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Em meio à pandemia de Covid-19 e à crescente digitalização de empresas, processos e dinâmicas da vida social, ganhou força, em 2021, as transações comerciais realizadas por meio de NFTs (non-fungible tokens, ou, em português, tokens não fungíveis) – tipos especiais de tokens criptográficos que não são mutuamente intercambiáveis e que representam algo específico e individual.
A relevância destes tokens, muito utilizados para a compra de obras digitais criptografadas, fez com que até mesmo o dicionário inglês Collins escolhesse o termo NFT como a palavra do ano em 2021. E não foi à toa: no último ano, de acordo com dados da startup DappRadar, que monitora em tempo real diversas plataformas blockchain, os tokens não fungíveis movimentaram US$ 24,9 bilhões (cerca de R$ 134, 7 bilhões) – para efeito de comparação, segundo o mesmo índice, em 2020 foram comercializados US$ 94,9 milhões (algo em torno de R$ 513 milhões) em NFTs.
Vendas realizadas em leilões on-line, no entanto, não foram contabilizadas no estudo da DappRadar, indicando que o valor real movimentado seja ainda maior. Algumas obras “não fungíveis” inusitadas, por exemplo, foram leiloadas em 2021, como o primeiro SMS, enviado em dezembro de 1992; e a primeira edição do Wikipedia levada ao ar, datada de janeiro de 2001. Além disso, há peças digitais que foram vendidas por centenas de milhões de reais, como a obra “Everydays — The First 5000 Days”, do artista Mike Winkelmann, mais conhecido por seu pseudônimo Beeple, que foi leiloada por US$ 69 milhões (cerca de R$ 373,3 milhões).
Se no meio artístico, os NFTs têm ganhado força, em outras áreas, aos poucos, os tokens não fungíveis também vão surgindo como alternativa às transações comerciais convencionais. No meio imobiliário, por exemplo, já é possível encontrar comprar, por meio de NFTs, frações de terrenos que abrigarão edifícios, alterando drasticamente um mercado consolidado praticamente sem mudanças há décadas.
Tokens imobiliários
Sendo os tokens imobiliários uma novidade que ganha cada vez mais espaço nos últimos anos, é natural que leilões on-line de frações de terrenos não tardassem a ocorrer. Neste sentido, de forma pioneira, está sendo realizado, até o dia 21 de janeiro, às 15h, o primeiro leilão de tokens imobiliários no país, em que serão ofertadas “frações” de um em empreendimento que será lançado na cidade de Sumaré, no interior de São Paulo.
Para Rafael Felcar, CEO da Toke Invest, plataforma de ativos reais tokenizados que é proprietária do terrenos a ser leiloado, a aquisição de de “pedaços” de um empreendimento imobiliário é o ideal “para aqueles que não desejam concentrar seus recursos na aquisição de um único imóvel”, possibilitando “diversificação” dos investimentos. Segundo o empresário, este tipo de investimento é muito procurado por pessoas que “acreditam no imóvel como veículo de construção patrimonial e não tem dinheiro para compra de um imóvel inteiro”, podendo assim, comprar “somente a parte do imóvel que pode pagar”.
Sobre a tendência dos leilões de NFTs, Felcar afirma que trata-se de “excelentes canais de vendas” para produtos das mais variadas naturezas. “Muitas casas leiloeiras têm investido no ambiente blockchain para automatizar processos e obter acesso a produtos diferenciados para venda”, diz. “Acredito que vai se tornar cada vez mais comum este tipo de leilão”.
“Os NFTs são uma tendência global forte e cada dia ocuparão mais espaço na vida das pessoas, sendo que os leilões entram como um canal de venda destes produtos, portanto crescendo junto”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: https://tokeimoveis.com.br
Website: https://tokeimoveis.com.br