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Trabalhadores da saúde sem motivos para comemorar no 1º de maio

No Dia do Trabalho, servidores da saúde não têm motivos para celebrar, pois enfrentam uma série de desafios como a desvalorização salarial

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Fotografia colorida mostrando nove profissionais de saúde de braços cruzados-Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostrando nove profissionais de saúde de braços cruzados-Metrópoles - Foto: Divulgação

atualizado

Hoje, 1º de maio, celebramos o Dia do Trabalho, uma data marcada em mais de 80 países como um tributo àqueles que dedicam a força de trabalho para impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da nação.

No entanto, para os servidores da saúde do Governo do Distrito Federal (GDF), o cenário é sombrio. Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Diesse), a pedido do SindSaúde, revelou uma perda salarial alarmante ao longo dos últimos oito anos.

Uma situação crítica, pois a perda de poder de compra afeta diretamente a saúde mental e a qualidade de vida, tornando até mesmo a manutenção de uma alimentação adequada um desafio. Com milhares de servidores endividados e com salários comprometidos, é urgente a necessidade de uma política de reparação dessa perda.

O Dia do Trabalhador não é motivo de celebração para os servidores da saúde, que testemunham as carreiras e competências sendo negligenciadas e desvalorizadas por um modelo de gestão apoiado por aqueles que deveriam ser os principais defensores de um serviço público de qualidade: os governantes.

Segundo Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde, o governo demonstra claro interesse em transformar a saúde em um mero negócio, resultando em consequências adversas para toda a sociedade.

“O governo desencoraja o desenvolvimento da área da saúde devido ao foco na rede privada, onde os salários são baixos e o reconhecimento é escasso. Isso leva à falta de interesse de novos profissionais e à desmotivação dos já estabelecidos. A terceirização dos serviços, promovida pelo governo, desvaloriza e humilha os profissionais da saúde e quem sofre é a povo como um todo.” 

Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde

Para Luzinete Monteiro, servidora da Secretaria de Saúde há mais de 40 anos, as lutas e as injustiças marcaram a trajetória profissional. Mesmo após décadas de dedicação ao GDF, o sentimento de desvalorização persiste.

“Como servidora do GDF, sempre tive que lutar muito pelos meus direitos, o que gera um certo desânimo. Nunca reivindicamos nada além do que é nosso por direito. Mesmo após tantos anos, ainda temos que lutar pelo básico. O sentimento de injustiça permanece o mesmo. Com a nossa remuneração defasada, temos cada vez mais dificuldades para atender nossas despesas básicas.”

Luzinete Monteiro, servidora da Secretaria de Saúde

 A realidade enfrentada pelos servidores inclui dívidas acumuladas, desvalorização da mão de obra, doenças psicossomáticas e redução do poder de compra enquanto lutam para oferecer um serviço de qualidade aos contribuintes. É essencial reforçar o valor desses profissionais como integrantes fundamentais da sociedade, responsáveis por sustentar o pilar da saúde pública.

O 1º de maio deve ser marcado por um chamado de reconhecimento aos direitos dos trabalhadores da saúde. Essa causa não diz respeito apenas aos profissionais, mas à sociedade como um todo, que depende de servidores valorizados, respeitados e reconhecidos adequadamente.

“Convocamos o governo à sua responsabilidade: é crucial que os salários dos trabalhadores da saúde sejam recompostos. Esses profissionais necessitam de estabilidade mental para garantir um atendimento eficaz a todos os pacientes que dependem dos serviços das redes públicas. Investir na valorização do servidor, nas boas condições de trabalho e garantir uma boa entrega para aqueles que dependem do SUS, afinal, estamos defendendo a vida.”

Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde

Esteja conosco nessa luta pela valorização dos trabalhadores da saúde e por um sistema de saúde público digno e eficiente.

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