas, é preciso investir logo. A quantidade de novos imóveis lançados tem ajudado a manter o preço, mas ao passo que o número de imóveis for diminuindo no mercado, seus valores começarão a subir”, conclui o especialista do Edifício Parque do Sol em Araraquara.