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O reumatologista e prestador da Geap Saúde, Dr. Vinícius Vidal, explica que a Fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica caracterizada principalmente por dor musculoesquelética generalizada associada a outros sintomas como fadiga e sono não reparador.
Segundo o médico, estudos apontam que a Fibromialgia afeta de 0,2% a 5% da população geral mundial e 2,0 a 2,5% da população brasileira. “A patologia acomete mais as mulheres, com idade de incidência variando entre 25 e 65 anos, do que os homens”, complementa.
É o que aponta a estudante Ingrid Jacob, de 23 anos, diagnostica com Fibromialgia em 2018: “A maioria das mulheres da minha família possuem a doença e, depois de ser diagnosticada, descobri.” Perder a força da mão, deixar cair objetos, não conseguir segurar ou abrir alguns recipientes e até pentear o cabelo são algumas das dificuldades enfrentadas pela estudante.
Além disso, o paciente acometido pode apresentar alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. “Outro fator interessante é que a patologia está relacionada ao funcionamento do sistema nervoso, o que leva o paciente a ter hipersensibilidade ao toque e à compressão da musculatura quando examinado”, ressalta a enfermeira Carla Azevedo.
“Eu lembro de um dia bem específico que estava na aula e tive tanta dor que me sentei no chão e não conseguia levantar sozinha, só conseguia chorar. Alguns alunos me ajudaram a ir para um sofá para esperar um pouco, ver se relaxante muscular ajudava”, relata Ingrid.
O jovem Misael Cerilo, 23 anos, foi diagnosticado aos 21. Ele também conhece duas pessoas com a síndrome, ambas mulheres: uma tia e uma prima. “Mas eu só fui saber do quadro de saúde delas quando contei o meu diagnóstico e decidiram se abrir comigo. Antes, eu não sabia que elas sofriam de Fibromialgia, pois nunca tinham falado nesse assunto”, conta o funcionário público.
No mês das mulheres, é importante falar sobre a saúde da população feminina e as doenças que mais as afetam, para buscar os cuidados e tratamentos adequados. A Fibromialgia, por exemplo, é uma doença reumática que não tem cura, mas, se tratada corretamente, pode ter os sintomas amenizados. O diagnóstico e o tratamento são definidos pelo reumatologista.
Conforme o especialista, o tratamento da Fibromialgia deve ser multidisciplinar, individualizado, contar com a participação ativa do paciente e basear-se na combinação das modalidades não farmacológicas e farmacológicas, devendo ser elaborado de acordo com a intensidade e características dos sintomas.
É o que também afirma a professora Wânia Andrade, 52 anos, diagnosticada em 2015: “É possível ter uma vida normal, a partir de acompanhamento médico e cuidando do emocional, pois esse é um fator preponderante para a qualidade de vida. Procurei psicóloga para auxiliar no tratamento.”
“Os mecanismos de estresse podem ser corrigidos com técnicas psicológicas, como a terapia cognitiva-comportamental. Outras modalidades também demonstraram eficácia na redução da dor como: técnicas de meditação, hipnose, terapia de comprometimento e aceitação (TCA), entre outras”, complementa Dr. Vidal.