Tragédia de 38 mil mortos. Você consegue dimensionar o que isso significa?
A realidade do Brasil diante da pandemia do novo coronavírus assusta: na última semana, a média de mortos chegou a 1.028 por dia
atualizado
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No início do sexto mês de 2020 e o terceiro desde a declaração oficial de pandemia pela Organização Mundial da Saúde, o número de vítimas do novo coronavírus passou de 38,4 mil no Brasil. Uma média de 1.028 mortes por dia, segundo o boletim divulgado nessa terça-feira (09/06) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass.
A conta feita pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, é dolorida. Os números já ultrapassaram China, Itália e Espanha. E mais: superam a população dos 4.685 municípios do Brasil, que correspondem a 84,1% das cidades do país.
Em relação aos infectados, que chegam a 739.503 mil, a realidade é ainda mais assustadora. Apenas 25 cidades brasileiras têm mais moradores que o total de contaminados por Covid-19.
Para os aficionados por esportes, uma comparação mais assimilável. Os CPFs “enterrados” encheriam meio Maracanã (capacidade para 78.838 pessoas), quase um Allianz Parque (43.713) inteiro e não caberiam em um Pacaembu (37.730). Os fãs de Sandy e Júnior que acompanharam a famosa turnê do ano passado podem fazer a matemática de outra forma. Onze dos 16 shows no Brasil tiveram menos pessoas que o número de mortos.
Ao comparar com a realidade dos outros países da América do Sul, a situação do Brasil é desanimadora. Temos 72,5% das mortes do continente, que contabiliza um total de 51.246, de acordo com os dados da plataforma da Universidade Johns Hopkins. São 14.112 óbitos espalhados pelos outros 11 países, que somam, excluindo o Brasil, 212,4 milhões de habitantes.
Próximos meses do Brasil
No último sábado (06/06), a Universidade de Washington, nos Estados Unidos, divulgou uma nova projeção para o número de mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil. Os pesquisadores estimam que, no início de agosto, a quantidade diária de mortes seja de 5,2 mil.
O estudo não precisou quando o Brasil chegará ao pico dos casos, mas prevê que morrerão entre 113 mil e 253 mil pessoas em decorrência da Covid-19 até 4 de agosto. Na semana passada, o Brasil registrou recorde de mais de 1,4 mil mortes em um dia, se aproximando da expectativa feita anteriormente pelos mesmos autores para o mês de julho, quando estavam previstas 1,5 mil mortes em 24 horas.