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Desde o plantio até o café chegar à mesa, o grão percorre um longo caminho. São muitos os fatores que influenciam o preço que se paga pela mercadoria na gôndola como o câmbio em alta, o aumento nos custos dos insumos, o volume da safra, o clima e a continuidade da pandemia.
Segundo um estudo feito pela Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, no período de dezembro/2020 até julho/2021, o valor pago pela matéria-prima está, em média, 82% mais caro. Porém, nas prateleiras, o reajuste de preço do café atingiu a média de 15,9% para o mesmo período, percentagem muito abaixo dos 57% de aumento na média dos produtos considerados básicos, como o leite, o arroz, o óleo de soja e o feijão.
Margem da indústria está no pior patamar
As margens das indústrias de café estão no pior patamar e muitas não serão capazes de evitar o repasse ao consumidor devido à forte valorização dos insumos, o que continua a ocorrer no mercado.
“Sem reajuste, há um comprometimento na sustentabilidade do negócio. Para o consumidor continuar tendo acesso a um produto de qualidade, como ele está acostumado, precisará compreender o reajuste que a prateleira irá apresentar. Diante deste cenário, o consumidor terá que ficar atento e desconfiar daquelas marcas que oferecem preços muito baixos”, alerta Celírio Inácio, Diretor executivo da ABIC.
Produção e abastecimento
Em 2020, houve uma boa colheita. Já a safra de 2021, começou a ser comprometida no primeiro trimestre deste ano, consequência da seca prolongada no parque cafeeiro e de um ano de baixa na bienalidade do café, que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), está estimada em 49 milhões de sacas.
Entretanto, há 27 anos o Brasil não registrava uma geada tão intensa no parque cafeeiro, o que neste momento gera muita incerteza em relação ao tamanho da próxima safra. Essa situação afeta a oferta do café no mercado, fazendo com que os preços se movimentem. Neste momento, os preços da matéria-prima, calculados em reais, estão subindo como nunca antes testemunhado.
Consumo
O Brasil se manteve na posição de segundo maior consumidor de café do mundo e, apesar do cenário pandêmico, a procura por café seguiu seu ritmo de crescimento. O país registrou alta de 1,34% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar das preocupações com o impacto econômico, os efeitos sociais e o bem-estar das pessoas têm grande relevância nessa engrenagem. Afinal, 98% dos brasileiros consomem café. Hoje, no Brasil, há cafés para todos os gostos e bolsos.
Mais informações sobre o universo do café no Jornal do Café.
Website: https://www.jornaldocafe.com.br/