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Talvez ninguém nunca tenha parado para pensar, mas existe uma semelhança enorme entre o processo de online dating (por meio de aplicativos de relacionamento) e a lógica de vendas. Mas de que forma aplicativos de namoro têm relação com o universo comercial? A resposta é: Big Data, ou seja, a análise e interpretação de um volume grande de informações variadas, que podem ser usadas para diferentes finalidades, tanto pra aumentar a receita de uma empresa quanto pra achar o(a) parceiro(a) dos sonhos.
Para compreender melhor esta relação, deve-se começar pelos aplicativos de namoro, que tiveram um aumento expressivo de usuários durante a pandemia. A exemplo disso, o grupo Match, responsável por vários aplicativos de relacionamento, teve um aumento de 12% no último trimestre de 2020, totalizando 11 milhões de usuários espalhados pelo mundo.
Muita gente deixou de frequentar bares e baladas e passou a utilizar os famosos aplicativos de relacionamentos, onde o usuário se depara com diversos perfis e seleciona os que têm mais características semelhantes, na expectativa de “dar um match” e começar a conversar com pessoas interessantes.
A vantagem de ter acesso a informações como personalidade, gosto musical, time que torce, preferências culinárias e outras coisas é justamente a otimização do tempo entendendo o seu público e podendo focar direto nos pontos relevantes da pessoa que chamou atenção. “A pessoa consegue ver fotos, selecionar o raio de distância, faixa etária e outros filtros, antes mesmo de começar a interação. Esse é o poder da Big Data. Logo, quem não desperta o interesse ou tem características que não combinam, pode ser descartado sem grandes esforços”, detalha Diogo Públio, especialista em Big Data da Speedio.
Segundo Públio, a dinâmica é muito mais eficiente do que o flerte em uma festa, balada ou bar. “Ali você tem uma limitação que é geográfica, só pode falar com as pessoas que estão ali naquele momento, e de tempo, uma vez que é inviável falar com todos em um evento. Estatisticamente, a chance de encontrar alguém que tenha a ver com você em um aplicativo é maior do que em uma festa”, detalha.
Pesquisas apontam que relacionamentos iniciados com um “empurrão” de aplicativos de dating se mostram mais duradouros, o que evidencia uma nova tendência da sociedade atual. Um estudo da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos aponta que de 19.131 casais que se conheceram online, apenas 7% terminaram o namoro ou se divorciaram. A média geral de divórcio nos EUA é de 40% a 60%, de acordo com especialistas.
Mas é para namorar ou vender?
Ao buscar um relacionamento, a pessoa procura por alguém com determinadas características físicas e de personalidade. Quando encontram e há atração, a relação pode evoluir para um namoro e até casamento. Na dinâmica de venda, o cliente necessita de determinado produto, e a empresa/loja que oferece esse produto precisa de clientes. Quando os dois se encontram, a mágica do amor se traduz em uma venda concretizada.
O Big Data para as empresas funciona de forma semelhante ao Big Data do amor, através dele é possível conhecer o perfil do público-alvo e encontrar o contato para conversar diretamente com ele, seja através de e-mails e telefonemas, ou de anúncios publicitários.
É dessa forma que os dois extremos se interligam. Diogo explica como é importante ter um filtro prévio. “Com as informações disponíveis antes de uma aproximação, é possível filtrar quais contatos têm maior possibilidade de trazer um resultado positivo em ambos os casos: na paquera, conseguir o sim do namoro e no mundo comercial concluir a venda”, analisa.
No mundo corporativo, é possível, sim, encontrar o melhor tipo de potencial cliente por meio da utilização de ferramentas de big data para prospecção ativa/marketing outbound. O especialista explica que o modelo atual de prospecção é muito diferente do que se fazia há alguns anos, graças às plataformas que entregam os dados “mastigados”.
“Hoje em dia é inconcebível um vendedor ir batendo de porta em porta tentando vender. O Big Data chega para automatizar o procedimento de vendas e entrega uma compilação de dados mais ampla e assertiva, tornando a prospecção ativa mais eficiente e gerando melhores resultados, pois o representante só vai entrar em contato com clientes que ele sabe que tem maior probabilidade de estarem interessados no que ele oferece”, afirma Diogo.
Além da questão de encontrar clientes com mais chances de conversão, também existe a questão da facilitação do approach. Quando se tem à disposição uma base de informações relevantes antes de iniciar a abordagem, a chance de sucesso é maior, considerando que o vendedor só vai usar argumentos que façam sentido para aquele público.
A analogia ajuda a entender um dos mais importantes conceitos dentro do mercado atualmente e que gera muitos questionamentos de empreendedores e departamentos comerciais das empresas, que vêm passando por um processo de modernização e necessariamente, em algum momento, vai se deparar com a necessidade de recorrer ao Big Data.
Diogo detalha como as ferramentas de prospecção podem ajudar a captar novos clientes – sempre fazendo o paralelo com o app de namoro.
“São 22 milhões de empresas abertas e ativas no Brasil. É humanamente impossível entrar em contato com todas elas, uma por uma. A ferramenta de Big Data oferece a possibilidade de filtrar por localização, porte, ramo de atuação e outros 70 filtros, tudo para aumentar as chances de conseguir fechar uma venda ou contrato. Você não precisa ‘flertar’ com empresas que não estão interessadas no que você oferece”, pontua.
Além disso, é preciso entender que existe uma abundância enorme de empresas no Brasil só esperando o contato de um vendedor para comprar o seu produto.
Ou seja, em um mundo globalizado, onde praticamente qualquer informação está ao alcance das mãos em segundos, é fundamental utilizar as ferramentas da maneira correta. Seja para ter sucesso e bater as metas de vendas do mês ou até, quem sabe, encontrar um amor para a vida toda. Afinal, todo mundo precisa trabalhar, mas também merece amar e ser amado.