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O orçamento doméstico nada mais é do que o mapa que irá guiar a nossa vida financeira. Nesse sentido, ele mostrará em que etapa do caminho estamos, e o quanto ainda precisamos andar para atingir os nossos objetivos.
Quando a gente visualiza todas as despesas e ganhos, fica mais fácil tomar melhores decisões financeiras junto com as outras pessoas da família.
Por isso, ouvimos especialistas que nos ensinassem o caminho das pedras de como lidar e melhorar o orçamento financeiro.
O professor de finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, Fabio Gallo, diz que o indicado é separar as despesas em A, B, C e D. “A de alimentar, B de básico, C de contornável e D de desnecessário. Coloque no A todas as despesas de alimentação da família, fora e dentro de casa, mas nada de vinho importado ou chocolate suíço. No B, coloque as despesas obrigatórias da casa: água, luz, aluguel, telefone etc. No C, as despesas que melhoram a vida, mas numa situação de arroxo devem ser cortadas, como TV a cabo, banda larga, academia e, até, o carro. No C devem ser localizadas aquelas despesas que nem se sabe porque estão sendo pagas: anuidades de vários cartões de crédito, assinatura de jornais não lidos, etc.”, enumera.
O professor ressalta também que é necessário manter a individualidade e transparência nesse diálogo.
“Conversar sobre o que é necessário fazer é simples e difícil ao mesmo tempo. Mas o essencial é que depois de decidido todos os gastos conjuntos da família, se reserve um valor para cada um, que poderá ser gasto com o que quiser”, acrescenta.
O professor Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, concorda que manter a transparência e a individualidade são fundamentais. “Tudo começa com um orçamento. A família tem que colocar as receitas e despesas em um papel. Planilhar e verificar. Tem as prioridades daquilo que é obrigatório e as prioridades dos desejos, sonhos e metas a serem alcançadas. Então aquilo que é obrigatório como água, luz, telefone, supermercado etc, tem que colocar como prioritário, são despesas permanentes. No supermercado, a pessoa pode escolher entre comprar a marca mais cara ou não. E aí é essencial manter essa transparência com a família”, afirma.
“Já a questão de manter a individualidade é o seguinte: assim que o casal se casa, não existe o dinheiro dele e o dela, existe o dinheiro comum e tanto faz se um ganha 10 vezes mais que o outro. O que importa é ter o planejamento familiar, mas que também se tenha uma quantia individual para cada um gastar com o que quiser e é importante que sejam quantias equivalentes”, aconselha.
Calil ressalta que se houver dívidas, elas devem entrar no grupo de prioridades a serem liquidadas o quanto antes. “Por exemplo, se tem dívidas, não dá para fazer planos para uma viagem cara. Pagar as dívidas vem sempre em primeiro lugar, porque quem tem dívida, tem despesa de juros também”, ressalta.
No livro “Casais inteligentes, enriquecem juntos”, do consultor financeiro Gustavo Cerbasi, há dicas e planilhas de como anotar os gastos, observar como evoluiu o padrão de consumo ao longo do tempo e refletir sobre as escolhas financeiras. Além disso, o escritor ressalta a importância de simular situações extremas, como a perda de renda ou o recebimento de uma herança, por exemplo.
É importante fazer esse acompanhamento mensalmente, para que se tenha tempo hábil de realizar algum ajuste quando necessário. Além disso, Cerbasi recomenda que se faça uma reserva de 5% das despesas para cobrir imprevistos.
Aqui estão algumas dicas para gerenciar o orçamento da família:
Como vimos aqui, um orçamento familiar é uma ferramenta valiosa para ajudar as pessoas a controlarem os seus gastos e alcançarem suas metas financeiras.
Tão importante quanto se planejar é seguir o plano! Não adianta gastar um tempão fazendo orçamento e abandonar o controle financeiro depois de algumas semanas ou alguns meses.
Seja realista com as suas metas, deixe dinheiro para aproveitar o agora com a sua família e tenha sempre em mente os seus objetivos maiores. Com o apoio das pessoas que você ama, fica mais fácil chegar lá.