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Os pecuaristas contabilizam os prejuízos com os incêndios que assolam o Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As queimadas já consumiram cerca de 15% do ecossistema pantaneiro, equivalente a 2,2 milhões de hectares, atingindo um patamar de tragédia ambiental sem precedentes. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas e incêndios foram os maiores já registrados.
Além das queimadas e o desmatamento sem controle, o clima seco contribuiu muito para o aumento de focos de incêndio no Pantanal. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou em nota que a média de temperatura na região aumentou 1,5 grau acima do esperado e em setembro 2,5 graus acima da média.
Com as perdas das pastagens e da infraestrutura, além da morte dos animais, muitos fazendeiros contabilizam um prejuízo enorme. As despesas extras como a compra de ração, deslocamento do gado para áreas seguras e aluguel de pastagens, preocupam os pecuaristas, mesmo com a alta da arroba bovina. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) relata que o indicador do boi gordo acumula alta de mais de 24% no mercado interno.
Segundo a pecuarista Monica Marchett do Grupo Nelore Santa Mônica, esse prejuízo não será sanado tão rapidamente. “Muitas propriedades não conseguiram salvar o seu gado. Haverá uma redução na produção de bezerros para a engorda”.
O Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo-MT) afirmou que o Estado do Mato Grosso, corre o risco de não ter gado suficiente para o abate a partir de 2021. A falta da matéria-prima já é uma realidade na formação de escalas de abate.
“A maior parte da criação de gado bovino para engorda no Brasil, é através da pecuária extensiva. O gado criado em confinamento, não será suficiente para suprir a demanda do mercado interno e das exportações”, pondera Monica Marchett.