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Brasil fecha 1ª semana com queda de mortes por Covid-19. Podemos ter esperança?

O fenômeno foi possível porque 13 estados conseguiram diminuir a quantidade de óbitos na 24ª semana epidemiológica em relação à anterior

atualizado

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Coronavírus mundo ilustração ciência
1 de 1 Coronavírus mundo ilustração ciência - Foto: Metrópoles

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o número de mortos tem crescido a cada semana epidemiológica no Brasil. A realidade, no entanto, mudou na última estatística. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), pela primeira vez, o país terminou uma semana com menos óbitos do que a anterior.

Os números, analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostram que, entre os dias 30 de maio e 6 de junho, 7.096 novas mortes foram contabilizadas. Nos 7 dias posteriores, a doença fez 6.790 vítimas, uma queda de quase 5%.

Ainda que as redes sociais estejam em alvoroço com a novidade, o que parece ser uma boa notícia merece grandes ressalvas. Para Claudio Maierovitch, médico sanitarista e coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), é necessário esperar os próximos números para comemorar.

Segundo Maierovitch, ainda é muito cedo para falar em retrocesso da doença. “Precisamos levar em consideração alguns fatores, como o feriado no meio da última semana, que, eventualmente, compromete a velocidade de introdução da informação no sistema. Além disso, existe uma insegurança gerada pelo próprio Ministério da Saúde com os dados”, disse.

Na visão de Jonas Lotufo Brant de Carvalho, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, os riscos de crescimento na quantidade de óbitos ainda são grandes. “Muitas capitais começaram a abrir e diminuir o distanciamento social. O impacto das mortes não é visto de maneira imediata. Temos a incubação, a manifestação da doença e todo um caminho até a possível morte. Por isso, é provável que teremos um aumento nas próximas semanas”, explicou.

O número de novos casos não seguiu a mesma tendência dos óbitos. Desde o início da pandemia, não houve semana com queda. Mas esse dado está diretamente relacionado com a política de testagem de cada estado e do governo federal.

Óbitos por estado

A queda de óbitos na 24ª semana epidemiológica em relação à anterior aconteceu, também, em 13 estados. Nas outras 14 unidades da Federação, o aumento de mortes ainda é realidade.

O Rio de Janeiro foi o estado com maior desaceleração, com uma redução de 30%, seguido de Goiás (28%) e Pará (20,6%). Em contrapartida, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima e o Distrito Federal viram a situação piorar consideravelmente. Os sul-mato-grossenses, por exemplo, tiveram um aumento de 250% no número de óbitos.

Divulgação dos dados

O início do mês de maio foi marcado por uma confusão quanto à transparência e divulgação dos dados pelo Ministério da Saúde, que decidiu restringir a contagem do avanço da doença no país.

Por causa das mudanças, a Universidade Johns Hopkins chegou a excluir o Brasil do balanço global sobre coronavírus atualizado ao longo do dia. Porém, depois de algumas horas, voltou a incluir o país nas listas de dados.

Diante da repercussão, a pasta voltou à divulgação normal, mas decidiu lançar um outro portal na última sexta-feira (12/06), o terceiro desde o começo da pandemia. A proposta, de acordo com a pasta, é apresentar os números em tempo real.

Nessa versão, só estão disponíveis os gráficos de “novos casos por dia de notificação” e “casos novos (por unidade da Federação)” e “óbitos novos por dia de notificação” e “óbitos novos (por unidade da Federação)”. Algumas informações sobre a evolução doença, como a quantidade de novos infectados de Covid-19 por semana epidemiológica, sumiram, bem como o coeficiente de incidência de Covid-19 por UF.

 

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