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A adolescência é uma fase da vida marcada por mudanças, tanto psicológicas quanto físicas, o que inclui alterações nos dentes e na boca. Doenças bucais e periodontais como cárie, gengivite, mau hálito, problemas com os dentes do siso e bruxismo são os mais comuns nessa fase. No Brasil, a cárie atinge cerca de 76% dos jovens entre 15 e 19 anos, de acordo com o último levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal realizada em 2010.
“Muitos jovens acreditam que não carecem de tantos cuidados, mas a prevenção e os cuidados com a saúde bucal são necessários em qualquer fase da vida. A falta de higiene adequada, por exemplo, gera placa bacteriana (biofilme dental), com possível presença de sangramento gengival e dor”, comenta a Dra. Luciana Aparecida de Sousa Iwamoto, cirurgiã-dentista e presidente da Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Fatores de risco para a boca dos jovens
Os hábitos alimentares dos adolescentes podem representar um fator de risco para a saúde bucal. Alimentos açucarados, refrigerantes e energéticos devem ser evitados a fim de prevenir a formação de cárie dentária e a erosão ácida da superfície do esmalte do dente.
O uso de piercing na língua ou em outras regiões da boca também pode prejudicar a saúde do adolescente. Ao furar alguma parte do corpo, mesmo com todo o cuidado no procedimento, ainda há chance de infecções e outras complicações ocasionadas pelo uso do objeto, como a formação de tumores que podem ser malignos ou benignos.
“Há outros malefícios que podem surgir, como perda parcial do paladar, fratura dental, verrugas e manchas esbranquiçadas na língua e nos dentes. A língua é formada por nervos e vasos sanguíneos e qualquer perfuração poderá causar danos muitas vezes irreversíveis”, explica a Dra. Luciana.
Higiene básica e confiança nas recomendações ajudam na prevenção
Mesmo sendo comuns na adolescência, os problemas bucais podem ser tratados e prevenidos com cuidados básicos, evitando complicações na fase adulta.
O mau hálito, condição comum entre jovens, tem tratamento e, dependendo do caso, pode ser resolvido apenas com a adoção de uma boa higiene bucal, seguindo as orientações de um profissional quanto à escovação e a alimentação.
Outros casos comuns entre adolescentes são as queixas de dores e outros incômodos ocasionados por desalinhamento dentário, como mordida cruzada ou profunda, ou mesmo pelo nascimento dos dentes do siso. Essas duas condições requerem um cuidado maior e um acompanhamento frequente do cirurgião-dentista, que avaliará a necessidade do uso de aparelhos ortodônticos ou de extração dos dentes.
No caso do uso de aparelho, é importante que o jovem entenda o procedimento e siga as recomendações feitas pelo cirurgião-dentista para sua eficácia. “Existem tratamentos que não comprometem a estética, como a ortodontia lingual e os alinhadores. É importante que o ortodontista, compreendendo as necessidades individuais de cada paciente, escolha o melhor recurso para um planejamento seguro e eficaz de tratamento, assim como é importante que o paciente esteja de acordo com o proposto.” ressalta a cirurgiã-dentista.
“É importante estabelecer um bom diálogo com o paciente, ter uma comunicação efetiva e direta acerca dos procedimentos e das razões que levaram a sua adoção. Ao se ter essa relação de parceria entre o paciente e o cirurgião-dentista, esse jovem se sente mais seguro, confia no profissional e, com isso, atenderá suas solicitações, sendo mais colaborativo com o tratamento”, completa.
Website: http://www.crosp.org.br/