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A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), entregou na manhã desta terça-feira (2) mais uma Vila Reencontro.
A unidade “Guaianases”, que é a primeira no extremo Leste da cidade, foi inaugurada pelo prefeito Ricardo Nunes. O novo serviço dessa modalidade de acolhimento na capital tem capacidade para acolher até 256 pessoas.
“Hoje damos mais um passo importante nas políticas de Assistência Social com a entrega desta, que é a nossa 5ª Vila Reencontro, um sonho que começamos para atender mais pessoas em situação de rua, com qualidade de vida e dignidade, autonomia e com um tratamento humanizado.
Ficamos muito felizes por ver todas essas pessoas com um sorriso no rosto e saber que estamos mudando a história de muita gente”, disse o prefeito. Nunes salientou a importância do projeto para a reinserção das famílias à sociedade.
“Das mais de mil pessoas que estão nas nossas Vilas Reencontros, temos cem que saíram das Vilas após arrumar um emprego e conseguiram uma condição para irem para as suas casas. A cidade de São Paulo é acolhedora, mesmo com tantos desafios”, detalha.
Com a entrega da nova Vila Reencontro, São Paulo já conta com mais de 1.200 vagas de acolhimento no Programa Reencontro. Com pouco mais de um ano de execução, 100 pessoas já conseguiram obter a saída qualificada – quando a pessoa em situação de rua conquista a autonomia e sai da rede socioassistencial – por meio do projeto.
Na Vila Reencontro Guaianases foram instaladas, ao todo, 64 unidades modulares que têm 18 m² e estão equipadas com banheiros e pias, mobiliário de acordo com a configuração familiar, geladeiras, fogões com duas bocas e guarda-roupas.
As áreas comuns são compostas por lavanderia, brinquedoteca, cozinha, refeitório e horta, além de playground, salas administrativas e para atendimentos sociais.
“Hoje é um dia de entrega e de conquista para a cidade e para as famílias que aqui estão. Afinal, essa é a nossa 5ª Vila Reencontro, onde 64 famílias vão viver. É um dia de milagre pela dignidade no atendimento às pessoas que estavam em situação de rua, garantindo mais possibilidade de emprego, um endereço, mais privacidade e, principalmente, a possibilidade para cada um aqui reconquistar a sua autonomia e, no futuro, conseguir uma moradia. É São Paulo na vanguarda das políticas voltadas para a população em situação de rua”, destacou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr.
Diariamente serão servidos café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. A gestão do serviço estará a cargo da Organização da Sociedade Civil (OSC) Associação Comunitária São Mateus (ASCOM), com repasse mensal de R$ 411.837,59. A Prefeitura investiu, ao todo, R$ 4,5 milhões na instalação da Vila.
O serviço, inspirado no modelo de acolhimento Housing First (“Moradia Primeiro”), tem como objetivo o acolhimento de famílias em situação de rua e/ou vulnerabilidade social e no desenvolvimento integral de autonomia das pessoas acolhidas.
A Vila Reencontro “Guaianases” fica na Rua Mestre Valentim, s/n, na zona Leste, em um terreno com 4.500 m² cedido pela Prefeitura à SMADS.
Ir para a unidade inaugurada nesta terça foi um alento para a auxiliar de serviços gerais M., 36 anos. Vítima de violência doméstica, ela está sob medida protetiva contra o ex-companheiro e vai morar na Vila Reencontro com os três filhos.
“Eu tive que ir para a rua por questões financeiras e por sofrer violência doméstica. Aqui é um espaço maravilhoso, onde você tem a sua autonomia, com certa privacidade. Tenho a oportunidade de fazer a minha própria alimentação, de guardar as minhas coisas. É uma pré-liberdade para que eu possa agora voltar ao mercado de trabalho o mais rápido possível, colocar os meus filhos na escola e conquistar a minha moradia novamente”, disse, emocionada.
Outros quatro equipamentos do gênero já foram instalados na cidade. A primeira unidade da Vila Reencontro, a “Cruzeiro do Sul”, foi entregue na véspera do Natal de 2022, em um terreno de mais de 30 mil m², no bairro do Canindé, região central da cidade.
Já em fevereiro de 2023 a Prefeitura inaugurou a Vila Reencontro “Anhangabaú”, localizada na Ladeira da Memória, também no Centro. A Vila tem 49 unidades, sendo que nove são para funções administrativas, como sala de atendimento, espaço multiuso e brinquedoteca, e outras 40 unidades para moradia, que comportam até quatro pessoas cada.
Em outubro de 2023, a Prefeitura entregou a Vila Reencontro “Pari”, a maior unidade do Programa Reencontro, com 100 módulos e capacidade para atender até 400 pessoas. Por fim, em dezembro de 2023, foi entregue a quarta unidade, a Vila Reencontro “Santo Amaro”, com capacidade para abrigar até 272 pessoas em 68 módulos.
A Vila
O perfil das famílias que são acolhidas na Vila Reencontro foi definido por meio de critérios de elegibilidade específicos e constantes nas Portarias 92 e 95/2022. São casais com filhos e famílias monoparentais ou outras composições familiares com ou sem criança.
Há ainda outros critérios de priorização estabelecidos, tais como, presença de crianças de 0 a seis anos e mulheres com histórico de violência doméstica.
Para a família da cuidadora de idosos Antônia Samara, 30 anos, que atua em uma das frentes do POT e vai morar na Vila Reencontro Guaianases com o marido e uma filha, essa é uma oportunidade para recomeçar.
“Eu perdi minha casa e me vi nessa situação. Passei seis meses em um hotel da Assistência Social e agora fui encaminhada para cá, que é um projeto que nos acolheu com uma nova oportunidade de ter uma moradia fazer a nossa comida, ter a nossa geladeira. É perfeito. Só tenho que agradecer”, afirmou.
Mais sobre o Programa Reencontro
O Programa Reencontro prevê a entrega de módulos de 18 m², equipados com cozinha, banheiro, armário e mobiliário de acordo com a configuração familiar, para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O programa é focado na conquista da autonomia por parte dos usuários através da reinserção no mercado de trabalho e da reconstrução dos vínculos sociais e familiares.
Cada família pode permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias das Vilas Reencontro. Esse período pode ser estendido de acordo com o acompanhamento da família pela equipe técnica. Além disso, as famílias devem participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de ganho de autonomia.
Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias são as informações do Cadastro Único (CadÚnico), as famílias em que as mulheres são as responsáveis, núcleos familiares que tenham crianças e adolescentes em sua composição e que estejam em situação de rua por um período mais recente (de seis meses a 36 meses).
O projeto tem três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro visa a estimular a recriação de vínculos preexistentes e o fortalecimento da rede de apoio. O primeiro elemento de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, sendo, portanto, um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do Programa Reencontro.