Compartilhar notícia
A corretagem de imóveis é uma profissão antiga e só em 1958 é que foi aberta para o público feminino, segundo o COFECI (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis), mas apesar de 63 anos de liberação a profissionais mulheres, o mercado de trabalho para elas ganhou destaque apenas nos últimos anos, representando um fatia de 30% dos profissionais regulamentados atuantes no Brasil.
No ano de 2020, o mercado imobiliário teve sua melhor performance segundo o CRECIBA, reflexos da baixa da Selic em 2%, além disso a pesquisa aponta que 30% dos profissionais são mulheres.
Rose Meyre é CEO da Mitre Vendas e utiliza o pseudônimo de Sophia Martins, uma prática comum desse mercado. Atua na formação de vendedores para o mercado imobiliário e relata que houve um aumento considerável de mulheres interessadas em ingressar no setor.
Segundo o CRECI, o corretor de imóveis pode receber de renda variável até 6% de comissão, fato que desperta o interesse em muitos profissionais pela possibilidade de renda variável e fazer seu próprio salário.
Para as mulheres, há um desafio a ser batido, que são os estereótipos conforme a Impulso Beta, empresa atuante na promoção da equidade corporativa, aponta que 30% das mulheres acabam sendo vítimas de assédio ou estereotipadas de alguma maneira.
Ao ser perguntada sobre as dificuldades mulher em exercer cargos competitivos que foram por anos dominadas por homens, Rose afirmou que houve muitos esforços para que seu profissionalismo fosse percebido, preconceitos que foram superados e principalmente foco na carreira.
A empresária que é graduada em Direito (PUC SP), Administração de Empresas e Ciências Políticas, relata que no começo da carreira no mercado imobiliário, sofria preconceitos em forma de comentários infelizes de corredor, mas que nunca se deixou abalar.
“São inúmeros desafios, preconceitos, lutas diárias, mas é preciso focar no objetivo e ter uma boa mentalidade positiva para os negócios. O mercado não tem mais espaço para pessoas pessimistas ou que se lamentam”, relatou Rose.
Mulheres no poder
Segundo pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) em parceria com a empresa Talenses, as mulheres representam 19% dos cargos de liderança no Brasil, sendo um número crescente a cada ano.
A profissional mulher além de lidar com o preconceito, tem outro desafio a ser superado, como aponta a pesquisa mais recente do IBGE onde as mulheres trabalham cerca de 2h30 a mais que os homens com as atividades domésticas, além das horas normais da jornada de trabalho.
Pesquisa da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) aponta que “as limitações para as mulheres para o mercado de trabalho começam em casa, com pequenos gestos e comportamentos como a menina brincar com um caminhão de plástico ou avião e ao invés de ser motivada, acabam sendo represadas”.
“Todo mundo tem seu espaço e o mundo está aí para todos, basta ter força de vontade e determinação”, finalizou Sophia Matins