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Novos negócios surgiram com o advento da internet e da conectividade. Alguns, por exemplo, impactaram a mobilidade e a maneira de assistir filmes. Com a educação não poderia ser diferente. Cada vez mais a tecnologia faz parte de nossas vidas. Admiti-la como ferramenta de auxílio e transformação educacional é fundamental, uma vez que pode conferir ao estudante maior flexibilidade na aprendizagem e, aos professores, novos papeis no processo de ensino e aprendizagem.
Se antes era tido como mero transmissor de conteúdos, agora, o professor assume diferentes funções: de gestor, mediador, facilitador ou orientador. As tecnologias podem otimizar atividades e tarefas – burocráticas e mecânicas –, “liberando” o professor para se dedicar, efetivamente, à aprendizagem.
A tecnologia pode fazer com que professores economizem cerca de 20% a 30% do tempo (A sala de aula de 2030 e o aprendizado para a vida: a tecnologia indispensável, relatório resultado de pesquisa colaborativa entre a Microsoft e a Education Practice da McKinsey & Company). Esse novo perfil docente exige mudança de mentalidade para esta “nova” realidade.
Alguns termos se popularizaram. Ensino a Distância (EaD), Ensino Presencial, Híbrido, ou ainda, Ensino Remoto Emergencial. A questão não é uma ou outra modalidade, pois a transformação digital está aproximando-as. O atual momento indica que em 2021 o hibridismo das modalidades presencial e EaD irá continuar e se intensificar.
Algumas instituições e estudantes já perceberam que podem ensinar e aprender sem estar 100% no local. A digitalização pode levar ao imbricamento do Ensino Presencial e EaD de tal maneira que não fará sentido falar de uma ou outra modalidade.
Atualmente temos inúmeros recursos: sala virtual; quadro virtual; aplicativos tipo clickers digital; aplicativos que podem auxiliar em discussões, debates, ou ainda, na interação e engajamento dos estudantes, que, aliados a estratégias de aprendizagem podem levar ao desenvolvimento de competências.
No entanto, mesmo diante de tantos recursos, muitas foram as dificuldades evidenciadas e enfrentadas do ensino remoto emergencial: a) dificuldades no uso de ferramentas virtuais; b) dificuldades quanto ao acesso e uso de recursos tecnológicos, como internet e computadores (a maioria dos nossos estudantes vem da rede pública de ensino, de condições desfavoráveis); c) espaço físico (em casa) inadequado para o estudo. Outras, referentes a aspectos comportamentais e cognitivos, como: disciplina, autonomia, proatividade ou dificuldade para aprender sozinho. Temos muito para avançar, se quisermos fazer do Brasil um país digital.
A sociedade da informação trouxe muitos benefícios. A internet como grande repositório de informações, na ponta do dedo, evidencia para a necessidade de um aprendizado que promova maneiras de analisar informações, ou seja, voltado para o desenvolvimento de estudantes capazes de pensar criticamente, de maneira que não se iludam com pseudoinformações disponíveis na rede.
A transformação digital na educação será cada vez presente. A integração do físico ao digital é uma tendência natural. Nossa vida, sem ao menos percebermos, foi integrada ao digital. A tecnologia pode ter consequências positivas, ou, negativas. Os professores tem a oportunidade de usar a tecnologia para influenciar positivamente a vida dos estudantes. Quando termina a transformação digital? Não termina. É um processo e, nesse percurso, ainda virão muitas mudanças (que ainda não conhecemos).
Autor do livro “A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para o aprendizado ativo“, Fausto é doutor em Sociedade, Cultura e Fronteiras, mestre em Ciências Sociais com MBA em Gestão de Aprendizagem e Metodologias Ativas, palestrante e ministra workshops que envolvam temáticas como metodologias ativas, aprendizagem baseada em competências e aprendizagem baseada em projetos.