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Estoque de leite materno no DF está baixo; entenda importância de doar

Sem custo para a mãe e com agendamento da coleta feito pelo 160 (opção 4), doação salva a vida de bebês prematuros

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A newborn baby is being cup fed by a nurse
1 de 1 A newborn baby is being cup fed by a nurse - Foto: Getty Images

atualizado

Mesmo sendo referência para o Brasil na coleta e distribuição de leite materno, o Distrito Federal enfrenta dificuldade em manter o estoque de leite em níveis confortáveis para atender a demanda. A amamentação, além de ser fundamental para o pleno desenvolvimento dos bebês, é algo natural para a mãe e a criança. Mas, por diversas razões, ela pode não se estabelecer. É aí que entra a generosidade de outras mamães.

Ao longo de 2021, mesmo diante do cenário de pandemia, o Banco de Leite Humano do Distrito Federal coletou 19.144 litros de leite materno. A arrecadação em litros foi 6,5% maior do que em 2020, que somou cerca de 17 mil litros. Em 2021, quase 14 mil bebês foram beneficiados, um aumento de 8,83% em relação a 2020, quando esse número foi de pouco mais de 12 mil. 

Apesar do total de coletas de leite materno ter sido superior em 2021, desde outubro do ano passado os números dos estoques do banco de leite humano estão em queda. Para a secretaria, as doações em 2022 começaram baixas por conta do período de férias e do número de mulheres com síndrome gripal. 

De acordo com a pasta, de janeiro a maio, foram coletados 7.400 litros de leite materno. A Coordenação das Políticas de Aleitamento Materno e o Banco de Leite Humano do DF esclarece que 1,5 mil litros por mês é o mínimo para manter os estoques de forma estável e poder contemplar mais crianças. 

leite materno doado
Em 2021, quase 14 mil bebês foram beneficiados pela doação de leite materno

Mitos e verdades 

O Brasil, além de protagonista reconhecido internacionalmente por boas práticas no campo da doação de leite humano, também exporta tecnologia e conhecimento para arrecadação, armazenamento e processamento do leite materno para toda a Rede Global de Bancos de Leite Humano. Ainda assim, o tema é motivo de dúvidas e cercado de mitos que podem dificultar a difusão de informações verídicas e que, infelizmente, desestimulam a doação. Doar, além de um ato de amor e generosidade, é fácil e conta com uma rede preparada para auxiliar a mãe doadora. Confira alguns mitos sobre a doação de leite materno:

  1. “Se eu doar, irá faltar para o meu filho”: importante ressaltar que não é necessário “ter muito leite” e, muito menos, que doar fará com que falte para o bebê da doadora. A Secretaria de Saúde do DF explica que quanto mais se amamenta, mais o corpo produzirá o leite. Além disso, qualquer quantidade pode fazer a diferença para o Banco de Leite e para a vida de quem precisa. Não existe quantidade mínima. Um recém-nascido de baixo peso às vezes começa ingerindo 1 ml de leite ou até menos. Ou seja, uma quantidade pequena de leite doado pode alimentar vários bebês. 
  2. “Meu leite é fraco”: Não existe leite fraco. Até mesmo uma mãe com desnutrição leve ou moderada é capaz de produzir leite. O leite materno é naturalmente mais ralo do que, por exemplo, o de vaca. Porém, tem todas as substâncias na quantidade certa de que o bebê precisa para crescer e se desenvolver sadio. Cada espécie se alimenta e se satisfaz com o leite produzido por sua própria espécie.
  3. “É arriscado receber doação de leite materno”: Os bancos de leite seguem protocolos sanitários rigorosos para prevenir qualquer contaminação. O leite doado só é oferecido após análise laboratorial.
  4. “É muito complicado doar”: Ao entrar em contato com um banco de leite, a doadora receberá orientações sobre como fazer a extração corretamente. Após a coleta, basta agendar a retirada pelo telefone, no 160 (opção 4), ou pelo site Amamenta Brasília. É gratuito e a doadora não precisa sair de casa.
  5. “A fórmula artificial é igual ao leite humano”: O leite materno é o alimento mais completo que existe. E sob o ponto de vista nutricional, é tudo o que um bebê precisa para se desenvolver plenamente. Apesar de ter uma composição semelhante, a fórmula industrializada é feita a partir do leite de vaca, e sua ingestão pode aumentar o risco de o bebê desenvolver uma alergia à proteína do leite. Além disso, o alimento artificial não contém os anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico e os componentes que ajudam a regular o sistema digestivo.

Impacto da doação

O Mês do Aleitamento Materno, conhecido como Agosto Dourado, é marcado pela promoção da importância do leite da mãe, que deve ser o alimento do bebê até os dois anos, sendo até os seis meses de forma exclusiva, e que traz diversos benefícios aos pequenos e às mães. Ainda é um bom momento para ações que fortaleçam o sentimento de empatia que envolve a doação de leite humano e o impacto que o ato gera nos bebês que o recebem. 

O leite materno é um alimento completo e oferece tudo o que os bebês precisam. A doação dele, portanto, é um gesto que salva vidas e é muito importante, principalmente para os prematuros ou de baixo peso. 

O aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até os 5 anos, evita diarreia e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão, leva a uma melhor nutrição e reduz a chance de obesidade. Além disso, o ato contribui para o desenvolvimento da cavidade bucal do pequeno e promove o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê.

O foco é primordialmente a saúde do bebê, mas a mãe também recebe diversos benefícios. Amamentar até os seis meses diminui o risco de câncer de mama na mulher e ajuda no pós-parto, já que o útero se contrai e volta ao tamanho normal mais rapidamente.

pé de bebê prematuro
Doação de leite materno é um gesto que salva vidas

Coleta

A coleta de leite humano sempre foi cercada de muitos cuidados e a Covid-19 trouxe uma nova dimensão e implantação de regras mais rígidas com relação à higienização, que foram reforçadas pelas equipes dos bancos de leite humano e pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). 

Os leites devem ser depositados em frascos de vidro com boca larga e tampa de plástico. O frasco pode ser reutilizado de algum produto, desde que tenha sido higienizado e esterilizado. É necessário retirar os rótulos e qualquer tipo de proteção de papel da embalagem. Caso necessite, a doadora pode retirar no Banco de Leite mais próximo ou solicitar a entrega em casa de um kit com pote de vidro, touca e máscara para fazer a coleta. Para encher o pote, a doadora pode tirar o leite várias vezes no dia, em vários dias, e ao final, solicitar a coleta em domicílio.

Na rede pública de saúde do DF, existem dez Bancos de Leite Humano e três Postos de Coleta de Leite Humano para receber as doações. O contato deve ser feito pelo número 160, opção 4, ou pelo site Amamenta BrasíliaApós o contato, a equipe confirmará o cadastro e agendará a visita para a coleta do Corpo de Bombeiros em casa, sem custo ou deslocamento para a doadora. Se houver qualquer necessidade de orientação para que a doação aconteça, a equipe está preparada para auxiliar pelo telefone.

Os bancos e os postos de coleta dispõe de uma rede mobilizada com profissionais, entre eles médicos, enfermeiros e bombeiros, legalmente habilitados e capacitados para assumir a responsabilidade pelas atividades médico-assistenciais e de tecnologia de alimentos, que garantem que a doação aconteça da melhor forma possível.

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