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O sul da Flórida registrou fortes vendas internacionais de imóveis em 2021, apesar das restrições de viagens decorrentes da pandemia de covid-19. Segundo a Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR), compradores estrangeiros movimentaram cerca de 5,1 bilhões de dólares em propriedades residenciais na região no ano passado, dando ao estado a liderança em transações internacionais de imóveis pelo 13o ano consecutivo.
Os números, porém, estão longe dos resultados pré-pandemia. De abril de 2020 a março de 2021, a compra de imóveis por estrangeiros teve uma queda de 27% no país, comparado ao ano anterior.
Os compradores internacionais no estado são, em grande parte, da América Latina, encabeçados pelos argentinos (13%), e seguidos por colombianos (12%), venezuelanos (10%), mexicanos (7%), brasileiros e chilenos, empatados com 6% das transações imobiliárias na região.
Com a abertura das fronteiras para estes países, em novembro, especialistas do setor estimam que potenciais compradores, impedidos de visitar pessoalmente os imóveis à venda, tendem a fechar mais negócios em 2022. De acordo com a NAR, 50% de seus associados na Flórida trabalharam com clientes internacionais nos últimos 12 meses, número três vezes maior que a média nacional de 15%.
O sul da Flórida, região que abrange Miami, Fort Lauderdale e West Palm Beach, representa 10% de todas as vendas internacionais de imóveis nos EUA. Orlando aparece em segundo lugar, com 10% da preferência, e Tampa em terceiro, com 8%.
A grande questão neste momento é se há casas suficientes para atender a demanda estrangeira na região. “Grande parte do crescimento das vendas de imóveis vem ocorrendo nos mercados de ponta, enquanto as áreas de nível médio a baixo não estão vendo tanto crescimento porque há pouco inventário disponível”, declarou o economista-chefe da NAR, Lawrence Yun.
Segundo o brasileiro Alexandre Fraga, CEO da Fraga Company, hub de negócios imobiliários na Flórida, a disputa por imóveis bem localizados e com bons preços está acirrada. “A disputa é entre compradores internos, especialmente de Nova York, que estão se mudando para a Flórida com trabalhos remotos, e investidores da América Latina, tentando se proteger da instabilidade política e econômica de seus países”, diz.
Há oito anos no mercado norte-americano, Fraga atende compradores de diferentes países, incluindo México, República Dominicana, Peru, Colômbia e, principalmente, Brasil. “Os sul-americanos estão cada vez mais buscando atrelar parte de seu patrimônio a uma moeda forte, de olho no longo prazo do investimento”, afirma.
Vem daí a preferência desse público pelas vacation homes, casas de temporada em condomínios fechados, perto dos parques temáticos de Orlando. “A grande vantagem das vacation homes é que a renda do aluguel por temporada, muitas vezes, supera a parcela do financiamento e pode gerar um retorno entre 6% e 11% ao ano”, estima Fraga.
Em 2019, cerca de 75 milhões de pessoas visitaram a cidade de Orlando, sendo 85% composto por turistas domésticos. Ou seja, mesmo com as fronteiras fechadas para outros países durante a pandemia, proprietários de vacation homes conseguiram faturar com o fluxo de turistas locais que buscavam um lugar para se hospedar perto dos parques. “A cidade de Orlando não depende do turismo internacional, por isso os aluguéis de temporada na região são considerados um dos investimentos mais rentáveis e seguros do mundo”, diz Alexandre Fraga.
De acordo com a NAR, 40% dos estrangeiros que compraram uma propriedade na Flórida nos últimos anos consideram a compra de imóvel no estado um investimento seguro.
Website: https://fragacompany.com/