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Na última quarta-feira, dia 4 de novembro, a defensora pública de RO e criadora do Juntos pela Inclusão Social, Flávia Albaine, apresentou e mediou mais um evento para a proposta que vem desenvolvendo desde a criação do seu projeto, desta vez o debate “Reflexões sobre a Nova Política Especial”.
Na ocasião, a live foi transmitida pelo canal do YouTube do Juntos pela Inclusão Social e Flávia com mais três participantes dos meios jurídicos, educacional e dos direitos humanos (duas delas também mães de crianças com deficiência), expuseram seus posicionamentos, opiniões e situações vividas na prática diante da temática.
Entretanto, esse é mais um dos muitos feitos de Flávia Albaine com o seu projeto, que já chega a quase três anos de luta pela inclusão social.
Nascido em Rondônia, mais especificamente em Colorado do Oeste, uma cidade de um pouco mais de 18 mil habitantes, o Juntos pela Inclusão Social veio juntamente à Defensora Pública com raízes no Rio de Janeiro, sua cidade natal, já que teve em seu pai a grande inspiração para essa luta em prol dos vulneráveis.
“Quando eu tinha 10 anos meu pai se tornou pessoa com deficiência por conta de uma doença e eu cresci vendo as dificuldades e os preconceitos que ele enfrentou. Aquilo me deu a certeza de que eu queria dar a minha contribuição e lutar pela inclusão social”, conta.
Atualmente, ela é referência quando se fala em inclusão social, não somente em Rondônia, mas em todo o Brasil.
Em Rondônia, o Juntos pela Inclusão Social promove palestras, debates, rodas de conversa, seminários e diversos eventos para levar informação, reflexão e, principalmente, orientação às pessoas.
O “1º Seminário sobre Autismo de Colorado do Oeste” foi um marco e também fruto da organização do núcleo da Defensoria Pública de RO em Colorado do Oeste, pelas mãos da Flávia Albaine, tendo como colaboradores o núcleo do Ministério Público do Estado de Rondônia em Colorado do Oeste, o Tribunal de Justiça de Colorado do Oeste, além da AMDEPRO (Associação dos membros da Defensoria Pública de RO).
Realizado no Instituto Federal de Rondônia (IFRO), teve a presença de palestrantes das áreas da pedagogia, psicologia, terapia ocupacional e da própria Defensoria Pública para esclarecer, levantar questões e proporcionar à população mais conhecimentos sobre o tema.
Desde a palestra “O poder da mulher na sociedade atual”, em que Flávia falou sobre o empoderamento da mulher, a questão do estupro, das situações de vulnerabilidade em que elas muitas vezes nem se dão conta, da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, até as rodas de conversa sobre autismo, em que a ela recebe pais, mães, profissionais da área da educação e da saúde, conselheiros tutelares, secretários municipais, entre outros, para juntos discutirem o que pode ser melhorado nesse sentido em Colorado do Oeste, de acordo com Albaine, o objetivo é sempre esclarecer os direitos destas pessoas.
“Dentre elas as situações relativas aos tratamentos adequados, além de traçar planejamentos do itens que ainda precisam ser alcançados em prol deste grupo de pessoas do município”, elucida.
E isso se consolida cada vez mais, principalmente na parceria com a AMA Cone Sul, o grupo de mães locais de crianças e adolescentes autistas criado em 2020, mas que o Juntos pela Inclusão Social já atua em conjunto dessas mulheres desde que Flávia iniciou suas atividades em Rondônia.
Para o Setembro Verde de 2020, em que os acontecimentos presenciais do mês oficial da luta pela inclusão social ficaram restritos por conta da pandemia da Covid-19, o Juntos pela Inclusão Social promoveu uma série de eventos e homenagens de forma online, no YouTube e Instagram do projeto, com foco principalmente no tema capacitismo.
Então, foram exibidos diversos vídeos de pessoas com deficiência de diferentes classes sociais, profissões e raças, contando um pouco de suas trajetórias, para que todos pudessem conhecer suas histórias.
No meio do mês foi feito um debate online sobre capacitismo, mais uma vez dando vez e voz não só aos dois participantes – tendo Flávia como mediadora, mas também aos que puderam acompanhar a live.
E quando não realiza, o Juntos Pela Inclusão Social sempre faz questão de apoiar ou participar dos eventos, partindo da premissa de que a união de todos é sempre muito bem-vinda.
Um dos exemplos é o seminário “Precisamos falar de Síndrome de Down”, ocorrido no auditório do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).
Como uma das três palestrantes convidadas, Flávia escolheu o tema “Síndrome de Down: uma reflexão para a inclusão escolar” e esclareceu para a plateia de mais de 150 pessoas os pontos que também observa em seu dia a dia na comarca de Colorado do Oeste (RO), como Membro da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) e em sua vivência como fundadora do Juntos pela Inclusão Social.
Além de todo o trabalho desenvolvido em eventos, o projeto é fonte de informação e um canal de apoio à sociedade nas suas redes sociais.
Flávia Albaine também é colaboradora de diversas publicações, como o Portal Justificando, onde tem os artigos “Deficiência: uma característica da pessoa ou da sociedade?” e “Crianças e adolescentes com deficiência estão incluídos no Direito Universal à Educação?”, além da revista acadêmica Teoria Jurídica Contemporânea, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com o artigo “O conceito de pessoa com deficiência e a proposta de um diálogo de cortes: análise do seu significado na Corte Interamericana de direitos humanos e na jurisprudência dos tribunais superiores brasileiros”.
Também atua como colunista fixa de educação em direitos das Revistas Cenário Minas e Statto, onde busca disseminar o máximo de informação possível, pois acredita que é por meio do conhecimento que o panorama do preconceito que ainda permeia a sociedade diante da inclusão social.
“Sabendo da importância da inclusão e cientes de seus direitos e de como buscá-los, a população luta para que eles sejam cumpridos perante as autoridades responsáveis. A inclusão não deve ser apenas uma ideologia bonita: é um dever jurídico e a sociedade precisa se estruturar para respeitar isso”, finaliza.