Vamos parar de julgar as mulheres pelas roupas que elas usam?
Ficar julgando a outra pela roupa e pelo comportamento “vulgar” não leva ninguém a lugar nenhum
atualizado
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História verídica, aconteceu com uma amiga dia desses: ela estava na parada de ônibus quando desceu uma moça bem… extravagante, segundo ela. Short curtíssimo, blusa justa, sandália de saltão. Só mulheres no ponto e a bela passou toda toda, por entre os olhares de scanner, e seguiu a vida.
Quando ela se distanciou, uma senhorinha de uns 80 anos disparou, para alívio de todas: “Isso mesmo! Essa juventude tem mais é que mostrar sua beleza!”. Pei! Risadas generalizadas.
Quão maravilhoso é esse causo!? É lição para todo lado. Não duvido que pensaram que a mais “ofendida” com o visual da passageira seria a idosa (talvez eu mesma imaginasse isso). Também chuto que boa parte das observadoras já estava com o julgamento pronto na cabeça.
“Periguete” deve ter sido das palavras mais amigáveis da sentença. E foi preciso uma velhinha sabida demais para todas se perceberem unidas no alívio. Alívio ao não ter que julgar outra mulher por sua aparência, assim descreveu minha amiga.
Tem uma frase da Madeleine Albright assim: “Há um lugar especial no inferno para mulheres que não ajudam outras mulheres”. Eu, dramática que sou, gosto de aumentar um pouquinho.Para mim, há uma sala VIP ainda mais caprichada para as minas machistas. Não é só questão de não ajudarmos umas às outras, mas de, em muitos casos, atrapalharmos.
Ficar julgando a outra pela roupa, pelo comportamento “vulgar” (tá entre aspas porque eu nem entendo bem o que isso quer dizer), pelo tanto que bebeu na festa, pela quantidade de parceiros que já teve é perda de tempo. E não leva ninguém a lugar nenhum. Me responde: o que se ganha com isso? Não é uma pergunta retórica, não. Quero mesmo saber se existe algo que se consiga com esse tipo de atitude. Eu ainda não descobri.
A mulherada tem buscado seu lugar ao sol como em poucas vezes vimos na história. É hora de se ajudar, de lutar lado a lado, de dar as mãos e alcançar um objetivo maior. Juntas.
Ninguém chega aonde quer passando por cima dos outros. Quer dizer, pode até chegar, mas não dura lá em cima. Papo de “não me dou bem com outras mulheres”, “amizade de homem é mais sincera” ou “mulher é tudo invejosa” já era. É muito século 20! A palavra de ordem agora é SORORIDADE. E, se você ainda não sabe o que significa, abre uma janela nova e dá um Google já.
De nada.