atualizado
Seja na balada ou num encontro social com os amigos, os drinks feitos com Gin são bastante populares entre os brasileiros. Para ter uma ideia, de 2016 para 2017, o consumo da bebida cresceu 111% no país, de acordo com levantamento da International Wine and Spirits Research (IWSR). E não parou por aí. A Diageo, proprietária das marcas Johnnie Walker, Smirnoff, Tanqueray e Ypióca, mostrou que as vendas no Brasil cresceram 33% só no segundo semestre de 2020.
Porém, não são apenas as marcas de fora que fazem sucesso por aqui. Desde 2017, vários rótulos nacionais têm surgido e já ganharam tanto destaque quanto prêmios no exterior.
Um dos motivos do sucesso da bebida é que o Gin é ótimo para preparar combinações que refresquem nos dias quentes. Contudo, a versatilidade não se resume às possibilidades de drinks. Desde novembro de 2021, os brasileiros têm à disposição um Gin London Dry 100% brasileiro feito com destilado de cana-de-açúcar (a grande maioria dos rótulos são feitos com destilado de milho): o Trevo Raro.
“Não queríamos só mais um Gin no mercado, pois estavam sendo lançados muitos no Brasil. Então, contratamos uma bioquímica, que nos contou que estavam sendo feitos testes com Gin à base de destilado de cana-de-açúcar. Foram mais de 30 fórmulas até chegar ao ideal”, conta Jeane Resende, paulista que adotou Brasília como lar e uma das sócias-fundadoras do Trevo Raro.
A nova marca já se encontra em várias distribuidoras, restaurantes e bares de Brasília e Goiás, mas o e-commerce chega ao Brasil todo, inclusive já tem compradores frequentes no Nordeste.
Mas será que a novidade é mesmo boa? Para atestar que o sabor não foi prejudicado e também ficou mais atrativo com a nova fórmula à base de cana-de-açúcar, o Trevo Raro participou de teste às cegas com um famoso Gin internacional e outro forte nacional. De oito drinks preparados, ele apenas não foi o mais elogiado por uma banca de degustadores em uma mistura.
O importante é brindar a vida
A história do Gin Trevo Raro não teve nada de convencional. Durante a pandemia, assim como muitos brasileiros, um grupo de amigas de infância de Minas Gerais começou a marcar encontros virtuais para assistir lives de shows. Em um desses momentos, a empreendedora e escritora Jeane Resende deu a ideia de criarem uma bebida exclusiva para elas brindarem.
“Fomos estudar sobre o mercado de destilados e vimos que o momento atual era de Gin”, relembra ela, que embarcou no novo negócio com as sócias Flávia Amorim, agrônoma especializada em mutação de soja, e Thaís Freitas, dona de uma empresa de finanças. “Descobrimos nas raízes do Gin muitas semelhanças com nosso grupo, que era de mulheres que gostavam de beber e se divertir.”
Quanto à escolha do nome do produto, Jeane buscou inspiração em um movimento nas redes sociais que ajuda pequenos empreendedores e ao qual ela carinhosamente chamava os integrantes de trevos raros.
“Nossa marca é um trevo de quatro folhas preto se esfarelando. Isso porque o trevo de quatro folhas verde remete muito à sorte, e, no nosso caso, é um trevo raro de ser encontrado, mas tem muito mais a ver com atitude, não com sorte”, explica a empresária sobre a logo da bebida criada.
Como nasceu o Gin
A bebida tão popular no Brasil não nasceu com esse propósito. Aproximadamente em 1650, o médico e professor holandês Francisco de la Boie buscava um remédio que amenizasse problemas renais. Ao misturar zimbro ao destilado de cereais, ele descobriu o remédio diurético que anos depois seria conhecido como Gin.
O nome Gin veio da junção de variantes do nome de zimbro, que em holandês é genever, genievre em francês e ginepro em italiano.
A popularização ocorreu na Inglaterra, quando soldados que lutaram na Guerra dos 30 anos na Europa voltaram para casa com o “remédio” que espantava o frio em meio às trincheiras. E, após a criação do alambique contínuo, o Gin passou a ser produzido em larga escala e se tornou mais barato do que a cerveja.