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Como viver bem mesmo com uma dieta restrita ao Glúten

Conheça as diferenças entre Doença Celíaca e alergia ao glúten e saiba como é possível viver bem com alguma restrição alimentar.

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Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que 1% a 2% da população mundial têm a doença celíaca. No Brasil, segundo previsões dos órgãos de saúde, a incidência gira em torno de 2 milhões de pessoas, o que equivale a 1% da população. 

O glúten é uma proteína presente em muitos cereais, como na aveia, centeio, cevada e o trigo. Praticamente 90% dos alimentos têm a presença desta proteína. A pessoa celíaca, ou seja, que não pode consumir glúten de forma alguma, tem uma doença autoimune onde as células do corpo que fazem sua defesa imunológica agridem o próprio organismo, causando um processo inflamatório. Esse processo ocorre na parede interna do intestino delgado e pode levar à atrofia das vilosidades intestinais, gerando a diminuição da absorção dos nutrientes e outras manifestações clínicas.

Com o agravamento da doença, podem surgir diarreia crônica, inchaço e dores abdominais, falta de apetite, vômitos frequentes. Essa reação exagerada do sistema imunológico provocada pelo glúten também pode levar a perda de peso, anemia, osteoporose, câncer, déficit de crescimento em crianças, dentre outras.

A variedade de sintomas, muitas vezes não associados à doença celíaca, dificultam o diagnóstico e o tratamento, que, no caso, é a dieta isenta de glúten. Para descobrir se a pessoa é celíaca, é preciso realizar exames laboratoriais – como testagem do anticorpo anti-transglutaminase tecidular  – IGA , anticorpo anti-endomísio  IGG, IGM, IGA – , Anti– Gliadina (gluten) IGA , anti gliadina (glúten) IGG, imunoglobulinas  IGA, endoscopia com biópsia do estômago e das primeiras porções do intestino delgado e avaliação dos sinais e sintomas do paciente, para que então o médico possa fechar o diagnóstico correto.

Dra. Carla Bermond, cirurgia dentista, descobriu há 8 anos que era celíaca. O primeiro diagnóstico foi como síndrome do intestino irritável. Mas, após realizar exames de rotina para uma pequena cirurgia, ela se viu com anemia. Assim, o cardiologista a encaminhou para o hematologista que pediu vários exames sorológicos. Com resultado em mãos, o hematologista constatou que ela era mesmo celíaca, porque os índices sorológicos estavam altos e com vários sinais e sintomas. Por fim, pediu a biópsia  por certificação, o que confirmou o diagnóstico.

Muitas pessoas confundem portadores de doença celíaca com pessoas sensíveis ao glúten, porém não celíacas, mas existem grandes diferenças. O celíaco tem uma reação autoimune de anticorpos ao glúten, sendo que o corpo não absorve esta proteína. Quando a pessoa é sensível ao glúten porém não celíaca, o problema não atinge o sistema autoimune  antígeno-anticorpo. Normalmente o alérgico tem mais reação na pele e garganta. Em casos mais graves, pode causar até choque anafilático, ou seja, a pessoa alérgica ao glúten precisa ter cuidado também com traços de glúten”, explica Carla.

O início da vida com restrições nem sempre é fácil. “Meu primeiro café da manhã eu quase chorei. O pão era ruim, a vitamina também era péssima. Tudo que tinha à disposição era ruim. Eu consegui umas torradas mas eram tão duras… Eu não sabia preparar nada. Acabava gastando muito para conseguir viver bem”, desabafa.

Para mudar esta situação, Carla pesquisou receitas gostosas para substituir o glúten e foi percebendo que muitas eram deliciosas. Assim, começou a divulgar para os amigos e em sites na internet. Anos mais tarde, ela teve a ideia de criar um livro com 60 receitas testadas e aprovadas por ela e outros celíacos, que será lançado em breve. São receitas doces e salgadas. Quem desejar conhecer, basta acessar o site www.dracarlabermond.com.br

Hoje Carla conta que consegue viver bem e sem glúten. “Eu nunca me senti tão bem. Sinto-me forte e disposta”, afirma. Para os que descobriram a pouco tempo esta restrição, ela dá uma dica. “Mesmo sabendo que alguns produtos não têm glúten, é importante verificar todos os os rótulos, pois na industrialização pode ocorrer a contaminação cruzada”, finaliza Dra. Carla.

Website: https://dracarlabermond.com.br/

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