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112º país no ranking: Brasil testou apenas 1,5% da população para Covid-19

Em relação aos dez países com maior número de casos da doença, o valor é maior apenas que do México e da Índia

atualizado

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coronavírus nas ameeicas
1 de 1 coronavírus nas ameeicas - Foto: Arte/Metrópoles

A curva de casos do novo coronavírus no Brasil continua em ascensão. Em 24 horas, mais de 20,2 mil diagnósticos positivos foram adicionados à estatística do país, que já contabiliza mais de 1,6 milhões de casos segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nessa segunda-feira (6/7).

O número, que já é alto, pode ser ainda maior. Apontado por especialistas como um dos principais meios para controlar a crise na saúde pública, além de ser um dos termômetros essenciais para acompanhar o avanço da doença, a quantidade de testes no Brasil para Covid-19 é uma triste realidade. Por aqui, apenas 1,5% da população foi testada.

No ranking mundial, está no 112º, em uma lista com 215 territórios. Em relação aos dez países com maior número de casos, o valor é, em média, menor que Reino Unido, Rússia, Espanha, Estados Unidos, Chile, Peru e Irã. Os números são do portal Worldometer, com base nas estatísticas oficiais divulgadas pelos países do mundo, e foram analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

Veja ranking:

Estimativa Covid-19 no Brasil

Um estudo do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP estima o Brasil poderia ter até 10,9 milhões de infectados, justamente por conta da insuficiência de testes.

Para chegar ao número, os pesquisadores usaram dados da Coreia do Sul, exemplo no sistema de testagem, para calcular a taxa de letalidade da doença, ou seja, a quantidade de pessoas que morrem em relação à que fica doente.

Com alguns alguns ajustes, como faixa etária e tempo médio entre internação e óbito, e considerando que a taxa é fixa para a Covid-19, eles defendem que o país possa ter até sete vezes mais casos do que mostram os números oficiais.

Padrão OMS

Um dos indicativos da baixa testagem é a Taxa de Positividade, que mede quantas pessoas tiveram exame positivo em proporção ao número de pessoas testadas. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o valor ideal é de 5% ou menos.

No Brasil, a média está bem acima disso, chegando a quase 40%. Nos EUA, por exemplo, o país com o maior número de casos, esse número é 7,3%, segundo dados do Our World in Data. Outras nações, que já estão em flexibilização do isolamento, como Espanha (1,2%), Itália (0,4%) e Alemanha (0,8%), apresentam médias diárias bem abaixo do padrão esperado.

De acordo com o 13º boletim da entidade formada por pesquisadores brasileiros, com coordenação de profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor-FMUSP) e do Departamento de Ciência Política da USP (DCP-USP), as estratégias diferenciadas e a falta de padrão nas testagens dificultam o enfrentamento da pandemia e aumentam a insegurança da população.

“A lacuna de informação sobre a presença e circulação do vírus entre a população está na base da subnotificação de casos positivos e deixa as decisões de distanciamento físico e de flexibilização mais sensíveis à pressão dos negócios, à política ou à subjetividade“, concluem os pesquisadores no boletim.

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