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“Pandemia traz desafios e oportunidades para o ensino”, dizem especialistas

Em live realizado pelo Metrópoles, professores e estudiosos discutiram as principais tendências e riscos para o “novo normal” no ensino

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atualizado

Quando o assunto é educação na pandemia muitas são as incertezas, mas para além das adversidades atuais, o momento nos chama a uma reflexão sobre o futuro do ensino no Brasil. Atentos à importância do tema, o Metrópoles promoveu nessa quinta-feira (11/02), em parceria com o Colégio Ideal e a Casa Thomas Jefferson, a live Educação do Amanhã: Desafios para um novo ensino. A transmissão foi feita pelas redes sociais e no site do portal.

Os especialistas convidados discutiram sobre suas experiências dentro e fora da sala de aula, os aprendizados que ficam para quando o “novo normal” finalmente chegar e as dificuldades que seguem sem solução a curto prazo. Participaram do bate-papo Remi Castioni, diretor da Sociedade Brasileira de Educação Comparada; Gustavo Leal, diretor de operações do Senai; Clarissa Bezerra, especialista em Inovação da Casa Thomas Jefferson; e Américo Silvano, educador e cofundador do Colégio Ideal.

Dentre os principais pontos levantados na conversa, a transição do presencial para o digital permeou as falas de todos os convidados. Essa adaptação forçada põe à prova questões logísticas, limitações estruturais, como internet de qualidade, e a deficiência de alguns professores com as plataformas on-line. 

“Aqui no Ideal tivemos um verdadeira corrida contra o tempo. Investimos em treinamento para professores mais velhos, que não usam muito a internet ou smartphone, durante a pandemia. Também contratamos novos educadores com perfil mais tecnológico e saímos com saldo bem positivo. Foi difícil no início, mas houve um comprometimento coletivo”

Américo Silvano, educador e co-fundador do Colégio Ideal.

A quebra da rotina presencial em sala de aula gerou o afastamento entre professor e aluno tanto para quem atua no setor privado, como no ensino público. Esse é um dos obstáculos observados no ensino à distância. 

“Pais e alunos têm que assumir novos papéis, com mais comprometimento e responsabilidade. Os estudantes despertaram para tomar as rédeas do seu processo educacional, desenvolvendo um rotina e autogestão próprias para minimizar as possíveis perdas na aprendizagem durante a pandemia.”

Remi Castioni, diretor da Sociedade Brasileira de Educação Comparada

Para onde vamos?

Quando colocado em um panorama, o sistema educacional brasileiro apresenta falhas que foram potencializadas durante a pandemia. Como pontuado durante a fala de Remi Castioni, o problema não é dinheiro, mas, sim, de gestão. 

“Quem está na ponta da cadeia educacional, como os diretores, educadores e professores em municípios do país não são preparados para gerir os recursos e não têm capacidade para usar bem o dinheiro. É uma construção baseada na punição de quem gasta mal o dinheiro enviado pelo Ministério da Educação, ao invés de ensinar essas pessoas a gastar melhor”, conta.

Outro ponto levantado foi sobre o futuro desses alunos e como eles estão sendo preparados para o mercado de trabalho, tendo em vista a revolução tecnológica que estamos vivendo em paralelo à vivência em sala de aula. 

“Hoje os alunos estão sendo preparados no ensino médio para ingressar no ensino superior, mas a realidade é que poucos realmente vão para a universidade. Precisamos investir na educação profissionalizante, criando condições para inserção no mercado de trabalho. A economia do século 21 é baseada no conhecimento de qualidade. Os países que pensam no futuro investem na capacitação e qualificação da sua população”.

Gustavo Leal, diretor de operações do Senai

Elevar o modelo de educação, apostando em um ensino multidisciplinar e o desenvolvimento de alunos antenados às tendências de mercado e questões sociais é apontado como o melhor caminho para o futuro, segundo a gerente acadêmica da Casa Thomas Jefferson, Clarissa Bezerra.

A educação do Amanhã deve contemplar “habilidades e competências, como trabalho em equipe, uma comunicação eficiente em um contexto de pessoas que pensam e vivem diferente de você, gestão de tempo, ouvir e saber dar feedbacks, por exemplo. A escola deve ser a ponte entre a sala de aula e a vida real”.

Clarissa Bezerra, gerente acadêmica da Casa Thomas Jefferson

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