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No Brasil, 26% dos consumidores de vinhos importados fazem suas compras pela internet, segundo pesquisa da Wine Intelligence. Trata-se da terceira maior proporção de vendas de vinho online do mundo, ficando atrás apenas de Reino Unido e China. Não sendo o vinho produto de primeira necessidade, também é de surpreender o aumento das importações no Brasil que registram 35,9% nos primeiros quatro meses de 2021, de acordo com a Ideal Consulting.
Por outro lado, o consumo de vinho no Brasil cresceu 18,4% em 2020, informa a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), e assinala que o país passou de aproximadamente 360 milhões de litros para 430 milhões de litros entre o ano de 2019 e de 2020. Segundo a Wine Intelligence, o vinho foi o grande beneficiado desta pandemia.
A aceleração digital provocada pela pandemia provocou a migração de consumidores das lojas físicas e empórios para as plataformas de e-commerce. Que o digam o Magazine Luiza, Via Varejo e B2W, exemplos da tendência, e que viram suas ações se valorizarem nos últimos meses.
A Grand Cru, maior importadora de vinhos da América Latina, que atua com franquias, operações próprias, e-commerce e serviço de assinatura de vinhos, afirma que o aumento de consumo no digital durante a pandemia expôs a necessidade de expandir o atendimento para onde o cliente estiver, com cada vez mais rapidez e eficiência. Atualmente, os pedidos on-line representam 25% das vendas da importadora. No final de 2020, o faturamento de vinhos vendidos on-line havia crescido de 8% para 25% do faturamento total.
De olho neste nicho de consumidores digitais, a Winetrader surge como novo canal no mercado de vinhos importados para ajudar donos de coleções e rótulos de alta gama a identificar eventuais compradores através de uma plataforma digital que atua como um “marketplace” de nicho. “Enxergamos uma oportunidade no mercado de compra e venda de vinhos raros e notamos que os vendedores e compradores destes produtos não encontravam uma opção voltada especificamente para este segmento e acabavam usando plataformas generalistas como o MercadoLivre”, comenta o sócio-diretor Paulo César Alkimim de Oliveira, com vasta experiência em plataformas B2B.
Enoturismo embargado
Antes da pandemia, era comum uma privilegiada elite de viajantes adeptos do enoturismo adquirir rótulos caros quando visitavam destinos como Borgonha, Bordeaux, Alsace, Toscana, Rioja, Douro, Porto, Mendoza e Chile, apenas citando alguns, segundo dados da agência de marketing Cap Amazon, que anualmente realiza um evento dedicado a este segmento – o Invino Wine Travel Summit. Segundo a agência, alguns colecionadores acabavam comprando estes vinhos pelo prazer de incrementar sua adega ou como investimento. Mas diante das restrições de fronteiras fechadas, ficou difícil viajar e comprar vinhos lá fora. É aí que a Winetrader entra para identificar potenciais compradores para estes vinhos, cobrando uma comissão de 20% para pessoa física, mas podendo chegar a 15% para pessoa jurídica, dependendo do volume.
Ícones como Chateau Petrus 1982, Chambertin Armand Rosseau 1999, Romanee Conti Echezeaux 1997, Chateau Margaux 1982, Chateau Lafite 1990, Chateau Haut-Brion 1989 e Chateau Mouton Rothschild 1986 são raridades já comercializadas ou em atual comercialização na plataforma, mas rótulos acessíveis entre 50 e 70 reais, de boa qualidade também podem ser encontrados. Há por exemplo, um vinho do Porto que data de 1858, com mais de 150 anos. Os rótulos franceses e italianos são os mais valorizados, mas segundo os sócios, os sul-americanos são muito procurados. A ideia é atender tanto os clientes grandes conhecedores que buscam vinhos diferenciados quanto aqueles que estão começando neste universo e buscam sugestões de rótulos exclusivos.
Atualmente encontram-se disponíveis na Winetrader cerca de 500 rótulos que vão de 100 até 30 mil reais. Entre as metas deste ano os sócios miram aumentar a variedade de vinhos para 3.000 rótulos até o final de 2021.
Website: http://www.winetrader.com.br