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Contador dá dicas de como pequenas empresas podem sair do vermelho no fluxo de caixa

Pequenas empresas que não possuem controle contábil financeiro fecham as portas com menos de um ano de atuação no mercado

atualizado

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Apesar do crescimento do número de pequenas empresas no Brasil, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, dados de suas pesquisas mostram que há mais de 10 anos a gestão empresarial não obtém êxito, e que cerca de 50% das empresas morrem nos primeiros quatro anos. A entidade afirma que um dos fatores condicionantes para uma empresa fechar as portas é a deficiência na gestão financeira.

O sonho de ter o próprio negócio, algumas vezes, pode se tornar um grande pesadelo para o pequeno empreendedor, de acordo com o graduado em Ciência Contábil Alan Pereira Ribeiro que dará dicas de como sair do vermelho. Primeiro, ele informa que a maioria das pequenas empresas que não possuem controle contábil financeiro, tem a tendência de fechar suas portas com menos de um ano de atuação no mercado.

Conforme Alan, o pequeno empresário para ter sucesso no negócio tem que ter a noção da rotatividade financeira da sua empresa, saber para onde o dinheiro está indo e como os gastos estão sendo realizados. Também explica que uma simples gestão de caixas e despesas bem feitas ajudarão numa melhor analise, a curto e longo prazo, para montar uma estratégia que se adapte a sua geração de caixa. “Nos melhores meses da empresa, sempre guarde caixa para momentos difíceis, não é porque você está com as contas em dia que irá utilizar todo dinheiro para gastos ou ativos pessoais”, afirma Alan Ribeiro, que possui Pós-Graduação em Controladoria, Finanças e Auditoria.

Outra dica importante, diz o especialista com forte experiência na implantação de KPIs para auxílio na gestão dos indicadores de empresas, é não misturar contas pessoais com contas da organização, o ideal é estabelecer um valor fixo mensal como pagamento de salário. Ele alerta que muitas empresas não sobrevivem por simples motivo: o proprietário utiliza o dinheiro do caixa circulante (dinheiro da compra de estoque, pagamento de contas como aluguéis, energia, entre outros) para gastos pessoais. O contador de empresas esclarece que uma forma de não criar mais dividas do que o necessário é negociar prazos com os fornecedores, principalmente se estiver com o caixa no negativo, porque prazos maiores para pagamento, mesmo com juros, é melhor do que empréstimos bancários.

 “O dono de empresa que pretende ter rotatividade na venda de seus produtos, é bom sempre verificar todas as mercadorias em estoques que ficaram paradas por mais de três meses, e estabelecer um preço para saída rápida de cada uma. Essa solução é a mais eficaz em curto prazo para produzir caixa. Dessa maneira, poderá realizar novas compras e gerar novas receitas, consequentemente, gerar mais caixa para a empresa. O pequeno empreendedor precisa quebrar o paradigma de que vender o material a preço de custo causa prejuízo à organização, e evitar deixar mercadorias paradas nas prateleiras por não estar vendendo ao preço desejado. E caso compre uma mercadoria para pagamento em 30 dias, mas venda em 90, é possível que gere um caixa negativo para esse produto, com isso, precisará colocar capital próprio ou de terceiros (empréstimo) para financiar essa diferença dos 60 dias, o que não é recomendável”, explana Ribeiro, que tem experiência em coordenação na implantação do Sistema MRP no almoxarifado improdutivo nas plantas Taubaté – Brasil e na Planta de Chelsea – USA.

 Outra dica dada pelo especialista é a de separar as mercadorias por tipo de produto, por exemplo, como um supermercado faz: hortifrúti, cereais, carnes, entre outros. Assim, consegue analisar que espécie de negócio está dando lucro e avaliar se continua a vendê-lo no estabelecimento. “Às vezes, as empresas possuem artefatos que estão drenando todo o seu caixa, e a melhor decisão seria reduzir ou eliminá-los. Existem casos em que produtos específicos, mesmo não agregando valor, servem para chamar a atenção de alguns consumidores para a sua empresa, ou seja, indiretamente produz caixa em outras mercadorias porque o cliente sempre acaba comprando outros itens, mas cuidado, isso tem que ser bem analisado para tomar a melhor decisão”, esclarece o contador, que possui cursos de Estudos Contábeis e de Green Belt.

De acordo com a pesquisa ‘O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios’, realizada pelo Sebrae após a chegada da Covid-19 ao Brasil, os resultados negativos se intensificaram. Cerca de 62% dos empreendedores interromperam as atividades temporariamente ou em definitivo. E quase 88% deles viram seu faturamento cair em média 75%. “A pandemia complicou muito o setor empresarial, mas uma administração responsável e competente traz inúmeras vantagens ao longo do tempo, constrói um pilar sustentável na empresa, mesmo perante as crises. Cabe mencionar que as dicas apresentadas acima apenas serão válidas se a administração tiver disciplina e buscar auxilio, em primeiro momento de profissionais especializados”, conclui o contador Alan Pereira Ribeiro.

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