Se a marca não te faz sentir representada, deixe de ser cliente
Como consumidoras nós temos o poder de dar valor a quem está buscando a diversidade e a democratização da beleza
atualizado
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Outro dia li em algum lugar (não lembro se foi um Instagram ou uma pichação): “Admire a beleza do outro sem questionar a sua”. Acertado, né? Um grande exercício de aceitação isso de entender que cada beleza é singular. Corpo de revista não é modelo a ser copiado, o seu corpo ideal é o que respeita sua saúde, sua genética e sua estrutura natural.
Treino isso bastante com as clientes (e comigo mesma!). É tão opressora a quantidade de informação que a gente recebe recheada de belezas padronizadas que precisamos estar atentos o tempo inteiro para filtrar tudo que chega.
A dieta X, o treino Y, o tecido N, que “disfarça” as imperfeições. Tudo isso só tem sentido se você considera uma necessidade real mudar o corpo, não quando se trata apenas de uma imposição midiática.
É preciso ter muito cuidado com revistas. Ou melhor, com todos os meios de comunicação, incluindo os novos. Perfis de Instagram que fazem você desejar o que não tem (e nem precisa), blogueiras fitness dando dicas de saúde e alimentação nem sempre com fundamento, reportagens sobre dietas milagrosas. É tão fácil quanto perigoso cair na cilada do automático e seguir o que está sendo vendido como certo.
E, posso falar? Não basta só filtrar e ficar reclamando que as belíssimas modelos de 1,80 e 50 kg que aparecem nos catálogos não nos representam. O papel de mudar isso também é nosso. Como consumidoras nós temos o poder de dar valor a quem está buscando a diversidade e a democratização da beleza.Marca é negócio, não é arte. Para eles, interessa público, dinheiro, boca a boca, retorno (vale a mesma regra para mídias). A linguagem que funciona com eles é a financeira. O business faz o que o público quer. A sua melhor arma, como cliente de uma marca que não te faz sentir bem e representada, é exatamente deixar de ser cliente.
Além disso, gente, estilo é algo absolutamente pessoal. Não tem nada a ver buscar o padrão nessa hora. Para saber o que vestir, é preciso entender que mensagem você quer passar e como você quer se sentir e aparentar.
Transmitir uma mensagem pela roupa não é necessariamente seguir tendência nem acatar sugestão de editorial de moda. Por isso é importante valorizar nosso “eu”, a roupa também é uma expressão da nossa personalidade. E, vamos combinar, ninguém quer passar a mensagem de ser cópia dos outros, né não?