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Empreender significa a predisposição a identificar problemas e oportunidades, investir tempo, recursos, competência e habilidade na criação de algo, de um negócio ou projeto, que seja capaz de alavancar mudanças, gerando impacto positivo. O empreendedorismo feminino envolve desafios e oportunidades, além de contribuir para o empoderamento feminino, conduzindo a mulher a liderança e a construção de belas e extraordinárias trajetória profissionais e pessoais. Trata-se de um grande movimento que contempla negócios idealizados e comandados por uma mulher.
No Brasil existem mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras, correspondendo a 48,7% de todos os empreendimentos, dados da Global Entrepreneurship (GEM, 2018). Em 2019, de acordo com o relatório do Sebrae em parceria com IBQP (Instituto Brasileiro de Pesquisa em Qualificação), a taxa de empreendedoras no estágio inicial do negócio, de até três anos e meio de existência, chegou a 16 milhões de mulheres, representando metade dos negócios que estão na mesma fase. São diversos ramos desenvolvidos por mulheres, estes representam 48% das microempreendedoras individuais (MEI), em destaque esta os setores de: beleza, moda e alimentação.
Um novo mercado gerou em 2019 cerca de 50 bilhões de reais, e em sua maioria é liderado por empreendedoras, trata-se do mercado de artigos artesanais. Com uma gama extensa de produtos e serviços, a atenção do mercado está no ramo de festas, seja na confecção de produtos personalizados ou na decoração. O faturamento movimentado por esta categoria é de milhões de reais anualmente. Hoje o foco está em produtos personalizados para festas de: aniversário, chá de bebê, formatura e casamento.
O setor de Papelaria Personalizada produz manualmente artigos autênticos, originais e individuais em plena era tecnológica. O que significa o retorno a identificação através de personalizados, fugindo dos padronizados, demostrando a valorização dos sentimentos, expressos em cada detalhe das: lembrancinhas, convites, cartões, cestas, kit para mesa, kit para bolo e arranjos entre outros, que surgem segundo o olhar criativo do autor. Neste mercado, há uma busca, para representar carinhosamente, da melhor maneira possível, a intensão mais singela e amorosa.
Segundo a Abrafesta (Associação Brasileira de Eventos) o brasileiro movimenta R$ 17 bilhões com eventos sociais, e mesmo em tempo de crise há crescimento de 14% anualmente.
A empreendedora Ana Cláudia, de Belém – PA, está no mercado de Papelaria Personalizada há 8 anos, conta ter iniciado como uma alternativa de ganho extra, mas o negócio transformou sua vida e da sua família.
Em 2012 recém-chegada a cidade de São Luiz do Maranhão, com toda sua família, a arquiteta, mesmo sem conhecimento avançado, tomou a iniciativa e deu primeiro passo. Ela conta que – “No início não havia cursos, o acesso ao material didático era muito difícil, é a intensão era faturar cerca de R$ 800,00 por mês, o que seria um valor extra no orçamento, mas minha surpresa foi grande quando faturei no primeiro pedido R$ 700,00. Percebi que havia mercado e condições de trabalho viável, então comecei. Logo a pequena e inesperada empresa cresceu e percebi que poderia ajudar muitas mulheres a terem seus sustentos, estruturarem suas vidas financeiras e até mesmo ter mais liberdade, seja de tempo ou financeira.”
Ana Claudia reuniu conhecimento, descobriu soluções, construiu técnicas e metodologia exclusivas, e de boca a boca, o negócio cresceu e chamou atenção de muitas mulheres.
Desta forma, uma nova oportunidade de negócio surgiu, como resposta ao interesse de outras empreendedoras. Com o apoio do seu marido, André Uchoa, economista com MBA em Marketing Digital, hoje gerente de marketing da empresa familiar Ana Cláudia Treinamentos, nasce então o Curso Online de Papelaria Personalizada, assim como outros cursos para ajudar no desenvolvimento e aperfeiçoamento administrativo e marketing e vendas para empreenderas iniciantes.
São mais de 4000 alunas, seus cursos ensinam técnicas exclusivas para corte e decoração, além de estratégias administrativas para orientarem as empreendedoras, a iniciarem e manterem seus negócios em crescimento, como por exemplo os cursos: “Viver de Papelaria Personalizada” ou “Foco nas Vendas” entre outros. Em seu painel de alunas encontra-se mulheres brasileiras que residem por todo o mundo como: Japão, Austrália, Portugal, Colômbia e outros, assim como, empreendedoras americanas de língua espanhola, que mesmo com um pouco de dificuldade de compreensão da língua, não se abatem, afinal a língua para Papelaria Personalizada, não significa necessariamente um obstáculo.
Hoje em meio a situação econômica mundial e todas as dificuldades causas pela pandemia, o mercado de personalizados não recuo em crescimento e sim avançou. Afinal o brasileiro não deixou de montar suas belas mesas de aniversário, chá revelação ou chá de bebê, mesmo sem as aglomerações familiares, os preparativos são realizados cuidadosamente e belas fotos registram o momento especial da família com toda especificidade e carinho que a Papelaria Personalizada traduz.
Ana Claudia também ressalta que não é preciso muito para começar, equipamentos tecnológicos de primeira geração são importantes, mas qualquer um com papel, uma impressora simples, computador, programa de tratamento de imagem e uma boa tesoura, podem realizar um bom trabalho. É claro criatividade, força de vontade e persistência não podem faltar.
De acordo com Andrea Uchoa, diversas alunas começam o próprio negócio usando o celular para personalizar a arte, uma gráfica ou lan house para imprimir e finalizam com as técnicas de recorde da Plataforma, ou seja, com um pequeno investimento. Inicialmente o faturamento é por volta de mil e quinhentos reais, alcançando de cinco a sete mil reais – “Criatividade, disciplina e tempo, seja de trabalho ou de estudos das estratégias oferecidas, com certeza levará a ganhos maiores e consequentemente a estabilidade do negócio e a construção de uma carreira de sucesso.”
Conforme diferentes agências que acompanham o crescimento do Empreendedorismo feminino não se trata de algo fácil ou simples, mas é um desafio alcançável. Para algumas mulheres, a empreitada se dá por dificuldade financeira, necessidades propriamente ditas, ou a intensão de criar outras fontes de renda, já para outras, é uma solução para ter tempo e cuidar melhor da família, principalmente após uma gravidez. Para o Brasil é a colaboração para construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de rendas, movimentando mercados distintos, causando impactos em diversos segmentos da sociedade e formando grandes lideranças.