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O próximo dia 29 de outubro merece atenção em especial no que se refere aos cuidados em saúde e qualidade de vida. É o dia mundialmente dedicado ao combate ao AVC (popularmente conhecido como derrame cerebral). Ao contrário do que se possa imaginar, esta é uma doença neurológica muito frequente. Acomete mais de 13 milhões de pessoas por ano em todo o planeta e pode acarretar consequências gravíssimas aos doentes e suas famílias. Quando não fatal, ela pode acarretar sequelas significativas, como a perda da capacidade de trabalhar, locomover-se e até de alimentar-se ou cuidar da própria higiene sozinho.
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) pode ser classificado em dois grandes grupos:
AVC Isquêmico: quando ocorre devido um “entupimento” da circulação do sangue em artérias do pescoço ou dentro do cérebro. Esta interrupção de aporte sanguíneo determina que parte do tecido neural deixe de ser alimentado pelo oxigênio e nutrientes provindos do sangue. Caso esta falha de fluxo se prolongue por algumas horas, ocorrerá o infarto cerebral, com morte das células do cérebro e surgimento de sintomas de acordo com a função da área afetada, que deixa de funcionar.
AVC Hemorrágico: quando uma artéria do cérebro se rompe e ocorre o extravasamento de sangue em meio ao tecido cerebral, ocupando, portanto, espaços não apropriados, causando muitas vezes compressão e inflamação do tecido cerebral ao seu redor.
A ideia comum de que o AVC hemorrágico é necessariamente mais grave que o AVC isquêmico está errada. Muitas vezes vemos AVC isquêmicos tão (ou mais) graves que os hemorrágicos. O que determinará o impacto da doença é o tamanho do AVC, a região acometida do cérebro, as comorbidades do paciente, o tempo decorrido até o atendimento médico e a qualidade dos recursos empregados neste tratamento. Vale lembrar que o AVC isquêmico é muito mais comum (cerca de 85% dos casos) do que AVC hemorrágico (cerca de 15% dos casos).
As principais causas de AVC são:
– Pressão Alta
– Diabetes
– Tabagismo
– Níveis elevados de Colesterol e Triglicerídeos
– Obesidade
– Sedentarismo
– Consumo elevado de bebidas alcoólicas ou outras drogas
– História familiar de doenças Cardiovasculares e Neurovasculares
– Arritmias cardíacas
– Infecção por Vírus Sars-Cov-2 (COVID-19).
Como agir? Quando pensar em um possível AVC? Como pedir ajuda?
Em caso de sintomas de AVC deve-se procurar imediatamente o Pronto-Socorro. O sucesso do tratamento irá depender da assistência médica rápida!
Algumas localidades possuem centros diferenciados, com serviços especializados e prontos para atender os casos de AVC com todos os recursos necessários. É o caso do Hospital VITA Curitiba, localizado na Linha Verde Norte, em Curitiba (PR), que atende pacientes privados. Outros tantos serviços estão igualmente preparados. Pelo serviço público, o SAMU deverá ser acionado pelo número 192, o quanto antes, para que possa transportar o paciente de forma rápida e segura ao hospital público habilitado mais próximo.
Estes são alguns sintomas que, quando aparecem de forma súbita, podem significar que a pessoa está sofrendo um AVC:
• Perda da força em um dos lados do corpo. Deve-se pedir para a pessoa tentar levantar os braços (como se fosse realizar o movimento de abraçar). Caso haja diferença evidente da força entre o lado acometido e lado normal pode ser um AVC!
• Observar se a parte inferior do rosto está desviada. Do mesmo modo que pode acontecer perda de força dos braços e pernas, é preciso ter atenção com a força do rosto, sobretudo a posição da boca. Nesta situação, em especial, deve-se pedir para pessoa “sorrir” ou “mostrar os dentes” (nem que para isso, excepcionalmente, retire-se rapidamente a máscara de proteção contra COVID-19). Caso a boca esteja torta, pode ser uma AVC!
• Incapacidade de falar normalmente. Pedir para a pessoa responder algo simples, como, por exemplo, qual é o seu nome e qual é o mês atual. Caso as palavras “não saiam” ou se a fala estiver acontecendo de forma atrapalhada/enrolada, pode ser um AVC!
Outros sintomas menos comuns também podem sugerir um AVC:
• Falta de equilíbrio e incapacidade súbita para caminhar em linha reta.
• Dor de cabeça muito intensa (diferente das dores de cabeça habituais da pessoa). Principalmente se tiver iniciado de forma súbita ou se vier acompanhada de outros sintomas como perda de visão ou vômitos.
• Convulsões, desmaios ou ataques epilépticos e pessoas sem história prévia de doença epiléptica.
É preciso estar atento à importância de combater esta doença!
No mundo inteiro é a principal causa de morbidade (sequelas definitivas)!
No mundo inteiro é a segunda doença que mais leva à morte!
Deve-se modificar os hábitos de vida para reduzir o risco de ter AVC.
Caso um familiar ou conhecido apresente sintomas súbitos que possam ser AVC, este deve ser levado de imediato a um centro hospitalar que disponha de serviço de Neurologia ou acionar o serviço de atendimento médico de urgência (SAMU: 192). O atendimento precoce e preciso poderá reduzir o nível de sequelas e, eventualmente, até salvar a vida.
Referências:
– WSO – World Stroke Organization (https://www.world-stroke.org).
– Campanha Nacional de AVC Virtual 2020 (www.conexaoavc.com.br). #WorldStrokeDay
Autor: Dr. André Dobrowolski, coordenador do Serviço de Neurologia Clínica do Hospital VITA Curitiba (PR)
Website: http://cscom.net.br