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Conheça cinco livros para perder o medo da matemática

Entender os números como uma forma de linguagem já é meio caminho andado

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Thinking girl holding head against big blackboard, back view
1 de 1 Thinking girl holding head against big blackboard, back view - Foto: iStock

No Brasil, parece que há uma resistência geral à matemática. A disciplina é vista como difícil e complicada. Mas não funciona assim no mundo todo. Aliás, nem mesmo no Brasil inteiro. Eu mesmo quando criança tinha uma obsessão por estatística. Fazia todas, em papel quadriculado, dos pontos do Campeonato Brasileiro e da Fórmula 1, quando Piquet e Senna ainda eram os melhores.

Pois bem, uma ótima forma de superar essa resistência é ler belas obras que tratam da disciplina de maneira leve e, mais do que tudo, interessante. Não se trata de guias de estudo, pelo contrário, são livros que contam histórias dessa linguagem tão interessante.

Aliás, enxergar a matemática como uma linguagem já é meio caminho andando. Basta compreender que os números são signos que nos dão informações, assim como as letras. É assim que encaro o tema e, por isso, fui atrás das obras que comento a seguir.

O primeiro é “Alex no País dos Números”, lançado no Reino Unido em 2010 e indicado a vários prêmios naquele país. A brincadeira do título com “Alice no País das Maravilhas” faz referência ao nome do autor, Alex Bellos. Jornalista formado em matemática e filosofia, Bellos conhece bem o Brasil. Foi correspondente do Guardian aqui, onde escreveu “Futebol: o Brasil em Campo”, além da autobiografia de Pelé. Como eu, Bellos é apaixonado por esporte e por números.

Bellos escreve primorosamente bem e apresenta alguns elementos matemáticos como se fossem personagens, cenários e fábulas. Um dos melhores momentos são as passagens sobre os diferentes sistemas de contagem, a história do Pi, do ábaco, uma espécie de calculadora ancestral, e os exemplos de como a disciplina integra a cultura de alguns países, como o Japão e a China.

Vale muito a pena ler os textos sobre a aproximação das médias, a matemática e o crochê, as histórias sobre o Sudoku, aquele jogo de organizar os números num quadrado, de maneira que nenhuma linha ou coluna tenha números repetidos, a proporção áurea e o curioso sistema de contagem chinês que, com as partes do corpo, pode descrever qualquer número até 10 bilhões!

Em seguida, temos “As Grandes Equações – A História das Fórmulas Matemáticas mais Importantes e os Cientistas que as Criaram”, lançado em 2008 por Robert Crease, um historiador da ciência, que também publicou no Brasil “Os Dez mais Belos Experimentos Científicos”.

Como o próprio nome diz, o livro conta quando, por que e como surgiram as equações mais famosas da matemática. Aborda ainda um pouco da vida de seus formuladores, seus efeitos e usos ao longo da história. Brigas e conflitos entre teorias e cientistas também aparecem na obra.

Dê uma olhada nesse interessante livro se quiser conhecer um pouco da história do Teorema de Pitágoras, da descoberta da Lei da Gravidade, da formulação da Equação de Schrödinger (a base da teoria quântica) ou da famosa equação de Einstein sobre a relação de Energia e Massa (E=MC2). Einstein, aliás, aparece em várias passagens.

Além do famoso “Alice no País das Maravilhas”, que trabalha sutilmente com vários temas da lógica matemática (Lewis Carrol era matemático de formação), há várias passagens do tema na literatura, mas fico com essa de George Orwell, em 1984: “Liberdade é poder dizer que dois mais dois são quatro”.

E se estiver na pilha de ler outras obras sobre números e ciência, sugiro ainda: “Numerati”, do jornalista Stephen Baker, sobre os profissionais da ciência e da matemática que moldam o estilo de vida atual por meio da programação de tudo o que conhecemos a partir do uso de dados em massa (big data); “25 Grandes Ideias – Como a Ciência Está Transformando Nosso Mundo”, de Robert Matthews, sobre pesquisas de ponta que podem revolucionar o modo como vivemos; e “Google – a biografia”, do ex-funcionário Steven Levy, que discute temas sensíveis do negócio da gigante da computação. Divirta-se!

Para não ser lido
Não acredite nas palavras
nem mesmo nestas,
principalmente nestas.

Não há crime pior
que o prometido
e cometido.

Não há fala
que negue
o que cala.

Paulo Henriques Britto (Mínima Lírica – 1989)

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