Período de chuvas exige atenção redobrada com o Aedes Aegypti
O mosquito, vetor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, leva apenas sete dias para se desenvolver em locais com água parada
atualizado
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As águas de março, além de fecharem o verão – como diz a música do mestre Tom Jobim –, podem trazer muito mais do que pau e pedra na vida do brasileiro. Isso por que é justamente no período de calor e de chuvas que o mosquito Aedes Aegypti mais se prolifera, demandando atenção redobrada da população. Para que o mês não seja o fim do caminho, é importante adotar uma série de ações simples que ajudam a prevenir a multiplicação do agente transmissor e a frear os casos de doenças nas regiões mais sensíveis do país.
A lógica faz sentido. O inseto transmissor é sensível a dois fatores externos, típicos da atual estação: o aumento da temperatura e a presença da água. Somente dessa forma ele é capaz de se desenvolver. Ao restringir os locais com água parada, diminui-se a propagação, eliminado o ciclo de vida do mosquito.
Com hábitos diurnos, o Aedes aegypti é um mosquito doméstico e vive basicamente dentro de casa e perto do homem. A reprodução ocorre em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados e distribuídos por diversos criadouros.
Segundo o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), uma inspeção semanal de 10 minutos já é o suficiente para eliminar os criadouros domésticos, responsáveis por, aproximadamente, 80% do total de pontos de proliferação nas grandes cidades. Vale lembrar, no entanto, que é importante manter o cuidado ao longo de todo o ano, pois os ovos são resistentes à dessecação, podendo sobreviver com pouca quantidade de água por 450 dias, até que haja a eclosão das larvas.
Como combater o Aedes Aegypti?
● Manter bem tampado tonéis, caixas e barris de água.
● Lavar frequentemente tanques de armazenamento de água.
● Manter caixas d’água fechadas.
● Remover galhos e folhas de calhas.
● Não deixar água acumulada sobre a laje.
● Encher pratinhos de vasos com areia até a borda.
● Trocar frequentemente a água dos vasos e plantas aquáticas.
● Colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas.
● Manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo.
● Acondicionar pneus em locais cobertos.
● Fazer sempre a manutenção de piscinas.
● Tampar os ralos.
● Colocar areia ou cimento nos cacos de vidro de muros.
● Limpar sempre a bandeja do ar-condicionado.
● Manter esticadas as lonas que cobrem materiais de construção.
● Recolher sacos plásticos e lixo do quintal.
Repelentes, inseticidas e água sanitária
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, os repelentes e inseticidas – registrados na Anvisa – também podem ser adotados na prevenção a doenças transmitidas pelo mosquito. Aplicados diretamente na pele, os repelentes de uso tópico podem ser utilizados em gestantes e crianças maiores de 2 anos.
Da mesma forma, a água sanitária também poder ser usada no combate às larvas. Despejar a solução em ralos, plantas (principalmente naquelas capazes de acumular água entre as folhas), vaso sanitário, piscina, entre outros locais, é comprovadamente eficaz na prevenção da presença do inseto. No entanto, não é aconselhado utilizá-la em recipientes usados para armazenar água para consumo humano e de animais.
Doenças
O mosquito Aedes Aegypti é responsável pela transmissão de três tipos de doenças que o brasileiro aprendeu a temer: a dengue, a zika e a chikungunya. Cada uma delas tem suas diferenças, porém, os sintomas podem ser os mesmos apresentados em doenças mais comuns, como gripes e resfriados.
A dengue tem, entre as principais características, a febre alta repentina, além de dores no corpo, nas articulações, na cabeça, nos olhos, no abdômen, náusea, vômito e diarreia. A pessoa também tem manchas na pele que podem coçar.
A chikungunya é conhecida pela chegada de sintomas como febre alta, dores intensas e por muito tempo e inchaço nas articulações. Também há a presença de manchas vermelhas com coceira intensa.
Por fim, a zika se difere das demais doenças, pois a febre pode ser bem leve ou mesmo nem sequer ser identificada, assim como as dores no corpo. Uma diferença, no entanto, é a presença da conjuntivite causada pelo vírus, o que faz com que os olhos fiquem bastante avermelhados e haja coceira. Além disso, é comum manchas avermelhadas pelo corpo e dores nos músculos e articulações. Uma das maiores complicações da doença ocorre quando a pessoa infectada está gestante, podendo causar microcefalia, uma grave doença neurológica no bebê.