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Pergunta “o que você vai ser quando crescer” não faz mais sentido

Rafael Parente e Caio Dib, autores de “Como educar famílias para futuros desafiadores”, dão dicas de como se preparar para o que há por vir

Matheus Veloso/Especial Metrópoles
Live Como Educar
1 de 1 Live Como Educar - Foto: Matheus Veloso/Especial Metrópoles

atualizado

Os robôs estão substituindo os humanos em várias tarefas e trabalhos, fazendo com que muitas profissões deixem de existir ou se transformem. Mas isso não significa que ficaremos sem espaço. Muitos especialistas dizem que a tecnologia não tem a complexidade e muito menos a ética necessárias para a resolução de questões que necessitam de diálogo como, por exemplo, a ambiental.

Mesmo assim, esses especialistas enxergam que nós, humanos, precisamos treinar nos desenvolver para vivermos esse cenário complexo porque, ainda que natas, necessitam de preparo específico.

Mas, como fazer isso? A resposta é a educação. Onde? Escolas, faculdades, em casa, na rua, no trabalho, em todo lugar. E, quando? O tempo todo.

Em live realizada pelo Metrópoles, os educadores Rafael Parente e Caio Dib trouxeram luzes e dicas para esse caminho que já estamos percorrendo e nunca termina. O bate-papo foi mediado pela jornalista Natália André e está disponível nas redes sociais do portal.

Eles escreveram o livro “Como educar famílias para futuros desafiadores” conversando com mais de 15 especialistas e famílias sobre o assunto e os resultados dessa longa pesquisa são promissores e esperançosos. Nada está perdido.

Parente, PhD em educação pela Universidade de Nova York (NYU), afirma que um bom começo pode ser pelos estímulos da plasticidade cerebral e da sensação de que “podemos e precisamos nos adaptar às mudanças culturais, sociais, econômicas, tecnológicas, e, atualmente, pandêmicas” e deixar de nos vermos como seres fixos. Dessa forma, a pergunta “o que você vai ser quando crescer”, perde o sentido.

“Os especialistas, hoje em dia, já dizem que não podemos mais fazer essa pergunta aos nossos jovens porque, assim, os limitamos. Da Vinci e Tesla eram um monte de coisa. Não se confinavam em áreas específicas”, explicou Rafael.

Momento de transição

Caio, designer de serviço em educação, que também adora estudar sobre plantas, gosta de usar um termo dessa área, da natureza, para definir o momento que vivemos: ecótono, uma região resultante do contato entre dois ou maio biomas, como o encontro da Mata Atlântica e do Cerrado. Segundo ele, nesse lugar há espécies dos dois ecossistemas e também únicas, que só existem nessas regiões. Fazendo um paralelo com a ecologia, Caio brincou que estamos vivendo um “ecótono social”, já que não estamos no pior momento entre passado e futuro, mas num período único em que convivemos com realidades do passado, do futuro e desta fase de transição.

“A gente entrevistou um professor do Rio de Janeiro, que ele falava que já estava na quarta fase da vida dele. Ele falava que, primeiro de tudo, ele é curioso e um aprendiz. Depois, um professor. Agora, ele é designer de aprendizagem e palestrante. Portanto, ele faz outras coisas porque ele foi mudando a carreira dele ao longo do tempo e ressignificando ela e que bonito que ele conseguiu fazer isso, né? É o Eduardo Valadares”, exemplificou Caio.

Um dos pontos do livro deles é que esses futuros possíveis e desafiadores são percebidos, vividos e se tornam passado cada vez mais rápido. O futuro não é tão distante assim. Ele é aqui e agora.

Futuros possíveis

E, de acordo com Caio, engana-se quem pensa que as escolas e professores brasileiros estão atrasados nesse processo de inovação na educação.

“Tem muitas escolas e professores que já estão fazendo as transformações possíveis dentro da sala de aula e fora também. E esses professores precisam de apoio. Esse livro os ajuda a potencializar esse trabalho trazendo caminhos, ferramentas e outros olhares. Trazendo a família para perto”, detalhou Dib.

Outro ponto nesse processo é o diálogo entre os filhos e os pais, entre os filhos e os avós e outros parentes, entre escolas e famílias. Ou seja, mesmo com os robôs cada vez mais desenvolvidos, as relações humanas seguem fundamentais.

Para fazer com que o livro cumprisse o objetivo principal deles, ajudar pais e professores na educação desses novos caminhos, Caio e Rafael conseguiram 20 mil livros para distribuir a escolas do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo.

“Desde o começo, tínhamos na nossa cabeça alguns princípios na escrita do livro. Então, primeiro, não queríamos que fosse um livro longo, com linguagem rebuscada e de difícil acesso. Não queríamos que fosse um livro excludente. Queríamos que dialogasse com os leitores e atingisse o maior número de pessoas”, falou Parente.

Como educar famílias para futuros desafiadores

Onde encontrar: Amazon e comoeducarfamilias.com.br
Preço: R$ 1,99 (versão Kindle) ou R$ 19,99 (versão física). Valores até 13 de março
Autores: Rafael Parente e Caio Dib

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