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O Metrópoles e a Oncologia D’Or promoveram nesta quarta-feira (27/10) a live “Outubro Rosa: importância do diagnóstico precoce no tratamento do câncer de mama”. Para debater o tema, estiveram presentes o médico oncologista do Hospital DF Star Daniel Marques e o médico mastologista Sérgio Zerbini.
A iniciativa faz parte das ações do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O câncer de mama é uma das doenças que mais acomete as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), aproximadamente 66 mil novos casos serão diagnosticados só neste ano. Na capital federal, são identificados dois casos por dia e, em 2021, já foram contabilizados 730.
Apesar de não estar ligada somente a uma causa, a idade é um fator de risco da doença. Por isso, é importante que, principalmente a mulher a partir dos 40 anos, procure um médico caso note algo diferente.
Mesmo não sendo a principal forma de detectar o tumor, uma das estratégias indicadas para observar qualquer mudança no corpo é o autoexame. “Isso leva a um grau de conscientização e de autoconhecimento. Então a mulher vai se autoconhecer, ela vai conhecer a sua mama e saber de alguma alteração que apareça. Mas lembramos sobre a necessidade dos exames de rotina”, reforçou Zerbini.
Entre os principais sintomas para identificar a doença estão nódulos (caroços) nas mamas, pele da mama avermelhada, alterações no bico dos seios, pequenos caroços nas axilas ou no pescoço e saída de líquido anormal pelos mamilos.
Como fazer o autoexame
Um fator que contribui bastante para a prevenção é o autoexame em casa. Para isso, a mulher deve se posicionar em frente ao espelho e observar as duas mamas com os braços caídos. Em seguida, colocar as mãos na cintura fazendo força e, depois, botá-las atrás da cabeça e verificar o tamanho, a posição e a forma do mamilo.
Em continuidade, mudar de posição e levantar o braço esquerdo, apoiando-o sobre a cabeça. Com a mão direita esticada, examinar a mama esquerda e fazer movimentos circulares de cima para baixo. Repetir os movimentos. Por fim, pressionar o mamilo e verificar se há saída de secreção.
É importante também que se faça o autoexame deitado. Nesse caso, deve-se colocar uma toalha dobrada sob o ombro e examinar a mama direita, sentindo-a com movimentos circulares, fazendo uma leve pressão. Apalpar a metade externa da mama e depois fazer o mesmo com as axilas. Em seguida, inverter o procedimento e fazer na mama esquerda.
Diagnosticada a doença, apenas o médico pode indicar o melhor tratamento para a paciente, que pode ser cirurgia, radioterapia, hormonioterapia (inibição do crescimento do câncer para a retirada do hormônio da circulação) e terapia biológica, além da reconstrução mamária. Apesar desse tipo de câncer ser mais recorrente em mulheres, ele também pode aparecer em homens.
Uma das recomendações do INCA para prevenir o tumor é adotar hábitos saudáveis. Entre eles, a prática de atividade física, manter o peso corporal adequado, evitar o uso de bebidas alcoólicas e amamentar o bebê o máximo de tempo possível.
Evolução no tratamento
O médico oncologista Daniel Marques lembrou que, com a evolução de tecnologias e medicamentos, atualmente é possível intensificar o tratamento para quem precisa e poupar algumas mulheres de caminhos como a quimioterapia. “Para a gente cuidar bem de uma pessoa, nós devemos conhecer bem a doença. Então nos últimos 20 anos nós passamos a conhecer melhor o câncer de mama. Hoje, conseguimos ver algumas alterações, ver o DNA do tumor.”
Marques acrescentou que os exames estão mais modernos e menos invasivos. Inclusive, atualmente há um teste genômico do tumor que ajuda o médico a decidir o melhor tipo de tratamento após a cirurgia de retirada do tumor.
Por fim, ambos os especialistas apontaram que se as pacientes seguirem bem as orientações após o tratamento ou a cirurgia, como praticar atividades físicas, elas poderão voltar a uma vida normal. “A pessoa tem que ter certeza da cura ou do controle da doença para voltar a uma rotina produtiva”, finalizou o médico mastologista Sérgio Zerbini.