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A necessidade de se adotar a quarentena, e o consequente fechamento temporário de muitos negócios para combater a pandemia do novo coronavírus, ressaltou de forma impactante a importância de estender as mãos a empreendedores vizinhos. Esse movimento pode manter a economia local em atividade, ainda que parcialmente, e contribuir decisivamente para que muitos pequenos negócios possam atravessar este momento difícil, preservando postos de trabalho.
Vale lembrar que esses empreendedores são os mais vulneráveis a crises e turbulências em geral. Mas agora o cenário é ainda pior, por conta de uma grande parada em muitos setores da economia e todas as consequências que isso acarreta, como mais desemprego e redução do poder aquisitivo. Adquirir serviços, produtos e matérias-primas de negociantes vizinhos é, então, vital para a sobrevivência de muitos deles e a manutenção da economia local em atividade.
Para entrar nesse movimento, deve-se pensar que tipo de atuação conjunta pode realizar com esses vizinhos. Além de comprar suprimentos, produtos e serviços deles, é interessante avaliar se é possível fazer alguma parceria. Por exemplo, a venda de um combo com produtos complementares juntando com do empreendedor das redondezas. Ou aliar a compra de um almoço específico do restaurante a uma sobremesa da chocolataria, doçaria ou sorveteria próxima. Ou mesmo comprar máscaras da artesã do bairro, que viu nessa atividade uma maneira de subsistência, e distribuir para funcionários que eventualmente continuem trabalhando.
As possibilidades são muitas. E quanto mais negócios aderirem, maior é a chance de manter a roda em funcionamento, movimentando a cadeia de consumo. Há ganhos para todos. No caso de comprar suprimentos de fornecedores da região, há redução de custos de logística e armazenamento. Como o vendedor está próximo, não há necessidade de adquirir muitos itens de uma vez para diminuir o número de fretes e despesas envolvidas. E isso também implica reduzir o armazenamento.
Adotar ações desse tipo também pode causar uma boa impressão no cliente final, que reconhece o esforço para manter a economia local em funcionamento. E os laços entre os empreendedores poderão se manter mesmo após o fim da quarentena, já que as vantagens do modelo de atuação estarão evidentes.
Este é o momento de pensar em novas possibilidades de atuação, e as parcerias são grandes aliadas durante a crise.
*Clóvis Souza, é fundador da Giuliana Flores, uma das primeiras lojas virtuais de flores e presentes do Brasil, que conta com 280 mil visitantes únicos/mês, compostos por um público pertencente às classes AA, A e B. giulianaflores@nbpress.com.