atualizado
Frente ao desafio global para minimizar a crise climática, o etanol tem se destacado como uma alternativa sustentável na mobilidade urbana. Reconhecido como o biocombustível de menor pegada de carbono no mundo, ele também proporciona economia para os motoristas, com uma eficiência de até 75% em comparação com a gasolina.
Produzido a partir da cana-de-açúcar e do milho, o etanol apresenta uma queima mais limpa e reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa. Além disso, ajuda a diminuir o índice de doenças respiratórias ocasionadas pela poluição do ar, especialmente nas áreas urbanas.
De acordo com levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), desde 2003 – ano de lançamento dos carros flex no Brasil – até dezembro de 2023, a utilização do etanol evitou a emissão de mais de 660 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Percebendo a expertise do país na produção de etanol ao longo das últimas décadas, a UNICA acredita que o Brasil tem potencial para liderar a descarbonização da matriz energética global.
E para esclarecer a população sobre as vantagens desse biocombustível, especialistas da entidade respondem algumas das dúvidas mais comuns sobre o etanol.
O etanol só compensa se custar até 70% do preço da gasolina?
Com o avanço tecnológico dos motores flex, essa diferença vem diminuindo. Hoje, o rendimento do etanol pode chegar a até 75% da gasolina, o que amplia a vantagem econômica. Ressaltando que o rendimento de cada carro é específico e também deve ser levado em conta a forma de condução dos motoristas.
Abastecer com etanol prejudica o motor flex? É preciso intercalar com a gasolina?
Os motores flex estão preparados para rodar com qualquer tipo de combustível, assim como qualquer volume de mistura entre etanol e gasolina. Dessa forma, não há necessidade de intercalar os combustíveis.
O etanol mantém o motor mais limpo do que a gasolina?
Sim. Por ter uma queima mais limpa, o biocombustível impede a formação de depósitos carboníferos dentro do motor. Além disso, o etanol é uma opção mais limpa e renovável, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
O etanol gera menos força do que a gasolina?
Não. O etanol tem características de combustão melhores, como a octanagem maior do que a gasolina. Com o avanço da tecnologia flex, os motores evoluíram e podem entregar maior eficiência energética, melhorando a autonomia e reduzindo o consumo. Na queima total da mesma quantidade de ar usando etanol ou gasolina, o etanol libera uma energia cerca de 5% maior, aumentando a potência do motor.
O etanol só é utilizado como combustível?
Não. Além do combustível, parte do etanol produzido é destinado para diversas indústrias, como alimentícia e bebidas, cosmética, bioplásticos, lubrificantes e solventes.
O etanol é renovável?
Sim. São consideradas fontes renováveis de energia aquelas que utilizam recursos que não se esgotam ou se regeneram. Nesse cenário, o etanol brasileiro é um combustível renovável porque a produção tem como principais matérias-primas a cana-de-açúcar e o milho. Por se tratar de culturas, que são cultivadas e colhidas de maneira sustentável, ou seja, com o tratamento adequado do solo, tornam-se uma fonte inesgotável de combustível limpo.
A produção de etanol prejudica o meio ambiente?
A indústria de etanol trabalha para promover técnicas de cultivo sustentáveis, como a agricultura de precisão e controle biológico de pragas. A cultura da cana e do milho já estão entre as que menos utilizam defensivos agrícolas.
Desde 2007, o setor sucroenergético em São Paulo – principal região produtora de etanol no Brasil – adotou voluntariamente o fim do uso do fogo como método pré-colheita com a assinatura do Protocolo Etanol Mais Verde. Nesse período, o setor investiu na recuperação de milhares de hectares de áreas de vegetação nativas e nascentes. Além disso, reduziu em mais de 95% o volume de água utilizado no processo industrial.
Com o Renovabio, Política Nacional de Biocombustíveis, o setor assumiu o compromisso com o desmatamento zero – mesmo em áreas liberadas – para a produção de biocombustível no Brasil.