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PIB do terceiro trimestre é menor do que o projetado pelo mercado

Indicadores econômicos que tentam antecipar os dados oficiais nem sempre acertam

atualizado

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Diante da crise gerada pela pandemia, cada passo do setor produtivo do país precisa levar em conta a variação cambial, a inflação, o retorno do mercado de trabalho e, principalmente, a movimentação e recuperação dos elos da atividade econômica como um todo. No entanto, alguns números oficiais são anunciados com uma importante defasagem, e algumas vezes as estimativas não se confirmam.

Foi o que aconteceu nesta quinta-feira, 3 de dezembro, no anúncio do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,7% do terceiro trimestre, feito pelo IBGE. O IBC-BR – prévia do PIB calculada pelo Banco Central – havia indicado crescimento de 9,47% no período. No geral, as estimativas de mercado vieram acima do valor oficial. A mediana do Valor Data, por exemplo, calculada a partir da estimativa de 39 consultorias e instituições financeiras, apontava crescimento de 8,8% no período.

Apesar do anúncio de crescimento do PIB no terceiro trimestre, analistas apontam que o resultado reflete apenas uma recuperação em relação ao segundo trimestre, o mais afetado negativamente pelo auge da pandemia.

Novo índice calcula consumo de energia elétrica

Um novo índice no mercado financeiro antecipa em semanas os cálculos oficiais. O Índice de Tendência Econômica (ITE/FACAMP) é calculado a partir do consumo de energia do mercado livre, e registrou alta de 7,3% no terceiro trimestre (em relação ao trimestre anterior), número muito mais próximo do indicador oficial.  O ITE/FACAMP trimestral havia sido anunciado no dia 12 de novembro, 21 dias antes do anúncio oficial do IBGE.

Elaborado por economistas do Núcleo de Estudos de Conjuntura da Facamp (Faculdades de Campinas), “o índice foi criado com o objetivo de sinalizar, com antecedência, rapidez e alto grau de confiabilidade, o nível da atividade econômica, favorecendo assim a análise da conjuntura e a tomada de decisão por parte dos principais agentes da economia”, explica o coordenador do NEC-FACAMP, prof. Saulo Abouchedid.

Os indicadores tradicionais, como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo IBGE, são divulgados com defasagem de tempo. No primeiro caso, a discrepância é de dias, mas no segundo chega a dois meses, dado que o cálculo é trimestral.  O ITE-Facamp é divulgado mensalmente, entre os dias 10 e 15, acompanhado de uma análise conjuntural e disponibilizado entre dois a três dias antes do IBC-Br e cerca de 20 dias antes do PIB trimestral.

O ITE/FACAMP é calculado a partir de dados públicos do consumo de energia no Brasil, utilizando a base da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, agregados os segmentos de consumo onde a demanda de energia se mostra intimamente relacionada com o nível de atividade. Além disso, os efeitos das variantes de temperatura e sazonalidade são excluídos da equação final. Os assinantes do Broadcast da Agência Estado têm acesso aos números do novo indicador do nível de atividade da economia 48 horas antes do anúncio para os demais veículos de comunicação.

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