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Os vinhos chilenos representam quase a metade dos rótulos importados no país segundo a consultoria Ideal, mas desse total a grande maioria se constitui de vinhos mais populares, do tipo” Reservado”, o que vem motivando grupos vitivinícolas do Chile a promover produtos de média e alta gama para conquistar o mercado de consumidores de alta renda. Diante de fronteiras embargadas durante a pandemia e da limitação do horário de funcionamento de bares e restaurantes, uma elite acostumada a viajar e adquirir vinhos caros no exterior, passou a consumi-los através de canais digitais ou de pequenos empórios que comercializam rótulos mais raros e exclusivos.
A Concha y Toro, maior vinícola da América do Sul, com faturamento anual em torno de US$ 400 milhões, mira esta elite e lança The Cellar Collection, uma seleção de vinhos originados de terroirs do Novo Mundo. Neste portfólio incluem-se rótulos de antigas e atuais safras, com alta pontuação junto à crítica mundial como Wine Spectator, Guia Descorchados, Tim Atkin, James Suckling e Robert Parker. Embora grande parte do faturamento da vinícola venha de “vinhos de combate” e de alcance massivo como Reservado e Casillero del Diablo, cada um desses novos novos rótulos dessa coleção terá produção limitada, aproximadamente em torno de 6 mil caixas.
Para Isabel Guilisasti, vice-presidenta de Vinhos Finos e Imagem Corporativa, e da família de proprietários da Concha Y Toro, esta coleção reúne os melhores rótulos da Viña e conta com o respaldo dos enólogos Marcelo Papa, Marcio Ramírez e Isabel Mitarakis- cada um contribuindo com sua experiência em diferentes terroirs e cepas. “Uma vez que Don Melchor, nosso vinho de maior expressão, agora é produzido de modo independente e hoje conta com sua própria vinícola, The Cellar Collection passa a representar o topo de nossas linhas”, diz.
Do Chile, incluem-se os rótulos Amelia, Carmín de Peumo, Gravas e Terrunyo, compondo esta coleção privada, originada de terroirs tradicionais como o vinhedo Quebrada Seca, no vale do Limarí, que conta com boas condições para o cultivo das variedades Chardonnay e Pinot Noir, seguida do vinhedo Los Boldos, no vale de Casablanca, e do vinhedo Peumo, no vale do Cachapoal, um dos mais antigos da Concha Y Toro, que data de 1885, e é muito conhecido por suas características favoráveis à produção de tintos com a Carmenere. A isto se soma o vinhedo de Puente Alto, no vale de Maipo, para dar vida ao Cabernet Sauvignon; os vinhedos Pirque Viejo e Quinta de Maipo, no vale do Maipo; e o vinhedo Quitralmán, no vale do Bío-Bío.
A busca dos mais expressivos e melhores terroirs do Chile permeia o conceito dos rótulos da coleção. Tanto que o enólogo de Amelia, Marcelo Papa, passou a cultivar as cepas Chardonnay em uma nova região, aos pés do Atacama, no Vale do Limarí, no Vinhedo Quebrada Seca, que apresentou condições muito favoráveis para o desenvolvimento desta variedade. Os resultados logo surgiram: Amelia 2018 conquistou o título de melhor Chardonnay e melhor branco do Chile pelo Guia Descorchados. Para produzir Gravas Syrah, o enólogo Henrique Tirado deu mostras de ousadia e escolheu um vinhedo enxertado sobre antigas parreiras de Cabernet Sauvignon, e trouxe para sua equipe a jovem enóloga Isabel Mitarakis Guilisasti, filha da vice-presidenta homônima, e hoje à frente da produção desta linha.
Além de vinhos produzidos no Chile, The Cellar Collection também cultiva alguns rótulos na Argentina, da linha Terrunyo, e nos Estados Unidos, estes ainda não comercializados no mercardo brasileiro.
Receita em alta
Segundo o site Drink Business, a receita consolidada da Viña Concha Y Toro cresceu 8,2% no primeiro trimestre de 2021, com volumes 10,8% acima e um melhor mix que levou a um preço médio mais alto. O lucro líquido cresceu 87,3% e as margens EBITDA também cresceram. As vendas foram impulsionadas por mercados que tinham distribuição integrada, como o mercado interno do Chile, Reino Unido e EUA, entre outros, enquanto houve uma recuperação em mercados que foram particularmente afetados pela pandemia, incluindo China e Coréia do Sul.
O crescimento do volume foi impulsionado pelas principais marcas e investimentos, como Casillero del Diablo e suas extensões de linha, que cresceram 35% e foi recentemente eleita a segunda marca de vinho mais poderosa de 2021, pela Wine Intelligence.
A marca argentina Trivento também apresentou forte impulso, com alta de 49% internacionalmente, devido às fortes vendas no Reino Unido. Diablo, lançado em 2018, também teve um bom crescimento, subindo 210%, embora em uma base menor.
Para os próximos trimestres seguimos trabalhando com convicção na sustentabilidade desses resultados, que refletem uma proposta de valor atraente para os consumidores, baseada em um portfólio de marcas poderosas e no relacionamento próximo com varejistas e distribuidores”, disse o CEO Eduardo Guilisasti.
Em sua declaração do primeiro trimestre, Guilisasti também observou que as operações continuaram a funcionar com relativa normalidade durante a pandemia, em conformidade com os protocolos estabelecidos pelas autoridades e medidas internas para prevenir o contágio, continuaria a empregar “todas as precauções necessárias” para proteger seu povo e suas famílias durante a crise de Covid.
Na semana passada, a empresa revelou que obteve a certificação B Corp , que reconhece empresas que atendem a elevados padrões de gestão ambiental, governança e desempenho social. Guilisasti disse que essa conquista representou “um passo ambicioso” que a empresa deu em seu compromisso com a sustentabilidade.
Website: http://www.conchaytoro.com