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O fisioterapeuta tem grande responsabilidade no tratamento do paciente no período de internação hospitalar. E essa atuação se intensifica e desempenha um papel fundamental no atendimento e recuperação pós internação, como afirma a especialista em fisioterapia cardiorrespiratória Graciele Calazans de Freitas Magalhães. A fisioterapeuta conta que, durante a internação, trabalha-se desde a avaliação e quantificação da administração de oxigênio até apoio em intervenções envolvendo intubação, ventilação mecânica e mudança de decúbito. “Um trabalho na internação inclui ainda procedimentos para avaliação da função pulmonar, melhora da função muscular e capacidade cardiorrespiratórias. O paciente é preparado para deixar o hospital, porém irá seguir uma série de orientações e acompanhamento do profissional quando for indicado”, explica.
Graciele destaca que após a desospitalização, nota-se uma sequela de acometimentos: uso prolongado de sedativos, imobilidade no leito, desnutrição, entre outros que geram perda das funções motoras e capacidade de realizar atividades cotidianas. Segundo a profissional, se em qualquer atendimento pós-hospitalar normal é preciso continuidade do processo de fisioterapia, especialmente nos pacientes que passaram pela UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), os quais apresentam de 30 a 60% de perda muscular, por exemplo, com o Coronavírus essa necessidade se mostra mais fortemente. “Ainda não se concluiu, mas pesquisas têm mostrado a extensão prolongada das sequelas da Covid-19, que necessita de continuidade de fisioterapia, principalmente respiratória. O profissional especializado deve organizar e indicar exercícios e procedimentos terapêuticos para fortalecer a musculatura respiratória e periférica”. Graciele diz ainda que facilita a reabilitação e aumenta o percentual de um desfecho positivo se esse paciente, durante a internação, realizou atividades de mobilização precoce para evitar complicações decorrentes da imobilidade.
A fisioterapeuta complementa que neste tratamento pós-hospitalar é feito um gerenciamento da postura e treino de equilíbrios, quando necessário, além de uso adequado de atividades de restabelecimento da força muscular. “Os exercícios ajudarão a melhorar a disposição, força muscular e flexibilidade, além de manter-se mais ativo para poder retornar mais rápido às suas atividades cotidianas”.
Para finalizar, a especialista diz que cada paciente deve ter um plano de reabilitação multiprofissional específico e individualizado. “O acompanhamento da psicologia concomitante é de grande valor no planejamento terapêutico, pois a reação psicológica que os pacientes apresentam está alinhada a evolução diária dos treinos físicos funcionais”. Segundo a profissional, estima-se ser necessário um período de seis semanas a seis meses para reabilitação funcional, respiratória, neuropsicológica e para a melhora da qualidade de vida, da mobilidade do paciente e devolução de um paciente atuante nas suas funções motoras e sociais.
Website: https://www.linkedin.com/in/graciele-calazans-de-freitas-magalhaes-52250135