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Mitos e verdades sobre a sífilis, doença milenar que preocupa o país

Nem tudo o que se diz em relação à enfermidade tem fundamento. Há muitos boatos que se confundem com informações realmente sérias

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Sim, falar de doenças sexualmente transmissíveis ainda é um grande tabu no Brasil. E isso em pleno século 21. Na internet – e principalmente nas redes sociais –, circulam inúmeras informações, muitas delas falsas, que mais atrapalham do que ajudam na prevenção, no tratamento e na cura da doença. Por essa razão, é fundamental ter acesso à orientação médica e a conteúdos com credibilidade. Confira, a seguir, alguns rumores e verdades que são compartilhados todos os dias na web.

Quem já teve sífilis pode ter filhos.
Verdade. Quem já teve a doença pode ter filhos, desde que a sífilis tenha sido tratada e os exames de sangue confirmem que o casal esteja curado. Mulheres que já tiveram sífilis podem engravidar, mas é preciso que o tratamento tenha sido feito corretamente e a doença esteja completamente curada.

A sífilis não possui tratamento que possa ser feito durante a gestação.
Mito. Durante o pré-natal, o exame de detecção da doença é solicitado e deve ser feito juntamente com outros exames. Esse acompanhamento é fundamental para a saúde da gestante e o bem-estar do feto.

Se a mulher engravidar com sífilis ou adquirir a enfermidade durante a gravidez e não tratá-la, a doença pode ser transmitida para o bebê.
Verdade, a doença pode ser transmitida para o bebê.

Homens não podem transmitir sífilis aos bebês.
Mito. Homens que já tiveram sífilis também devem se certificar de que estão completamente curados antes de tentarem ter filhos, pois podem infectar a parceira, que poderá transmitir a doença para o bebê. Quando ambos estão infectados (homem e mulher), o tratamento deve ser feito em conjunto.

Quem teve sífilis pode doar sangue.
Verdade. Quem teve sífilis pode doar sangue, desde que tenha feito o tratamento completo e aguarde 12 meses para realizar a doação depois de ter superado a doença. A Portaria nº 1.353/2011, do Ministério da Saúde, indica todas as doenças e condições que impedem a doação de sangue e aquelas que impedem temporariamente. A sífilis entra na classificação temporária. O teste para detectar sífilis e outras doenças transmissíveis pelo sangue serve como triagem para a doação de sangue.

Indivíduos que já tiveram sífilis permanecem com anticorpos contra a doença durante um tempo, mesmo depois de já estarem curados. Se ainda tiverem anticorpos no sangue, o teste dá positivo. Por isso, é necessário esse tempo de espera de um ano após o tratamento para doar sangue, pois os anticorpos demoram um período para estabilizarem na corrente sanguínea.

O leite materno contamina o bebê.
Mito. Porém existe a transmissão via vertical, ou seja, da grávida para o feto.

A contaminação por sífilis pode ocorrer por meio de sexo oral.
Verdade. Se houver feridas na região da boca, assim como nos lábios, faringe, língua e palato, por exemplo, o sexo oral sem proteção pode ocasionar a transmissão.

Quem é alérgico a penicilina fica sem tratamento.
Mito. Se houver relatos de reações alérgicas ao antibiótico, medidas terapêuticas que envolvem outros medicamentos podem ser aplicadas.

Pessoa com sífilis tem maior probabilidade de contrair o HIV.
Verdade. Qualquer tipo de doença sexualmente transmissível aumenta os riscos de contaminação do HIV.

Relação sexual entre duas mulheres não é capaz de transmitir a sífilis.
Mito. Independentemente do sexo do parceiro, sempre será necessário alguma forma de proteção. Algumas doenças podem ser mais difíceis de serem transmitidas quando não há um órgão sexual para fazer a penetração, porém doenças como a sífilis podem ser transmitidas pelo contato da língua com a mucosa vaginal ou pelo contato dos dedos ou outro objeto que eventualmente entre em contato com uma pessoa contaminada e logo em seguida com as mucosas de uma pessoa sadia.

A sífilis mata.
Verdade. Casos mais graves, principalmente os que são descobertos tardiamente, podem levar a morte.

Contraceptivos orais protegem contra a sífilis.
Mito. Os contraceptivos orais só são eficazes para prevenir a gravidez e não para impedir a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis. Os preservativos femininos e masculinos são os únicos métodos contraceptivos que ajudam a prevenir a transmissão de infecções como a sífilis durante o sexo.

A sífilis é uma doença crônica.
Mito. Não é uma doença crônica, embora as lesões da sífilis terciária possam deixar sequelas nos sistemas cardiovascular, nervoso, digestivo, ósseo e outros, por isso, o infectado deve procurar tratamento assim que notar algo errado em seu corpo.

A sífilis sempre apresenta sintomas.
Mito. A sífilis é uma doença que possui períodos de latências. Os pacientes nesse estado podem ficar vários meses, anos ou décadas assintomáticos na fase latente antes de um novo retorno da doença, porém os exames laboratoriais irão apresentar a sífilis no organismo do paciente.

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