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De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério do Turismo, o turismo de natureza foi o responsável por mais da metade (60%) das viagens realizadas dentro do território brasileiro em 2019.
Segundo as instituições envolvidas, foram analisadas 72,5 milhões de residências, levantando informações como o motivo da viagem, destino e meio de transporte utilizado. As entrevistas ocorreram durante o terceiro trimestre de 2019.
O intuito da pesquisa era coletar informações para formular políticas públicas otimizadas, visando melhorar a estrutura turística do país e fomentar as viagens nacionais.
O então ministro do turismo, Marcelo Álvaro Antônio, explicou a importância de pesquisas como essa para entender o perfil do turista brasileiro e fortalecer o setor, sobretudo após um momento difícil de pandemia: “Conhecer o perfil do viajante doméstico, e suas preferências, vai nos ajudar muito na retomada do turismo no Brasil e se soma às diversas medidas que já tomamos desde o início da pandemia”.
O perfil do turista brasileiro
Dados da pesquisa mostram que, durante o período analisado, 96,1% das viagens realizadas tiveram como destino cidades nacionais, com apenas 3,9% dos entrevistados visitando o exterior.
Dentre as razões para viajar, destacam-se a visita de parentes e amigos (36,1%), lazer (31,5%), tratamento de saúde (17,5%), compras (3,8%), eventos familiares (3%) e razões religiosas (2,9%).
Para se deslocar, carros particulares ou corporativos foram os veículos de escolha da maioria (46,6%). Logo em seguida, foi possível observar os ônibus (16%), aviões (15,3%), ônibus fretados (7,1%), vans (4,1%) e motocicletas (2,1%). Casas de amigos ou parentes foram o tipo de hospedagem mais comum, constando no relato de 47,3% participantes, seguido por hotéis (17,3%), pousadas (4,8%) e imóvel próprio (2,8%).
Turismo de natureza já é uma realidade
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA), existem 13.583 empresas brasileiras focadas no ecoturismo. Para Luiz Del Vigna, diretor executivo da associação, isso explica a constante popularidade do crescimento: “O ecoturismo é uma necessidade contemporânea. O processo de urbanização ao longo dos anos fez com que ficássemos cada vez mais afastados da natureza. Essa procura, essa transformação, já vinha acontecendo. Acredito que a pandemia adiantou uma série de coisas em uns dez anos, e com ele não foi diferente. É um movimento que há muito tempo acompanhamos e entendemos como certo de acontecer”, conclui.
Ele completa ainda: “Acreditamos que a população vai começar a fazer viagens mais curtas. O carro vai ser cada vez mais utilizado. Todos querem evitar o transporte aéreo muito pelo medo da Covid-19. É um movimento que vai promover uma profunda alteração no nosso turismo. Como entidade, queremos inspirar o brasileiro a desejar conhecer mais o país. É uma oportunidade de valorizarmos e reorganizar o turismo doméstico”.
Especialistas do setor apontam que viagens que envolvam a natureza podem ajudar a desenvolver a consciência de preservação entre as pessoas, além de ser uma maneira efetiva de relaxar em meio a uma rotina corrida. A preservação da cultura local e a geração de renda para famílias que vivem do turismo também estão entre os pontos positivos desse tipo de viagem.
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