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No primeiro bate-papo do tech talk “Agro Trends: tecnologia para impulsionar o campo e a alimentação”, André Carvalho, CEO da The New, Lucas Costa Infante, CEO e co-fundador da Food To Save, e Victor Santos, CEO da Liv Up, trouxeram os próprios cases para debater sobre como as foodtechs – startups do ramo alimentício – recriaram com a tecnologia o processo de abastecimento e geração de comida. Tema bastante relevante para a comunidade global, pois, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), até o ano de 2050 a produção mundial de alimentos deveria aumentar aproximadamente 70% para suprir a necessidade da população.
A Food to Save, por exemplo, investe no combate ao desperdício. A foodtech conecta restaurantes, padarias e hortifrutis a consumidores para a venda de produtos próximos da validade. Número 1 do Brasil contra o desperdício de alimentos, a startup já movimentou mais de R$ 1,8 milhão e gerou mais de R$ 1 milhão em receita incremental aos estabelecimentos parceiros, conquistando números expressivos e se consolidando cada vez mais como líder de mercado dentro do segmento. “Resgatamos mais de 300 toneladas de alimentos que iam para o lixo”, ressaltou o co-fundador da Food To Save.
A marca também transforma o desperdício de alimentos em oportunidade: a startup desenvolveu um app que permite comprar, dos estabelecimentos parceiros, Sacolas Surpresa de produtos que seriam descartados (todos aptos para consumo). Operando em São Paulo, a foodtech já atingiu 100 mil sacolas vendidas em pouco tempo de operação, o que representa 150 toneladas de alimentos salvos.
Em outra frente, transformar plantas em alimentos versáteis, saborosos e nutritivos foi o jeito encontrado pela The New – marca de carne à base de vegetais que cresce mais rápido na América Latina – para inovar e oferecer uma alternativa para uma alimentação mais consciente.
Quanto à Liv Up, é uma foodtech que une alimentação saudável e o conceito de farm-to-table. Hoje, são produzidas mais de 300 mil refeições por mês. Contudo, no meio de tanta inovação, apostar em mais soluções tecnológicas e promissoras já está em debate entre as startups de comida saudável inteligente. De acordo com Victor Santos, a marca está só no início. “Temos o consumidor como protagonista, e as redes sociais têm nos ajudado na aproximação com ele. Apesar dos nossos feitos, cabe-nos sonhar muito ainda, para tirar ideias do papel, sempre prezando pelo cliente.”
Para André Carvalho, ainda dá para inovar muito. A companhia trabalha com proteína da soja, lentilha, arroz e ervilha. Porém, apesar disso, o representante levanta questionamentos. “Em que momento que o Brasil vai buscar uma proteína de caju, por exemplo? É preciso, ainda, agregar a consistência e a suculência do alimento”. Além disso, ele enxerga que a tecnologia industrial dá ferramentas, mas é preciso pensar no desenvolvimento de aromas naturais e proteínas, que permite a condição de fazer outras réplicas de alimentos com qualidade, textura e suculência.
Já o co-fundador da Food To Save apontou a necessidade da inovação em outros setores. “Há muitos estabelecimentos que não controlam o desperdício. Será que já existem softwares para controlar essa problemática? O Brasil ainda tem inúmeras dores para tratar”, ressaltou.
Abertura
A abertura do evento foi feita pelo presidente do BioTIC, Gustavo Dias Henrique, que citou a importância de debates como os que seriam feitos durante os talks. “Realizar no BioTIC uma tarde de debates sobre as novas tecnológicas aplicadas no agronegócio é importante para destacar o Distrito Federal, não apenas com serviços públicos, mas também em suas grandes produções agropecuárias e no desenvolvimento de diversos seguimentos como os debatidos aqui”, apontou.
Representando o governador do DF, Ibaneis Rocha, o vice-governador Paco Britto enalteceu o serviço dos colaboradores do próprio BioTIC, que fazem a inovação acontecer na capital federal. Também participaram o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Rafael Parente, e Luciano Mendes, secretário-executivo da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal.
Agro Trends
Após o primeiro talk, o segundo teve como foco as agtechs com a participação de porta-vozes da Solinftec e AGTech – agrotecnologia. Duas empresas que estão utilizando tecnologia de ponta para ajudar agricultores a vencerem os desafios no campo. A Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal também esteve representada no painel.
Para encerrar, o CEO da BeGreen Farm, Giuliano Bittencourt, compartilhou um pouco da história inspiradora da empresa e contou como tem conduzido a primeira fazenda urbana e sustentável da América Latina.
O Agro Trends foi promovido pelo Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), em parceria com o Metrópoles.
Assista os talks na íntegra: