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Todos os interessados em participar da Chamada Pública de Projetos REE 001/2023, que financiará as iniciativas selecionadas em até R$ 8 milhões, puderam entender mais sobre o cenário nacional e mundial e tirar várias dúvidas sobre como devem ser desenvolvidas as propostas durante o Workshop de Eficiência Energética, que ocorreu na última quinta-feira (23/11), no Campus da IDP, na Asa Norte, em Brasília (DF). O evento também contou com transmissão ao vivo no canal do Metrópoles do YouTube.
Entre os nomes que palestraram, estavam Virgínia Parente, economista e professora do Instituto de Energia e Ambiente da USP; Vitor Pires Gonçalves, engenheiro de energia e especialista em geoprocessamento e análise espacial; Ana Mascarenhas, superintendente de Eficiência Energética da Neoenergia; e Daniela Souza, supervisora de Eficiência Energética da Neoenergia.
Para abrir o encontro, abordando o tema Transição Energética, Virgínia começou apresentando os benefícios da eficiência energética como o aumento de competitividade, “fazer mais com menos, significa reduzir custos e tornar a produção brasileira mais eficiente, fazendo sobrar dinheiro no bolso das famílias”.
Virgínia acrescentou o fato de que a evolução humana trouxe necessidades, como as industriais por exemplo, o que provocou um aumento exponencial no consumo de energia. Contudo, o planeta continuou o mesmo, ele não cresceu junto. “Nós retiramos com uma velocidade muito mais rápida do que repomos.”
A docente, porém, abordou também as dificuldades para que a transição vire realidade como a necessidade da descentralização e da democratização das tecnologias e da descarbonização.
Em outro momento, Ana Mascarenhas fez um apanhado de exemplos de projetos desenvolvidos pela Neoenergia. A superintendente iniciou a apresentação destacando que o sistema de governança e sustentabilidade da empresa desde 2021 segue critérios ESG + F (ambiental, social e governança + finanças, em tradução livre) e busca cumprir 16 metas nesse sentido até 2030.
Ana também fez uma prestação de contas sobre a Lei nº 9991/2000, que dispõe sobre os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica. Inclusive, lembrou que tanto a empresa quanto os interessados em apresentar projetos devem seguir a “Bíblia” do setor, que são os Procedimentos do Programa de Eficiência Energética (Propee).
Voltando aos projetos já entregues pela Neoenergia, a superintendente citou que 742 sistemas de energia fotovoltaica já foram instalados em instituições como hospitais, entre eles o Hospital de Câncer de Pernambuco; e escolas, como o Colégio Notre Dame e o Colégio La Salle Sobradinho, ambos no DF. “Antigamente, a CEB praticamente só fazia os projetos que eram de chamadas públicas, agora estamos mudando isso, fazendo mais prédios públicos, mais instituições, muito mais ações, com recursos que não foram utilizados nas chamadas públicas”, acrescentou.
O lado social da empresa também foi lembrado, como troca de lâmpadas e doação de refrigeradores para população de baixa renda em municípios afetados por fortes chuvas e o projeto Vale Luz, em que os consumidores trocam produtos recicláveis por descontos nas contas de energia. E o lado educacional, como o Museu da Energia em Salvador (BA) e o percurso energético em parceria com o Sesi Lab, em Brasília.
Mudanças Climáticas
Um tema extremamente importante no debate energético é a mudança climática. Por isso, Vitor Pires Gonçalves trouxe o assunto para o workshop. Segundo ele, desde 1824 o aquecimento global está sendo estudado, ganhando força em 1859 com pesquisas sobre o efeito de gases, como o CO2, como absorvedores de calor. Ou seja, desde essa época os cientistas já sabiam que a temperatura do planeta aumentaria cada vez mais.
Assim, a partir de 1972, o tema entrou no debate mundial com a realização da 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo; e recebeu mais atenção com as assinaturas dos protocolos de Montreal (1989) e de Kyoto (1997).
“Só para ter uma ideia, sem o efeito estufa, a temperatura média do planeta seria de -18°C. Hoje é de 14ºC graças a esse aumento constante. Só para ter uma ideia, em BH, minha cidade, a temperatura está 11 graus acima do normal”, explicou o especialista em geoprocessamento e análise espacial.
Em termos econômicos, Vitor citou que eventos relacionados ao clima já custaram 313 bilhões de dólares à economia global em 2022. Sem contar que essas mudanças podem deteriorar ativos de empresas como lotes de terra.
Chamada pública
A supervisora de eficiência energética da Neoenergia, Daniela Souza, explicou a importância das chamadas públicas, que é um recurso instituído pela Aneel em 2013, com a revisão da regulamentação do programa de eficiência energética, e garante mais transparência ao processo. De lá para cá, 13 chamadas públicas já foram promovidas.
“Segurança é um valor inegociável para a Neoenergia. Assim, todos os processos sem exceção, todas as equipes que operacionalizam algum projeto, têm que se atentar para segurança. E esse é um valor que o edital de chamada pública garante desde o início”, alertou Daniela.
A atual chamada pública, aberta no último dia 30 de outubro, tem como finalidade selecionar projetos que contemplem a melhoria das instalações elétricas e geração com fonte incentivada (solar fotovoltaica) para as tipologias: Residencial (condomínios), Industrial, Comércio e Serviços, Poder Público, Rural e Serviços Públicos. No total, serão disponibilizados R$ 8 milhões para a seleção dos projetos. A iniciativa faz parte do Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Brasília, regulado pela Aneel.
Por meio da chamada pública, os interessados poderão apresentar propostas de projetos, seguindo os critérios técnicos e comerciais definidos no edital disponível na página da Neoenergia (www.neoenergia.com). Os projetos serão analisados pela concessionária e, caso aprovados, receberão os recursos previstos para a execução.
