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Mizu Cimentos: fábrica revitalizada aposta em energia sustentável

Unidade reinaugurada em novembro contará com elevado nível de automação industrial e uso de inteligência artificial

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Foto colorida de três operários em frente a fábrica Mizu Cimentos - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de três operários em frente a fábrica Mizu Cimentos - Metrópoles - Foto: Divulgação

atualizado

Após quase uma década de inatividade, a antiga fábrica de cimento localizada em Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe, retorna às atividades sob a marca Mizu Cimentos. A reinauguração do complexo industrial ocorreu em 22 de novembro, com o início das operações de moagem, possibilitando a retomada da produção de cimento.

A fábrica está sendo totalmente revitalizada pela Polimix em um minucioso trabalho de modernização e terá capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de cimento por ano com a geração de 1.500 empregos diretos e indiretos na região.

Essa unidade industrial estava fechada desde setembro de 2015 em decorrência de vários entraves trabalhistas relacionados ao antigo proprietário, que construiu e operava a fábrica desde a inauguração em 1996.

O grupo empresarial responsável na época pela empresa enfrentou problemas financeiros como a falta de pagamento dos antigos funcionários, o que desencadeou diversas ações trabalhistas na Justiça do Trabalho em Sergipe.

Em razão da falta de pagamento dos diversos processos que foram se acumulando, o Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (SE) penhorou os ativos da empresa para submetê-los à leilão judicial.

Entre o mês de fevereiro de 2020 e maio de 2022 foram promovidos seis leilões judiciais que tentaram vender os ativos do complexo industrial. No entanto, não houve interessados na aquisição.

Em julho de 2022, no sétimo leilão, o complexo industrial foi arrematado pela Organização Empresarial Polimix pelo valor de aproximadamente R$ 317 milhões.

imagem colorida de uma linha do tempo

Desocupação humanizada

Em razão do abandono da fábrica pelo antigo proprietário, vários movimentos sociais promoveram a ocupação de terrenos pertencentes ao complexo industrial.

De acordo com José Antero dos Santos, diretor da Polimix, mais de 2 mil famílias ocupavam irregularmente cinco terrenos no entorno da fábrica. Sendo que quatro deles são considerados imprescindíveis para a produção do cimento em razão das reservas minerais de argila e calcário nesses locais.

“Para conseguirmos resolver esta questão foi necessário elaborar um complexo plano de desocupação destas áreas, que tinha como premissa básica a sua implantação de maneira humanizada, sem que houvesse conflitos”, conta José Antero.

A solução encontrada foi a doação de uma área de aproximadamente 50 hectares, em um terreno próximo ao complexo industrial, que pudesse abrigar as famílias que ocupavam irregularmente vários locais no entorno da fábrica.

Com a intermediação do TRT 20ª Região, foi firmado um acordo com as lideranças dessas comunidades. Com isso, a Polimix fez a doação do terreno para a Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro.

Nesse sentido, a prefeitura ficará responsável por fazer a escritura dos terrenos doados às famílias beneficiadas e futuramente promover o Reurb, programa de Regularização Fundiária Urbana. O programa conta com um conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais.

Dessa forma, todas as famílias beneficiadas terão a escritura do terreno e, com isso, a segurança de poder residir em um local que lhes pertence e com infraestrutura adequada.

A operação de desocupação ocorreu de forma humanizada, em que as famílias puderam contar com uma frota de mais de 18 caminhões com ajudantes, sobretudo para auxiliar na locomoção de mulheres, idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

“Atuamos desde 2005 construindo soluções para conflitos sociais, em especial em ações possessórias a exemplo da reintegração e imissão na posse. Essa ação específica se mostrou inicialmente complexa, tanto pelo número de famílias envolvidas, quanto pela extensão dos terrenos a serem desocupados”, explica a coordenadora do Grupo de Gestão de Crises e Conflitos da Polícia Militar em Sergipe (PM/SE), a major Belisa de Melo França.

“No entanto, o posicionamento da empresa, que se mostrou aberta ao diálogo, com sugestões de mediação e às possibilidades de mediação, facilitou bastante as medidas iniciais para esse cumprimento”, destaca.

A major também pontuou que a doação de uma área à prefeitura para a locação dessas pessoas mostrou a preocupação da empresa com o social. “Uma atitude que evidencia a compreensão e a empatia para com aquelas famílias e pessoas em vulnerabilidade social”, afirma.

Revitalização 

Após a desocupação, foi iniciado o processo e revitalização do complexo industrial. De acordo com José Antero, o local foi encontrado totalmente depredado, com todo o sistema elétrico e de automação totalmente destruído e vilipendiado.

As estruturas metálicas e até de concreto estavam em total degradação em razão da falta de manutenção ao longo dos nove anos em que a fábrica se encontrava parada.

Foto colorida de um equipamento enferrujado - Metrópoles
Maquinário e estruturas metálicas estavam enferrujados e com fios soltos

Para a retomada das operações da fábrica, estão sendo investidos R$ 250 milhões em revitalização.

“A revitalização deste complexo industrial resultará em um elevado nível de automação dos processos, uma iniciativa que visa ao desenvolvimento de equipamentos mais autônomos para a otimização de variáveis que possam resultar na segurança e qualidade das operações e produtos”, acrescenta José Antero.

Com o uso dos mais avançados recursos da indústria 4.0, além da implementação do uso de inteligência artificial, a fábrica retoma as atividades com elevado nível de modernização e a adoção de práticas mais sustentáveis.

Desde janeiro de 2024, a Polimix adota o uso de energia elétrica 100% renovável em todas as operações industriais, em especial nas atividades relacionadas à Prestação de Serviços de Concretagem, à produção de agregados para a construção civil e à fabricação de cimento.

foto colorida de um homem de perfil, atrás de um tubo escrito Mizu - Metrópoles

As fontes de energia renovável utilizadas pela Polimix incluem o uso de energia eólica e solar, que são inteiramente livres da emissão de CO2 e garantem um processo industrial mais sustentável e alinhado à melhores práticas para a descarbonização.

“Ao adotar o uso de fontes renováveis, a Polimix contribui para uma redução substancial nas emissões da indústria do cimento e reafirma sua posição de liderança com a adoção de práticas mais sustentáveis em nosso segmento.”

José Antero, diretor da Polimix

De acordo com José Antero, essa fábrica será dotada de um moderno sistema para o coprocessamento de biomassas, resíduos industriais, resíduo sólido urbano, entre outras fontes de energia, o que permitirá a substituição de no mínimo 40% de combustível fóssil utilizado atualmente.

Essa prática não apenas contribui para a redução do uso de fontes de energia não renovável, como também proporciona uma solução sustentável para o descarte de resíduos ao convertê-los em energia útil.

Organização Polimix

Há 47 anos no mercado, a Organização Polimix é uma grande empresa do setor de construção no Brasil, com atuação nas áreas de Concreto, Cimento, Agregados, Argamassa, Soluções em logística, Energia Renovável e Economia Circular.

Desde 1976, a Organização Polimix oferece produtos e serviços com excelência, acreditando no ser humano e no potencial de desenvolver-se, buscando o crescimento contínuo, em harmonia com as comunidades e o meio ambiente nas regiões em que atua.

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