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A cabeleireira Marlene Mendes, de 38 anos, mora em Águas Claras e trabalha na Asa Norte. O caminho diário até o serviço costuma ser feito pela Estrada Parque Ceilândia (DF-095), mais conhecida como via Estrutural. E, por isso mesmo, ela está esperançosa com as obras em andamento no trecho. “Acho que vai melhorar para a gente (condutores), diminuir possíveis problemas nos automóveis e, consequentemente, diminuir engarrafamentos”, afirma.
“Essas obras são sempre boas para o motorista, principalmente para os trabalhadores que dependem das vias para ir e voltar do trabalho”, complementa Erick Barroso, morador de Taguatinga.
As obras a que eles se referem são as de pavimentação de concreto na via Estrutural, que seguem para a etapa final na pista sul, no sentido Taguatinga-Plano Piloto. O trecho atende, diariamente, mais de 90 mil condutores e liga o Plano Piloto a regiões importantes como Ceilândia, Taguatinga e Águas Lindas de Goiás.
Ao todo, serão substituídos 26 quilômetros de pavimento da via Estrutural, sendo 13 quilômetros na pista sul, que faz o sentido Taguatinga-Plano Piloto, e mais 13 quilômetros na pista norte, no sentido Plano Piloto-Taguatinga. Além disso, estão sendo criados desvios que ficarão como alternativas de vias para os moradores que trafegam por regiões como Estrutural, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Vicente Pires.
“Quando toda a obra estiver concluída, o benefício será muito grande, com maior fluidez no trânsito e conforto aos motoristas que por ali trafegam”, explica Izidio Santos, presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).
Estão sendo investidos cerca de R$ 80 milhões com recursos da Terracap e execução do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF). Para agilizar a obra, os trabalhos ocorrem durante o dia e também no período noturno.
Nova estrutura
A nova pavimentação é de concreto rígido, tecnologia que promete vida útil de, pelo menos, vinte anos – atualmente, a do pavimento de asfalto é de dez anos.
O diretor-geral do DER-DF, Fauzi Nacfur Júnior, pontua que esse prazo maior para manutenção da obra será um ganho. “A gente não vai precisar fazer obras de manutenção na via, o que atrapalha a fluidez no trânsito e o tempo de viagem das pessoas.”
Além da maior durabilidade, a modernização da via garantirá mais segurança e proteção aos veículos, já que o material é aplicado para evitar buracos ou problemas que aumentem os riscos de acidentes. O pavimento ainda é mais amplo e claro, o que melhora a visibilidade para o motorista durante a noite.
Para a mudança, o concreto foi colocado sobre o antigo pavimento de asfalto, que servirá de base para a estrutura. São 21 centímetros de material aplicados em cima da capa asfáltica para substituir o asfalto antigo. “É uma tecnologia bastante utilizada em outros lugares do mundo e a gente está trazendo para Brasília em uma via que é bastante importante, a Estrutural, e que não pode ficar tendo constantes interrupções”, ressalta o presidente do DER- DF.
Nivelamento da via
Depois de encerrar a pavimentação, agora a Terracap e o DER-DF estão investindo esforços em nivelar as ondulações na via – comuns nesse tipo de processo -, que foram percebidas durante as etapas da obra. Um aparelho chamado perfilômetro mostra todas as irregularidades presentes no pavimento. Após o diagnóstico, o concreto passará por um processo chamado microfresagem, para acertar o nivelamento.
Além disso, no canteiro de obras, um laboratório garante a qualidade do material. O trabalho passa pelo controle de caracterização dos materiais que serão utilizados para o concreto, além da molda para os corpos de prova – amostras que passam por testes para garantir que o concreto tenha os níveis de resistência e elasticidade adequados para a via.
Essas amostras passam por testes em 7, 14 e 28 dias. A resistência máxima é alcançada no vigésimo oitavo dia. Agora, a equipe trabalha para que o material chegue ao nível antes, o que diminuiria o prazo para liberação do tráfego.
Também será feita a cura úmida do concreto, com uma manta geotêxtil, técnica de hidratação do pavimento para diminuir os efeitos da evaporação, prevenindo fissuras e trincas.
O objetivo é que, até o fim do ano, a pista esteja em perfeitas condições de uso. Os serviços são acompanhados pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) para garantir a melhor qualidade possível.
“A próxima etapa consiste em finalizar a pista sul, fazer os últimos ajustes onde possa haver alguma imperfeição, liberar completamente esse lado e então partir para a conclusão dos oito quilômetros restantes da pista norte, que leva a Taguatinga”, projeta Izidio.