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Baseada em dados fornecidos pelas administradoras de consórcios que atuam no setor de transporte rodoviário de cargas, a assessoria econômica da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) realizou pesquisa para avaliar o comportamento do mercado nesse segmento durante a pandemia. O levantamento teve como foro os caminhões, que estão inseridos no segmento de veículos pesados na classificação do Banco Central.
Com as famílias praticando o isolamento social, provocado pela Codiv-19, houve maior consumo dos mais variados produtos e, por consequência, foram necessárias mais reposições para reabastecimento do comércio, supermercados e vendas on-line. As atividades foram feitas principalmente pela intermodalidade e pela integração com diversas categorias de caminhões: dos extrapesados, cruzando as rodovias, aos leves, com acesso às áreas urbanas.
As peculiaridades do Sistema de Consórcios como custo final baixo; prazos longos; aproveitamento de até 10% do crédito para despesas com documentação, tributos e seguro; parcelas mensais ajustadas aos orçamentos e preservação do poder de compra; têm sido algumas das razões da participação de 42,4% de pessoas jurídicas, de 57,2% de autônomos e 0,4% de outros como, por exemplo, as cooperativas, cuja opção pela modalidade está principalmente calcada no planejamento para troca e renovação de veículos ou ampliação de frotas.
No período analisado, houve crescimento de 84,6%, a partir de maio, quando as adesões foram as menores no comparativo com o fechamento de dezembro. O pico das vendas de novas cotas ocorreu em setembro, com volume recorde.
As vendas no ano somaram 108,77 mil novas cotas e apresentaram crescimento de 14,7% sobre as 94,83 mil, acumuladas de 2019. Esse bom resultado contrasta com a retração de 12,3% divulgada pela Fenabrave Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores na comercialização do mercado interno, no mesmo período.
Entre as categorias mais procuradas estão os caminhões leves, com 23,4%; os médios, com 23,5%; os pesados, com 49,5%; e os extrapesados, com 3,6%.
O levantamento sinalizou ainda que a maior procura por cotas de consórcios esteve concentrada na região Sudeste, com 51,2%, e no Sul, com 18,5%. As demais regiões apresentaram os seguintes comportamentos: Centro-Oeste, com 12,8%, Nordeste, com 10,0%, e Norte, com 7,5%.
Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “os resultados demonstram que, além da potencialidade de mercado, houve evolução comportamental do transportador quanto à forma de adquirir esses veículos, seja pessoa jurídica ou autônomo. Com planejamento, visão futura, espírito empreendedor e entendimento da importância do setor na economia, constatou-se avanços significativos nas adesões, com 14,7%, e no volume de participantes ativos, com 13,4%”.
Na utilização dos créditos, concedidos por ocasião das contemplações, a pesquisa revelou que os consorciados adquiriram, de forma equilibrada, caminhões novos, com 18,9%, e seminovos, com 19,8%, enquanto 26,2% preferiram outros modelos.
Ainda em razão da pandemia, o Banco Central, ao editar a Circular 4.009, em maio de 2020, permitiu, a critério da empresa de consórcios, que os participantes contemplados fizessem jus ao recebimento imediato de créditos não utilizados, desde que quitadas as obrigações junto ao grupo e à administradora. Essa regra, que foi autorizada pelo Bacen em caráter temporário, de excepcionalidade e com validade até dezembro de 2020, totalizou 26,4%. As demais liberações, também em dinheiro, permitidas anteriormente pela Circular 3.432, de fevereiro de 2009, somaram 8,7%. “Naquele período, ambas possibilitaram auxiliar os consorciados a enfrentar o momento difícil gerado pela recessão econômica”, disse Rossi.
Com 380,12 mil participantes ativos, sendo a maioria com objetivo de adquirir caminhões, tanto para transporte de cargas como atividades junto ao agronegócio, e com menor presença para semirreboques, os grupos em andamento de veículos pesados praticaram taxa média mensal de administração de 0,14% para um prazo médio de 103 meses de duração. Os créditos contratados variaram de R$ 83,04 mil até R$ 681 mil, com tíquete médio anual de R$ 193,29 mil.
Semirreboques nos consórcios de pesados
Vinculados ao setor de veículos pesados, formados principalmente por caminhões ou cavalos mecânicos e semirreboques específicos, há consorciados com objetivo de adquirirem somente implementos rodoviários para vários tipos de cargas.
Do simples basculante, com atuação urbana, aos bitrens, destinados a deslocamentos em grandes distâncias, ou até mesmo aqueles para transporte de carga viva, os consórcios desses equipamentos são procurados para atender diversas necessidades.
As maiores procuras são pelos bitrens e graneleiros, com 12,5% cada, seguidas pelos baús, com 10,0%. Depois, estão os demais como basculantes, carga seca, tanques, frigoríficos, pranchas, rodotrens, canavieiros, cegonheiros, cargas vivas, entre outros, com percentuais inferiores, somando 65,0%.
“Mesmo com as dificuldades enfrentadas durante o ano passado, pode-se notar evolução do consumidor, que a partir de maior conhecimento da essência da educação financeira, passou a planejar mais, evitar as compras por impulso e só assumir novos compromissos financeiros quando capazes de cumpri-los, utilizando o consórcio como forma de crescer, renovar ou mesmo iniciar um novo negócio”, complementou o presidente Rossi.
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