metropoles.com

Negado pedido de bares contra lei para conter Covid-19 em Goiânia

Sindicato dos Bares e Restaurantes de Goiânia (Sindibares) tinha recorrido contra decreto que obriga fechamento após as 23h

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
Fiscalização de bares em Goiânia
1 de 1 Fiscalização de bares em Goiânia - Foto: Divulgação

Goiânia – Nova decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negou, nesta segunda-feira (1/2), recurso do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Município de Goiânia (Sindibares) contra lei seca que obriga o segmento a paralisar suas atividades até as 23h na capital.

A medida administrativa visa conter o avanço de casos de coronavírus na cidade e segue a linha de restrições impostas para todo o estado pelo governo.

O juiz Silvânio Divino de Alvarenga, substituto em 2º grau no TJGO, indeferiu o pedido de liminar para reformar a decisão da juíza Placidina Pires, proferida no último sábado (30/1), durante plantão forense, e manteve o Decreto 406 do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), que instituiu a Lei Seca. Cabe recurso contra a nova decisão.

A Superintendência de Vigilância em Saúde informa que os bares são os locais de maior risco de contágio por causa da aglomeração de pessoas. No entanto, o Sindibares, assim como fez desde o início da pandemia, insistiu contra a medida e, desta vez, havia pedido que os estabelecimentos filiados não cumprissem a lei seca, que passou a valer na última quinta-feira (28/1).

Além de diminuir drasticamente o funcionamento de bares, restaurantes e estabelecimentos similares que comercializam bebidas alcoólicas, a medida restringiu a apresentação de música ao vivo, mecânica ou qualquer outro tipo de som no ambiente, que podem ocorrer somente até as 22h. Lojas de conveniência e distribuidoras de bebidas poderão funcionar apenas até as 20h.

O sindicato alega à Justiça que o não funcionamento de bares e restaurantes após as 23h significa perda de cerca da metade dos ativos financeiros, o que, conforme sustentou, tem provocado grande prejuízo ao segmento. Garçons, por exemplo, também reclamam de perdas, já que, com o fechamento mais cedo, o valor das comissões recebidas diminui.

A categoria também argumenta que a Prefeitura de Goiânia não apresentou nenhum planejamento multidimensional na adoção de medidas efetivas de combate à propagação da Covid-19 e, conforme acrescenta, “limita-se a impor medidas esparsas, sem embasamento técnico e indicativo de retirada gradual das restrições”.

Em sua decisão, Alvarenga reforça posicionamento da juíza que deu a primeira decisão, entendendo que o Poder Judiciário não pode interferir no mérito do ato administrativo e limita-se à análise da legalidade dele. O magistrado diz, ainda, que a medida da Prefeitura de Goiânia não é “desarrazoada”, como alega o sindicato, já que, segundo a decisão, os estabelecimentos não estão totalmente impedidos de funcionar.

De acordo com o juiz, é relevante considerar que, no contexto da pandemia e seus riscos, a interpretação da Justiça sobre os fatos tende a ser restritiva, “sob pena de graves riscos ao interesse público”.

Briga longa

O caso abre mais um capítulo na briga dos representantes de bares e restaurantes contra as restrições da pandemia. A categoria ainda tinha expectativa de que Goiânia pelo menos relaxasse um pouco as imposições do decreto estadual que passou a valer na última terça-feira (26/1), assinado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) e que proibiu a venda de bebidas alcoólicas das 22h às 6h.

Com a medida, Caiado, forte aliado de Bolsonaro, tentou dar um passo para amenizar o impacto de sua imagem atrelada ao presidente, que tem adotado discurso e práticas negacionistas em relação ao avanço do coronavírus no país.

No entanto, em relação à ação judicial do Sindibares, ele voltou a assumir tom de aparente neutralidade. “É um direito deles [questionar na Justiça]. Todos temos que entender que ninguém gosta de tomar essas decisões [Lei Seca]. Não são decisões tomadas porque alguém quer prejudicar um setor ou outro, mas em decorrência de um quadro a que todos estão assistindo”, afirmou.

A presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Zilma Percussor Campos Peixoto, disse que as ações de fiscalização seguem o decreto da Prefeitura de Goiânia e, segundo ela, são coordenadas pelo Comitê de Operações Emergenciais (COE). Relatório Gerencial de Operações mostra que, de quinta-feira a sábado da semana passada, 56 estabelecimentos foram fiscalizados, 23 multados e 14 interditados.

Em nota, o Fórum das Entidades Empresariais do Estado de Goiás (FEE) informa que reconhece a importância das medidas adotadas pelo governo estadual, com objetivo de retardar a velocidade de propagação da segunda onda do coronavírus que atingiu o Brasil. “Entendemos que não há conflito entre a manutenção da saúde e a proteção da economia goiana”, diz um trecho.

A taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) de Covid da rede estadual está em 91,6% nesta segunda-feira. Na rede municipal, o índice é de 57%. Goiás tem mais de 350,5 mil casos confirmados e 7,4 mil mortes. Goiânia corresponde a 28% dos casos e 30,7% do total no Estado, respectivamente.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?