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Água: desperdício pode estar bem antes da torneira, e o consumidor paga por isso

App convida munícipe a mapear vazamentos, reduzindo perdas que recaem diretamente sobre a conta de água

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Apesar de 70% da superfície terrestre estar coberta de água, boa parte desse volume não é próprio para consumo: a água doce representa apenas 3%, a maioria dos quais está concentrada nas geleiras. Além das montanhas de gelo, a água é extraída de nascentes e rios e, onde não houver fontes naturais, por meio de perfuração de poços artesianos.

Em todas as alternativas, para que o sistema de abastecimento seja implantado e atenda à população, é necessário um conjunto de obras, equipamentos e serviços, desde a captação até a distribuição, passando por reservatório, tratamento e manutenção, tanto dos ramais quanto da própria rede de distribuição.

A rede adutora, que consiste em um sistema de tubulação, normalmente padronizado, faz a ligação entre o ponto de captação e o de tratamento e, posteriormente, o de tratamento até a distribuição em si. Ela pode funcionar por gravidade, ou por recalque (com sistema de bombeamento).

O grande desafio, nesse processo, é a perda de água no percurso todo. A importância de reduzir esse desperdício é bastante evidente: além de escassa, a água é um recurso caro, uma vez que requer tratamentos de adequação ao consumo e sistemas onerosos de distribuição. E a situação fica ainda mais crítica quando as perdas se dão no trecho de distribuição de água tratada, e acaba onerando toda a cadeia, com custo para o consumidor final.

Esta batalha, até então, tem sido um desafio para as empresas de distribuição, que vêm trabalhando para melhorar o sistema de adução e mitigar as perdas. Porém, se o principal prejudicado com as perdas é o próprio consumidor, uma vez que os custos recaem diretamente sobre a conta de água, o ideal seria que cada indivíduo pudesse tomar uma atitude, no sentido de conter perdas e proteger o próprio bolso.

Com esse propósito, o aplicativo QZela, disponível para download gratuito pelo celular, oferece ao munícipe a possibilidade de fiscalizar e relatar, em tempo real, situações em que há vazamentos nas redes, ramais, ligações domiciliares e hidrômetros, unindo esforços para a redução de perdas, com benefício para todos os envolvidos na distribuição. Trata-se de uma ferramenta de conscientização e mobilização, mas sobretudo de engajamento, que faculta ao cidadão participar da construção de um sistema mais justo e menos oneroso.

Somente a partir do mapeamento detalhado das condições da rede de distribuição, as empresas poderão se aproximar da universalização do Capex no sistema de saneamento – Capital Expenditure, na sigla em inglês, que são os recursos alocados para a compra de bens de capital -, além de foco consistente no Opex – Operational Expenditure, referente aos gastos com operação e manutenção.

A melhoria das redes de distribuição passa, indiscutivelmente, por uma série de obras necessárias para recuperação e modernização da infraestrutura, como substituição de tubos antigos, corroídos ou trincados e manutenção das redes existentes, especialmente nas vias por onde passa a água tratada, cuja perda se traduz em prejuízo imediato.

Para evitar – ou reverter – as perdas que recaem diretamente no bolso do consumidor, é necessário haver um esforço conjunto entre gestores públicos e privados. Nesse sentido, o modelo de contrato por performance (em que a empresa contratada é remunerada a partir de metas estabelecidas) é a saída mais viável para conciliar redução de custos com aumento da eficiência e melhoria dos serviços prestados à população, tanto no abastecimento quanto na coleta.

Segundo o Relatório de Perdas de Água, organizado pelo Trata Brasil, somente no ano de 2018, o Brasil perdeu 39,02% de faturamento com a perda de água, quando a média de perda nos países desenvolvidos é de 15%. O número, porém, é bem pior do que parece: segundo o mesmo relatório, a medição de perdas não é consistente na maior parte das empresas, que não apenas deixam de divulgar indicadores reais, mas também “demonstram pouco ou nenhum esforço no sentido de diminuir as perdas de água no Brasil”, diz o documento.

Ao formar um banco de dados consistente, documentado e georreferenciado, o app QZela abre um canal para o munícipe, e permite também que os gestores responsáveis planejem ações qualitativas, a partir de monitoramento constante e inteligência de dados. Desta forma, as decisões são tomadas com mais assertividade, e no tempo correto, com vistas à redução de custos e aumento de eficiência.

Com a tecnologia, ficou evidente que não bastam apenas investimentos aleatórios em obras de infraestrutura. É necessário haver operação e manutenção eficientes, de modo a evitar que o custo para manter as necessidades corretivas torne-se absurdamente mais elevado – isso sem falar na redução da vida útil dos equipamentos que compõem a infraestrutura.

Com uma base generosa de dados, gerida por business intelligence, QZela viabiliza a criação de planos para a manutenção preditiva, com o ganho de ter a população e os consumidores como parceiros das companhias.

Ao usar QZela para fiscalizar o seu entorno, a população não apenas recebe soluções mais ágeis e qualitativas, mas ganha, especialmente, uma ferramenta que dá relevância à voz do indivíduo e valoriza a participação e o engajamento, com benefícios diretos para a sua condição de consumidor dos serviços públicos. As companhias, por sua vez, ganham em eficiência, produtividade, redução de perdas de água – e no objetivo primordial, que é ter os clientes satisfeitos.

Website: http://www.qzela.com.br

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