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A Agência Federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA) publicou os resultados de uma série de estudos que comprovam que o Polimetilmetacrilato (PMMA) é seguro para preenchimentos. A divulgação do documento se une a uma série de outros artigos científicos que têm revolucionado a área.
Segundo o FDA, o índice de complicações apresentados por preenchimentos com PMMA é inferior a 1%. No total, foram analisados 3.782 casos de efeitos adversos registrados neste tipo de procedimento entre 1993 e 2014 envolvendo os quatro preenchedores mais tradicionais do mercado. No estudo, a substância com maior número de efeitos adversos foi o ácido hialurônico (44%), seguido do ácido polilático (40%) e da hidroxiapatita de cálcio (15%). Com o menor número de adversidades, por fim, aparece o PMMA, com menos de 1% de complicações.
Nos EUA, o FDA é um órgão equivalente à ANVISA, que também se posicionou favoravelmente ao uso do PMMA. No documento, a instituição brasileira esclarece os dois usos permitidos para a substância no Brasil: a correção volumétrica facial e corporal e também para correção de lipodistrofia, uma alteração provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes HIV+.
O posicionamento adotado tanto pelo governo americano quanto pelo brasileiro é resultado de uma transformação que vem acontecendo no meio científico ao perceber as inúmeras possibilidades de aplicações da substância. Atualmente, o PMMA como preenchedor para fins estéticos e reparadores é apenas uma pequena fração do seu uso na medicina. Entre seus usos estão: Engenharia de Tecidos, Tratamentos Cardíacos, Reconstrução Muscular, Reconstrução Óssea, Tratamentos Neurológicos e Implantes Odontológicos.
A comunidade médica brasileira, uma das mais atuantes nesse sentido, tem se esforçado para explorar o seu potencial. Graças a isso, a cidade de Balneário Camboriú foi escolhida para ser a sede do 1º Congresso Mundial de Implantes com PMMA. O evento científico acontecerá de forma presencial no dia 27/11/21, contará com a presença das maiores autoridades mundiais no assunto. O objetivo é mostrar ao público o que esses médicos-cientistas estão descobrindo tanto no laboratório quanto na prática clínica.
“O Brasil é um dos países mais avançados em preenchimentos reparadores e estéticos e a nossa intenção é apresentar aos médicos injetores o quanto o mercado está evoluindo em possibilidades. No entanto, o nosso maior desafio é mostrar aos médicos que ainda não conhecem o PMMA o quanto ele é seguro e como está amparado em décadas de estudos e comprovações científicas” – aponta Thiago Cruz, organizador e idealizador do evento.
Cruz destaca que, por muito tempo, o termo PMMA foi usado erroneamente para se referir a substâncias como o silicone industrial e outros tipos de óleos que são ilegais e nocivos ao corpo.
“Isso aconteceu porque pessoas sem formação médica faziam e ainda fazem uso de substâncias clandestinas para realizar procedimentos de modificação corporal. Anunciam que utilizam PMMA, por ser regulamentado, quando, na verdade, utilizam silicone industrial e outras substâncias nocivas. Essa prática constitui crime de acordo com o Código Penal que considera exercício ilegal da medicina e curandeirismo. Estamos há muito tempo lutando para que essas informações cheguem a mais pessoas, para evitar que sejam enganadas e sofram mutilações” – destaca. De fato, tanto o FDA, quanto a Anvisa afirmam em suas publicações, que apenas médicos com formação adequada podem usar a substância. Este é um dos motivos para o congresso aceitar apenas a participação de médicos e estudantes de medicina.
Thiago afirma ainda que o evento é uma oportunidade para a formação e atualização médica, bem como para a disseminação de uma técnica segura e que traz resultados de longa duração.
“Nós estamos orgulhosos em poder assegurar ao Brasil a honra de ser a sede do 1º Congresso Mundial de Implantes com PMMA. Ele será histórico e fará parte da luta dos médicos brasileiros para mostrar ao mundo o quanto o PMMA pode ser uma opção para devolver qualidade de vida e promover a autoestima de pessoas que buscam procedimentos estéticos e reparadores” -, acrescenta.
Thiago finaliza apontando que há dois outros estudos muito interessantes e recentes feitos por médicos brasileiros sobre o PMMA. O primeiro reforça o argumento do FDA sobre o baixíssimo índice de efeitos colaterais da substância. O segundo tem sido apontado como um dos mais inovadores na área ao criar uma técnica diferenciada de bioestimulação de colágeno de longa duração com PMMA.
Fontes:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31592917/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31333932