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A prática do xadrez está presente nas sociedades orientais há eras. Não há precisão em relação ao local onde o jogo foi criado, mas se supõe que foi na região onde hoje se encontra a Índia, por volta do século VI. Desde então, duradoura e profícua é a história do xadrez e o século XX foi muito importante para a consolidação da prática como demonstração de poder intelectual entre potências, especialmente durante o período da Guerra Fria, evidenciando grandes nomes como Bobby Fischer, Garry Kasparov e Mikhail Tal.
No Brasil do começo do século passado, o xadrez teve seu ponto alto com o enxadrista Henrique Mecking, mais conhecido por Mequinho, que teve grande pontuação no ranking internacional. Mequinho ganhou destaque mundial após se tornar o primeiro Grande Mestre do Brasil nos anos 70, atraindo os olhares da mídia e também do então presidente Garrastazu Médici. Hoje, o país conta com profissionais reconhecidos, tais como Krikor Mekhitarian, Rafael Leitão e Luis Paulo Supi, que carregam o título de Grande Mestre e levam o nome do Brasil a patamares internacionais.
Dos tabuleiros para as telas
A série “O Gambito da Rainha”, produzida e lançada pela Netflix em outubro de 2020, teve forte impacto na mídia, tornando-se o título mais popular já feito pela produtora. Isso ocasionou no despertar da paixão pelo xadrez por uma nova geração. Segundo o portal da Revista Galileu, as buscas pelo jogo aumentaram 41% após o lançamento da série. Perguntas sobre como jogar xadrez, estratégias, número de peças e tipos de tabuleiro triplicaram de acordo com o Google – o que revela um novo interesse pela prática nos dias atuais.
Com profunda construção de personagens e trama envolvente, a obra chamou a atenção da crítica e recebeu a avaliação de 97% (de 100) no Rotten Tomatoes – site americano, agregador de críticas de cinema e televisão. Desse modo, nota-se que o xadrez ainda serve de “insight” para quem busca sofisticar a capacidade estratégica e fazer analogias entre as “jogadas” dos Grandes Mestres com diferentes áreas do saber. Isso, por sua vez, deve ser algo tão popularizado quanto a minissérie.
Refletindo a respeito desta conexão, Ana Carolina Neves, profissional à frente do Marketing na DINO – Agência de Notícias Corporativas -, compartilhou algumas analogias entre “O Gambito da Rainha” e a área de Marketing Digital. “A protagonista Beth Harmon (interpretada por Anya Taylor-Joy) pode ensinar muito para o marketing digital e também para a vida”, inicia Ana.
Perfil curioso
No enredo da série, Beth Harmon é uma órfã que descobre um talento incrível no xadrez enquanto luta contra dificuldades pessoais e, mais tarde, contra o vício. Embora possua um perfil controverso, a personagem desenvolve habilidades e competências interessantes que a impulsionam na carreira de enxadrista e que também podem ser úteis para qualquer pessoa. A personagem, ao conhecer o universo do xadrez, se encanta com absolutamente tudo que está envolvido ali. A paixão pelo jogo e pelo raciocínio lógico e estratégico a tornou cada vez mais curiosa. Assim, sempre que ouvia um termo desconhecido sobre o jogo, Beth questionava tudo e todos, sem hesitar, principalmente os colegas que estavam há mais tempo no ramo. Ou seja, ela sempre buscou aprender o que não conhecia e se aproximar das pessoas certas.
Ter um plano de ação claro
Na série, boa parte da vida de Beth é dedicada ao xadrez, mesmo que de maneira pouco saudável em alguns momentos. Fato é que seu sucesso profissional não ocorreu da noite para o dia e muito menos apenas por sorte. Beth Harmon sabia quais eram as possibilidades da profissão, onde existiam campeonatos de xadrez, calculava se a margem de lucro da vitória seria suficiente antes de se deslocar para uma competição em outra cidade. Enfim, pensava racionalmente antes de dar os próximos passos na trajetória profissional. Ou seja, conhecia o mercado e enfrentava os novos desafios para o crescimento profissional com um risco calculado, o que reduz as chances de perdas.
Foco nos objetivos
Com raciocínio estratégico, Beth sempre teve seus objetivos muito claros e se esforçava todos os dias para chegar o mais perto possível deles. Ela treinava sempre que podia, refazia as partidas em que fora vitoriosa e também aquelas em que fora derrotada. Fazia uma autoanálise de todas as suas jogadas e procurava os próprios pontos fracos para resolvê-los e se tornar mais forte. Ou seja, é possível, desse modo, mensurar os resultados do trabalho e sempre buscar melhorias.
Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho, mas executar não
Beth nunca se contentou com a derrota ou com uma vitória fácil, vinda de um adversário que ela considerava fraco. Ela sempre trabalhou e se esforçou para ser a melhor enxadrista do mundo. E esteve aberta a enfrentar os desafios ao nível do seu sonho. O que é totalmente diferente de alguém que sonha ser o melhor em algo, mas não se esforça para isso. Sonhar pode ser fácil, a dificuldade está em realizar e, portanto, é neste lugar que deve estar o foco e o esforço.
O Gambito da Rainha é uma obra de grande sucesso da Netflix, resultante de esforços mútuos desde a pré-produção até o recorde de audiência. Para além da ficção, a minissérie traz inspiração através da história da enxadrista Beth Harmon, que desenvolveu habilidades potentes e úteis para todas as pessoas.
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