metropoles.com

Itaipu tem papel de destaque na preparação de debates para o G20

A usina hidrelétrica é mundialmente conhecida pela capacidade de gerar grandes quantidades de energia sem poluir o meio ambiente

Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional
Fotografia colorida mostrando a Itaipu Binacional-Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostrando a Itaipu Binacional-Metrópoles - Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

atualizado

Cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo não possuem acesso a fontes de energia limpa, ou seja, quase 30% da população mundial. Esses dados da Agência Internacional de Energia reforçam a importância do Brasil como sede este ano do encontro do G20, um dos eventos mais importantes no cenário global para discussão do futuro do planeta.

Isso porque o governo brasileiro elencou a pobreza energética como um tema prioritário, pois entende que a ausência de recursos energéticos em determinadas regiões consiste em um obstáculo ao acesso das populações a serviços modernos e à superação da pobreza.

Por isso, entre hoje, 30 de setembro, e 4 de outubro, o Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, sob coordenação do Ministério de Minas e Energia, reunirá esforços em Foz do Iguaçu, no Paraná, para debater formas de acelerar o financiamento das transições energéticas; a dimensão social da transição energética; e perspectivas de inovação de combustível sustentável, como a biomassa e o biogás.

Mas, por que escolheram esse local para as tratativas? Porque a cidade é sede da Itaipu Binacional.

A usina hidrelétrica é mundialmente conhecida pela capacidade de gerar grandes quantidades de energia sem poluir o meio ambiente, além do papel ativo em busca de uma transição energética com segurança e responsabilidade social, que almeja justiça social e inclusão das comunidades mais vulneráveis.

Assim, a hidrelétrica desempenha um papel de destaque na organização e logística para o encontro do G20, que será em outubro no Rio de Janeiro.

Em colaboração com o governo federal, Itaipu definiu os locais que sediarão a reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, bem como as reuniões da Clean Energy Ministerial (CEM) e da Mission Innovation (MI), que devem ocorrer nos hotéis Mabu Thermas Grand Resort e Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort.

“A Itaipu tem tudo a ver com essa pauta, pelo seu papel como produtora de energia limpa e barata, como quem contribui para as alternativas energéticas como a biomassa, como a energia solar e principalmente pela característica muito particular da Itaipu de ser uma empresa que tem integração com todos os países da América Latina, em especial no que se refere a esse processo da transição energética.”

Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu

Fotografia colorida da Itaipu Binacional

O Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 tem como objetivo central promover discussões sobre o panorama mundial da mudança para o uso de fontes de energia limpas e sustentáveis, além de explorar estratégias para assegurar que essa transição seja justa, acessível e inclusiva para todas as partes envolvidas.

Entre os principais temas do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 para 2024, a usina Itaipu possui cases a serem apresentados, como:

  • Financiamento das Transições Energéticas:

Uma das características marcantes dos municípios pertencentes à Bacia do Paraná 3, no qual os principais rios desaguam no reservatório de Itaipu, é a produção de proteína animal.

Essa atividade econômica produz, como consequência, toneladas de dejetos diariamente que, se não tratados de forma adequada, podem chegar até o reservatório da usina, diminuindo a vida útil.

Por isso, a Itaipu iniciou projetos de energia e entendeu que a melhor maneira de evitar a descarga desses efluentes seria gerar conhecimento sobre a transformação desse passivo ambiental em um ativo econômico: o biogás.

Assim, além de incentivar uma forma de proteger o reservatório, a Itaipu começou um processo de transição energética nas propriedades, trazendo benefícios ambientais e econômicos aos produtores rurais, incrementando as rendas e incluindo uma nova fonte de energia renovável e riqueza na cadeia de produção.

Esse projeto apoiado pela Itaipu na região oeste do Paraná foi a base técnica e regulatória para a geração distribuída no Brasil, que hoje está massivamente presente em 99,7% dos municípios brasileiros com a solar fotovoltaica, superando os 32,5 GW instalados em setembro de 2024 – segundo a Aneel.

Fotografia colorida mostrando mulher em laboratório-Metrópoles

A partir desses projetos de biogás, a Itaipu fundou o CIBiogás, em 2013, baseada em um estudo de viabilidade econômica e mercadológica. Também promoveu um convênio de custeio nos primeiros cinco anos da instituição.

Atualmente, o CIBiogás é referência nacional no tema, contribuindo desde a estruturação de projetos e negócios até o desenvolvimento tecnológico e levantamento de informações nacionais sobre biogás.

A Itaipu também apoia e financia projetos de energia solar fotovoltaica em áreas rurais e urbanas em todo o estado do Paraná, por meio do programa Itaipu Mais que Energia, da gestão de bacias hidrográficas e do auxílio eventual para instituições filantrópicas.

Atualmente, a Itaipu também está estruturando o projeto-piloto de uma planta solar flutuante binacional a ser instalada na margem paraguaia do reservatório, com 1 MWpico de painéis fotovoltaicos, que visa a investigar o comportamento técnico e ambiental desse tipo de aplicação.

  • Perspectivas de inovação de combustível sustentável

No que se refere à inovação de combustíveis sustentáveis, a Itaipu foi pioneira no refino de biogás para produzir biometano e utilizar esse combustível em grande parte da frota.

O projeto de biometano veicular da Itaipu foi responsável pela aprovação da Resolução 8/2015, da ANP, que estabelece as especificações do biometano oriundo de produtos e resíduos orgânicos agrossilvopastoris e comerciais.

Além do biogás, a Itaipu, por meio do Itaipu Parquetec, fomenta e desenvolve pesquisas sobre hidrogênio verde, em uma Planta Experimental, há quase 10 anos, com toda infraestrutura de equipamentos para produzir, armazenar e aplicar esse hidrogênio.

A Planta utiliza o processo de eletrólise da água para produzir o hidrogênio e energia elétrica renovável, proveniente da usina de Itaipu ou de uma usina de geração fotovoltaica e uso de baterias.

Há ainda a Unidade de Demonstração de Biogás e Biometano (UD-Itaipu) operada pelo CIBiogás, no qual são tratados resíduos orgânicos internos da Central Hidrelétrica Itaipu e produzido biometano, que abastece parte da frota da empresa e abastecerá um ônibus da frota do turismo, em processo de conversão.

A energia hidrelétrica já é considerada uma das formas mais limpas de geração de eletricidade, pois se utiliza de um recurso renovável – a água que passa pelas turbinas – e que não é consumida durante o processo de produção.

Também tem impacto muito menor na emissão de gases de efeito estufa do que outras matrizes, como o petróleo e o gás natural.

Isso ganha importante relevância no contexto da transição energética, em que a redução das emissões de carbono é uma prioridade em todo o planeta.

Sem contar que a usina é um exemplo de cooperação internacional e foi a primeira no mundo a pertencer, em partes iguais, a dois países – Brasil e Paraguai. Ao longo de 50 anos de história, ela virou modelo na geração de energia limpa e renovável, com responsabilidade social e cuidado com as pessoas.

Além de ser reconhecida como exemplo de inovação e pesquisa em energia limpa, Itaipu atua para ampliar o conhecimento e o compromisso da sociedade com a sustentabilidade do planeta e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A Itaipu Binacional foi pioneira na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas à geração distribuída no Brasil, hoje disseminada pela microgeração próxima aos grandes centros, principalmente a solar, com o projeto do biogás.

De forma similar, várias pequenas propriedades rurais do entorno da usina puderam testar uma tecnologia de baixo custo para gerar a própria energia a partir de resíduos agrícolas e dejetos animais.

Esse projeto não só contribuiu para a geração de energia limpa, gerando crédito financeiro para os proprietários, como também na gestão de resíduos orgânicos, principalmente de suínos, que potencialmente poderiam contaminar o lago de Itaipu.

O processo ainda gera um subproduto, o biofertilizante, de grande interesse para os proprietários rurais.

Fotografia colorida mostrando plantação sendo irrigada-Metrópoles

A Itaipu também assumiu a vanguarda da mobilidade elétrica no Brasil. Desde os anos 2000, a hidrelétrica desenvolve um projeto de veículos elétricos em parceria com várias montadoras, inclusive contando com a montagem de automóveis dentro da própria usina, e com pesquisas tecnológicas desenvolvidas em parceria com o Itaipu Parquetec (ex-Parque Tecnológico Itaipu) para aprimoramento de baterias e de estações de recarga.

Em parceria com empresas públicas, privadas e instituições de pesquisa foram desenvolvidos veículos elétricos de passeio, caminhão elétrico de pequenas cargas, miniônibus 100% elétrico, o primeiro ônibus elétrico híbrido a etanol, off-road elétrico, avião elétrico tripulado, eletropostos, sistemas de compartilhamento de veículos, entre outros.

Entre as atuais linhas de pesquisa do Programa VE (Veículo Elétrico) estão o Sistema de Armazenamento de Energia para instalação em comunidades isoladas (ilhas e áreas que não dispõem de rede elétrica), Sistema de Armazenamento de Energia com inversores híbridos e painéis solares para operação “on-grid” e “off-grid“.

Recentemente, por meio do programa Itaipu Mais que Energia, a Binacional anunciou o financiamento de 42 veículos elétricos e o mesmo número de postos de abastecimento (chamados eletropostos) para prefeituras das regiões noroeste e sudoeste do Paraná.

O objetivo é estimular a renovação das frotas municipais por veículos mais sustentáveis, contribuindo com a redução das emissões de carbono e o alcance das metas da Agenda 2030, das Nações Unidas. O valor do investimento será de R$ 8,9 milhões.

Soluções sustentáveis

Em outra frente, a Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec abrigam laboratórios de inovações em soluções sustentáveis.

Um marco dessa linha de atuação foi a inauguração em Itaipu, em junho de 2024, de uma planta para a produção de querosene verde, o petróleo sintético extraído a partir de biogás.

Desenvolvida em parceria entre o CIBiogás e o projeto H2Brasil, essa é uma iniciativa conjunta do governo brasileiro e do governo alemão, incluindo o investimento de 1,8 milhão de euros do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).

A Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis, localizada dentro da área da usina, é pioneira no foco da geração de combustível sustentável para aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF).

A Itaipu Binacional também está desenvolvendo um projeto de usina solar flutuante no reservatório da usina, em caráter experimental, com capacidade de 1 MWp (Megawatt-pico), para aproveitar não só a força das águas como a otimização do uso da superfície do lago.

Os painéis serão posicionados no lado paraguaio do reservatório e a energia gerada atenderá parcialmente o consumo interno da própria usina.

Além disso, a educação e a capacitação são fundamentais para o sucesso das iniciativas sociais de Itaipu. A usina tem promovido programas de formação e treinamento em energias renováveis e geração distribuída, visando a capacitar profissionais e disseminar conhecimentos em diversas áreas.

São programas que incluem cursos, workshops e seminários, além de parcerias com universidades e centros de pesquisa, por meio da Universidade Corporativa Itaipu.

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?