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Viver em um ambiente de caos durante uma terrível pandemia pode trazer diversas dúvidas, sobretudo, o que será da humanidade após uma profunda crise econômica, política e social? Será que é possível ter alguma certeza sobre o futuro? Se essas são algumas dúvidas que atormentam a população, os últimos 12 meses trataram de potencializá-las, embora a ideia de futuro possa ser essencialmente traduzida como incerta, pra não dizer desconhecida, mesmo com a tentativa de prevê-lo e controlá-lo.
Foi com esse ‘pano de fundo’ que o escritor e arquiteto, Caio Esteves, está lançando o livro “Cidade Antifrágil – Uma perspectiva para os lugares num futuro de incertezas”, pela editora Realejo, utilizando o conceito criado pelo matemático libanês Nassim Nicholas Taleb, responsável pela criação do conceito de antifrágil, que consiste basicamente em prosperar em tempos de incertezas, ou seja, construir modelos de negócios, de gestão pública, de política, de saúde e de sistemas econômicos, por exemplo, que possam não só sobreviver em meio ao caos, como seguir avançando, não só economicamente, mas qualitativamente.
“Se o futuro é o incerto e frágil, a cidade antifrágil é o presente, dinâmico e adaptável, colaborativo e conjunto, físico e virtual”, diz Caio Esteves, especialista em Place Branding (estudo dos lugares como marcas) e fundador da Place For Us (primeira consultoria especializada em Place Branding do Brasil, que em 2020 se juntou à Bloom Consulting), ressaltando a teoria do qual não se pode combater os problemas do futuro com soluções do passado, precisando necessariamente estar apto a combater os problemas do presente com as soluções do presente.
Um exemplo bastante comum é a cidade norte-americana de Detroit, no estado de Michigan, com grande parte da economia concentrada na indústria automobilística. Todavia, na década de 1960, após demissões em massa na indústria, a cidade teve de lidar com uma migração sem precedentes. Moradores foram buscar empregos e, consequentemente, moradia em outras cidades. O resultado desta experiência: de mais de dois milhões de habitantes (em 1960), a cidade reduziu seu percentual de residentes em quase 60%, chegando aos atuais 672 mil moradores, tentando de todas as formas e sem sucesso, se reerguer.
Segundo o autor, para definir a antifragilidade de um lugar, é necessário fazer como a “prova real” na matemática e conhecer suas fragilidades, entender a identidade dos seus indivíduos e de seus territórios, que, de acordo com o geógrafo Yi-Fu Tuan, é a soma da identidade dos indivíduos que o habitam. Desta forma, somando-se a opcionalidade à mistura, é possível definir a identidade do lugar, estudar suas fragilidades e formas de se preparar para enfrentar os momentos de incerteza, prosperando. “Fragilidade é prisão; antifragilidade é liberdade”, afirma Esteves.
Portanto, é possível utilizar os conceitos trazidos no livro para responder perguntas atuais, tais como: Será que a pandemia mudará a forma que as pessoas se relacionam com o espaço-público? Será que a sociedade abrirá mão da sua privacidade pela biossegurança de todos? Diante de tantas incertezas neste período de pandemia, existe uma convicção. “O mundo se tornou a nossa casa, e nossa casa, por sua vez, o centro do mundo”, finaliza o arquiteto e escritor.
O livro “Cidade Antifrágil – Uma perspectiva para os lugares num futuro de incertezas” do arquiteto e urbanista Caio Esteves já está à venda nas principais livrarias de São Paulo e pelo site da Editora Realejo – www.realejolivros.com.br.
Website: http://www.realejolivros.com.br