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De acordo com o último levantamento do Ministério das Relações Exteriores, mais de 4,2 milhões de brasileiros moram no exterior. A maior concentração está nos Estados Unidos, com 1,775 milhão de pessoas. Mas, engana-se quem acredita que esse número alto significa que é fácil morar e trabalhar na terra do Tio Sam. Pelo contrário, quem deseja mudar para os EUA precisa estar ciente de que conseguir a autorização para residir permanentemente no país pode ser um processo bem longo.
Por isso, contar com uma ajuda profissional nesse momento pode ser o diferencial entre quem consegue e quem tem os planos frustrados.
Para começar a dar um norte para os interessados nessa mudança de vida, o advogado Daniel Toledo – que atua na área do Direito Internacional há 20 anos e é fundador do escritório de advocacia Toledo e Advogados Associados – explica alguns pontos a serem levados em consideração.
Metrópoles: O processo de imigração é o mesmo para todo mundo?
Daniel Toledo: Não. Se é casado, a estratégia é uma; se é solteiro, é outra; ou, ainda, se tem filhos. Aliás, a pessoa precisa saber que esses filhos vão exigir uma certa demanda. Não adianta colocar no business plan que trabalhará 14 horas por dia sendo que é pai solteiro.
M: Você recomenda ir sozinho e depois levar a família?
DT: Não. A família deve estar envolvida no mesmo propósito. Ir sozinho não dá certo. Se a esposa, marido, filhos, não querem, não adianta forçar uma situação. Atuamos em média em 100 processos por ano e já nos deparamos com diversas situações, sendo que a mais clássica de todas são de casais que, quando chegam aos Estados Unidos, um começa a culpar o outro, um quer voltar e o outro não e então temos um cenário de caos.
M: Qual é o custo de vida de uma família nos EUA?
DT: Começo perguntando onde a pessoa quer morar, para então conseguir estimar quanto ela precisará. Pensando em um padrão de vida médio nos EUA, diria que são necessários cerca de US$ 5 mil para uma família de até quatro pessoas. Se conseguir se planejar para ter pelo menos seis ou sete meses de contas pagas, já é um cenário mínimo razoável.
M: Quanto levar como reserva de emergência?
DT: O ideal é ter dinheiro para uns 12 meses, o que permitirá estruturar a empresa, o negócio, arrumar um emprego, ou seja, cumprir o que foi colocado no business plan. É preciso entender que ninguém chega em outro país e já no dia seguinte terá uma empresa com faturamento suficiente para pagar funcionário, aluguel, impostos e, ainda, sobrar dinheiro para sobreviver.
M: São tantos detalhes, por isso é importante contar com a ajuda de uma assessoria jurídica nesse processo, não é mesmo?
DT: Sim, pois além desses pontos que devem ser levados em conta ao montar o business plan – e aí já pode entrar o auxílio da assessoria -, quem ler (a documentação) precisará conhecer o candidato ao visto por meio das palavras que o profissional usará para representá-lo. A assessoria jurídica deve entender as limitações e possibilidades de quem quer imigrar e conseguir descrevê-las no processo. Alguns profissionais podem tentar empurrar uma possível solução, mas um visto não deve ser tratado como um produto de prateleira. É necessário um bom planejamento e conhecer o nicho.
M: Então, como encontrar o profissional ideal?
DT: O profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência. Precisa haver afinidade e segurança. Além disso, é importante entender todos os passos do processo, os detalhes de cada uma das fases e sentir se o profissional transmite segurança. É preciso fazer perguntas, questionar etapas e analisar como é feita a timeline.
Toledo e Advogados Associados
A Toledo e Advogados Associados é um escritório de advocacia com filiais no Brasil, Estados Unidos e Panamá. Há mais de 20 anos, auxilia pessoas com imigração, investimentos e negócios internacionais.